O desafio do ensino de ciências nas escolas indígenas do Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mizetti, Maria do Carmo Ferreira
Orientador(a): Teixeira, Maria do Rocio Fontoura
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/159551
Resumo: A educação indígena, atualmente, tem sido motivo de estudo em todo o país, em decorrência do interesse dos órgãos responsáveis pelas políticas educacionais, bem como da Academia, em propor alternativas de ação para a melhoria contínua do processo de ensino e de aprendizagem nas escolas indígenas. Esta pesquisa investigou, sob a forma de estudo de caso, como está sendo desenvolvida a disciplina de Ciências nas escolas estaduais indígenas de ensino fundamental no Rio Grande do Sul. A metodologia adotada contemplou duas etapas: a pesquisa documental, isto é, o levantamento da legislação existente, no âmbito federal e estadual. E os dados oficiais junto ao Departamento de Planejamento (DEPLAN) da Secretaria de Estado da Educação (SEDUC/RS) que abrangeram: número de professores indígenas e não-indígenas; número de escolas indígenas e de aldeias e sua localização espacial, distribuídas nas 7(sete) Mesorregiões do Estado e população estudantil. A segunda etapa se constituiu da pesquisa de campo junto às 9 (nove) escolas estaduais, de um universo de 91 (noventa e uma), selecionadas aleatoriamente, sendo 6 (seis) Kaingáng e 3 (três) Guarani. Os Instrumentos de coleta de dados foram entrevistas estruturadas, por meio de questionário; visitas; observação não participante e reuniões eventuais. Os dados obtidos junto aos professores, diretores, caciques e responsáveis por estas escolas, na Coordenadoria Regional de Educação (CRE), versaram sobre o uso do livro didático de Ciências fornecido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o papel da biblioteca escolar e do laboratório de Ciências no processo de ensino e de aprendizagem desta disciplina. A fundamentação teórica da pesquisa perpassou por autores que estudam a educação indígena no país, tais como: Bergamasch, Venzon, Meliá, Ferreira, Baniwa, dentre outros. Os resultados indicaram que: o ensino de Ciências em escolas estaduais indígenas é ministrado a partir do 6 (sexto) ano do ensino fundamental; os professores indígenas ou não-indígenas não utilizam o livro didático, elaborando seus próprios textos didáticos; a biblioteca escolar raramente é utilizada, quer no espaço físico ou o acervo; o laboratório de Ciências inexiste, na maioria das escolas; o ensino de Ciências está calcado na tradição oral e no conhecimento empírico, que estão diretamente ligados ao cerne da cultura indígena. Constatou-se um crescimento de 30% do número de escolas indígenas estaduais no período de 2011-2015, no Estado. Em 2011 havia 68 escolas em funcionamento e em 2015 este número cresceu para 89 escolas. Tal fato demonstra o interesse, da SEDUC/RS em ampliar as oportunidades de acesso à educação para a população indígena.
