Avaliação da qualidade de vida após alta hospitalar de pacientes com insuficiência renal aguda tratados com hemodiálise no centro de terapia intensiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Morsch, Cássia Maria Frediani
Orientador(a): Barros, Elvino José Guardão
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/26941
Resumo: Introdução: A Insuficiência Renal Aguda é uma doença comum em pacientes criticamente enfermos (11-78%) e está associada a altas taxas de mortalidade (39- 71%). As taxas de recuperação da função renal chegam a 90-95%, mas em estudos de acompanhamento mais prolongado observou-se um aumento de 28 vezes no risco de desenvolver doença renal crônica estágios 4 e 5. Poucos estudos têm focado em uma perspectiva a longo prazo, além da recuperação da função renal, a qualidade de vida destes pacientes. Objetivos: Avaliar a sobrevida, a qualidade de vida e a dependência de diálise em pacientes criticamente enfermos com insuficiência renal aguda, ou insuficiência renal crônica agudizada, que realizaram tratamento dialítico em centro de terapia intensiva. Métodos: Estudo de coorte prospectivo na Centro de Tratamento Intensivo de um hospital universitário no sul do Brasil. Todos pacientes que necessitaram terapia renal substitutiva em um período de dois anos foram incluídos. Os sobreviventes foram seguidos, após alta hospitalar, por no mínimo 3 meses, mediana 256 dias. O questionário The Medical Outcomes Study 36-Item Short Form Health Survey (SF-36) foi utilizado para avaliar a qualidade de vida junto com outro instrumento que avaliou dados sócio demográficos e outras questões sobre a situação de vida dos pacientes, entre elas a dependência de diálise crônica. Resultados: Em um total de 408 pacientes, 11 % necessitaram diálise. As taxas de mortalidade cumulativasno Centro de Tratamento Intensivo, hospitalar e após alta hospitalar foram, respectivamente, 70%, 74% e 80%. Sessenta e oito pacientes foram entrevistados 256,5 dias (mediana) após alta hospitalar, oito (11,8%) estavam em programa regular de diálise. Não houve associação entre muitos indicadores de severidade da doença crítica (escore APACHE II, uso de vasopressores, ventilação mecânica), creatinina, número de diálises e escores do SF-36. Melhores escores de qualidade de vida foram associados a condições prévias, como ser jovem e não ter doença renal crônica, condições relacionadas à severidade da doença crítica, como não ter tido sepse, curto tempo de permanência na UTI e hospitalar; e a condições do paciente após alta, como estar reinserido no trabalho formal. Conclusões: Doença renal crônica prévia foi fortemente associada com permanência em diálise após um episódio de IRA e com menor qualidade de vida após alta hospitalar. Severidade da doença crítica não teve impacto importante na qualidade de vida, exceto ter tido sepse. Sobreviventes mais jovens, que ficaram internados por um período mais curto e que foram aptos a retornar ao trabalho relataram melhor qualidade de vida.