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E os dados oficiais junto ao Departamento de Planejamento (DEPLAN) da Secretaria de Estado da Educação (SEDUC/RS) que abrangeram: número de professores indígenas e não-indígenas; número de escolas indígenas e de aldeias e sua localização espacial, distribuídas nas 7(sete) Mesorregiões do Estado e população estudantil. A segunda etapa se constituiu da pesquisa de campo junto às 9 (nove) escolas estaduais, de um universo de 91 (noventa e uma), selecionadas aleatoriamente, sendo 6 (seis) Kaingáng e 3 (três) Guarani. Os Instrumentos de coleta de dados foram entrevistas estruturadas, por meio de questionário; visitas; observação não participante e reuniões eventuais. Os dados obtidos junto aos professores, diretores, caciques e responsáveis por estas escolas, na Coordenadoria Regional de Educação (CRE), versaram sobre o uso do livro didático de Ciências fornecido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o papel da biblioteca escolar e do laboratório de Ciências no processo de ensino e de aprendizagem desta disciplina. A fundamentação teórica da pesquisa perpassou por autores que estudam a educação indígena no país, tais como: Bergamasch, Venzon, Meliá, Ferreira, Baniwa, dentre outros. Os resultados indicaram que: o ensino de Ciências em escolas estaduais indígenas é ministrado a partir do 6 (sexto) ano do ensino fundamental; os professores indígenas ou não-indígenas não utilizam o livro didático, elaborando seus próprios textos didáticos; a biblioteca escolar raramente é utilizada, quer no espaço físico ou o acervo; o laboratório de Ciências inexiste, na maioria das escolas; o ensino de Ciências está calcado na tradição oral e no conhecimento empírico, que estão diretamente ligados ao cerne da cultura indígena. Constatou-se um crescimento de 30% do número de escolas indígenas estaduais no período de 2011-2015, no Estado. Em 2011 havia 68 escolas em funcionamento e em 2015 este número cresceu para 89 escolas. Tal fato demonstra o interesse, da SEDUC/RS em ampliar as oportunidades de acesso à educação para a população indígena.Indigenous education has been the subject of study throughout the country, due to interest of the departments responsible for educational policies, as well as the Academy, in proposing alternatives action for continuous improvement on teaching and learning processes in indigenous schools. This research investigated, in form of a case study, how the Science discipline is being developed in the indigenous elementary schools in Rio Grande do Sul. The adopted methodology includes two stages: The first one was a documentary research, that is a survey of existing legislation at federal and state levels - official data on the Department of Planning (DEPLAN) from Departament of Education (SEDUC/RS); covering number of indigenous and non-indigenous teachers; number of indigenous schools and villages, and their spatial location distributed in seven (7) State Meso-regions and student population. The second stage consisted of field research with 9 (nine) state schools, from a universe of 91 (ninety-one), randomly selected, with 6 (six) Kaingáng and 3 (three) Guarani. The instruments of data collection were structured interviews, through a questionnaire; visits; non-attendant observation and occasional meetings. The data obtained from teachers, principals, caciques and responsible for these schools in the Regional Education Coordination (CRE) focused on the use of the didactic science book provided by the National Fund for Educational Development (FNDE), the role of the school library and the science lab in the teaching and learning of this discipline. The theoretical basis of this research includes authors who study indigenous education in the country such as Bergamasch, Venzon, Meliá, and Ferreira among others. The results indicated that: The teaching of science in indigenous state schools starts on the 6 (sixth) year of elementary school; Indigenous or non-indigenous teachers do not use didactic books, elaborating their own didactic texts; The school library is rarely used, either in physical space or in its collection; The science laboratory does not exist in most schools; The teaching of science is based on oral tradition and empirical knowledge which are directly linked to the core of indigenous culture. There was an increase of 30% in the number of state indigenous schools in the period 2011-2015 in RS. In 2011, there were 68 schools in operation and by 2015 this number grew to 89 schools. This fact demonstrates the interest of SEDUC/RS in expanding the access opportunities to education for indigenous population.application/pdfporEnsino de ciênciasEscola indígenaScience teachingIndigenous schoolsSchool librariesElementary schoolO desafio do ensino de ciências nas escolas indígenas do Rio Grande do Sulinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de Ciências Básicas da SaúdePrograma de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e SaúdePorto Alegre, BR-RS2017mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL001022497.pdf001022497.pdfTexto completoapplication/pdf4016702http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/159551/1/001022497.pdf0b45f3e2d149074126e1ad50d97c25e5MD51TEXT001022497.pdf.txt001022497.pdf.txtExtracted Texttext/plain147959http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/159551/2/001022497.pdf.txta700dce66ea0c71308cddb76c4255b10MD52THUMBNAIL001022497.pdf.jpg001022497.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1041http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/159551/3/001022497.pdf.jpg25d0b593f59f64d056c7248bff477000MD5310183/1595512018-10-24 08:41:11.383oai:www.lume.ufrgs.br:10183/159551Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-24T11:41:11Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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