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Métodos: Estudo de coorte prospectivo na Centro de Tratamento Intensivo de um hospital universitário no sul do Brasil. Todos pacientes que necessitaram terapia renal substitutiva em um período de dois anos foram incluídos. Os sobreviventes foram seguidos, após alta hospitalar, por no mínimo 3 meses, mediana 256 dias. O questionário The Medical Outcomes Study 36-Item Short Form Health Survey (SF-36) foi utilizado para avaliar a qualidade de vida junto com outro instrumento que avaliou dados sócio demográficos e outras questões sobre a situação de vida dos pacientes, entre elas a dependência de diálise crônica. Resultados: Em um total de 408 pacientes, 11 % necessitaram diálise. As taxas de mortalidade cumulativasno Centro de Tratamento Intensivo, hospitalar e após alta hospitalar foram, respectivamente, 70%, 74% e 80%. Sessenta e oito pacientes foram entrevistados 256,5 dias (mediana) após alta hospitalar, oito (11,8%) estavam em programa regular de diálise. Não houve associação entre muitos indicadores de severidade da doença crítica (escore APACHE II, uso de vasopressores, ventilação mecânica), creatinina, número de diálises e escores do SF-36. Melhores escores de qualidade de vida foram associados a condições prévias, como ser jovem e não ter doença renal crônica, condições relacionadas à severidade da doença crítica, como não ter tido sepse, curto tempo de permanência na UTI e hospitalar; e a condições do paciente após alta, como estar reinserido no trabalho formal. Conclusões: Doença renal crônica prévia foi fortemente associada com permanência em diálise após um episódio de IRA e com menor qualidade de vida após alta hospitalar. Severidade da doença crítica não teve impacto importante na qualidade de vida, exceto ter tido sepse. Sobreviventes mais jovens, que ficaram internados por um período mais curto e que foram aptos a retornar ao trabalho relataram melhor qualidade de vida.Background: Acute kidney injury is a common disorder in critical ill patients (11- 78%) and is associated with an enhanced mortality (39-71%). The majority of patients (90-95%) return to normal kidney function after acute kidney injury in intensive care unit, but in long term studies was shown that patients who suffered dialysis-dependent AKI during their hospitalization had a 28-fold increased risk of developing stage 4 CKD or end-stage renal disease. Few studies are focusing in a long-term perspective such as quality of life and functional recovery. Objectives: To evaluate health related quality of life and chronic dialysis dependence of critical ill patients with acute kidney injury stage 3, or acute on chronic kidney disease that need dialysis treatment on intensive care unit. Methods: Prospective cohort study in an intensive care unit of a school hospital in southern Brazil. All patients requiring renal replacement therapy over a 2-year enrollment period were included. Survivors were followed for at least 3 months, median 256 days, after discharge. The Medical Outcomes Study 36-Item Short Form Health Survey (SF-36) assessed quality of life together with patient status and dialysis dependence. Results: 408 patients (11 %) required dialysis. Intensive care unit, hospital and after-hospital cumulative fatality rates were 70%, 74% and 80% respectively. 68 patients were interviewed 256,5 days (median time) after hospital discharge, eight (11,8%) were in regular dialysis. There was no association between many indicators of severity of illness (APACHE II score, use of vasopressors, mechanical ventilation), creatinine, number of dialysis and SF- 36 scores. Better SF-36 scores were associated to previous conditions, as younger age and no chronic kidney disease; condition related to severity of acute illness as haven’t had sepsis, short length of stay in intensive care unit and hospital; and to conditions after discharge, as being working currently. Conclusions: Previous chronic kidney disease was strongly associated with permanence in dialysis after an episode of AKI stage 3 and with lower further quality of life. Severity of acute illness did not impact on quality of life. Younger survivors, that not had sepsis, with short hospital length of stay and able to back to their jobs after discharge have better quality of life.application/pdfporQualidade de vidaInsuficiência renal agudaDiálise renalAvaliação da qualidade de vida após alta hospitalar de pacientes com insuficiência renal aguda tratados com hemodiálise no centro de terapia intensivainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina: Ciências MédicasPorto Alegre, BR-RS2010doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000762415.pdf000762415.pdfTexto completoapplication/pdf934868http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/26941/1/000762415.pdf3e36b7e8b49d0274e3d4ef158ed19e7fMD51TEXT000762415.pdf.txt000762415.pdf.txtExtracted Texttext/plain130http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/26941/2/000762415.pdf.txt82434516b70b444ca6de1ca866ebc4b8MD52THUMBNAIL000762415.pdf.jpg000762415.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1118http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/26941/3/000762415.pdf.jpgf293ed76aa614c5ece5c5573bb53a439MD5310183/269412018-10-11 08:57:40.258oai:www.lume.ufrgs.br:10183/26941Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-11T11:57:40Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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