Variação temporal do excesso de peso em crianças matriculadas em Escolas Municipais de Educação Infantil de Porto Alegre e análise da alimentação escolar (2006-2013)
Ano de defesa: | 2015 |
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Link de acesso: | http://hdl.handle.net/10183/118300 |
Resumo: | Introdução: A prevalência de obesidade na população infantil está atingindo proporções epidêmicas no Brasil, assim como em outros países em desenvolvimento. Considerando que crianças obesas têm maior probabilidade de apresentarem excesso de peso e doenças crônicas não transmissíveis na adolescência e na vida adulta comparadas às eutróficas, este novo perfil epidemiológico exige constante monitoramento tanto do setor saúde como dos atores educacionais. Assim, o presente estudo teve por objetivo avaliar a variação temporal do excesso de peso de crianças matriculadas nas 34 Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs) de turno integral de Porto Alegre/RS de 2006 a 2013 e sua relação com os cardápios oferecidos na alimentação escolar. Métodos: Realizou-se um estudo longitudinal de base escolar. A população em estudo foi constituída por crianças de ambos os sexos com idades entre dois e sete anos, que foram avaliadas pelo menos duas vezes entre 2006 e 2013. As coletas de peso e estatura foram realizadas como procedimento de rotina nas EMEIs por nutricionistas. A classificação do estado nutricional das crianças foi realizada através dos escores-z de Índice de Massa Corporal (IMC) para a idade, conforme as curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) 2006/2007. O desfecho excesso de peso foi definido como valores maiores ao escore-z +1. A análise dos cardápios oferecidos na alimentação escolar foi realizada através da verificação da frequência semanal de alimentos marcadores de alimentação saudável e não saudável, sendo calculado o índice de qualidade dos cardápios que variou de 0 a 11. Análise multinível com medidas repetidas foi utilizada para verificar as associações entre o desfecho e as variáveis de exposição. Resultados: Foram avaliadas 7.580 crianças (52,1% do sexo masculino), totalizando 22.242 avaliações antropométricas. As prevalências de excesso de peso foram de 31,3% em 2006; 30,1% em 2007; 31,9% em 2008; 32,9% em 2009; 34,4% em 2010; 34,9% em 2011; 36,6% em 2012 e 40,2% em 2013. Quanto à qualidade dos cardápios, a menor média de pontuação foi nos anos de 2007 e 2009 (6,71 pontos) e a maior foi em 2013 (8,89 pontos). Sexo e idade foram associados ao excesso de peso. Considerando a associação entre índice de qualidade dos cardápios e excesso de peso, a medida que aumentava 0,5 pontos no cardápio, a chance da criança apresentar excesso de peso era 4% maior (IC 95%: 1,02-1,06). Conclusões: Percebe-se que, apesar da melhora no índice de qualidade dos cardápios escolares de 2006 a 2013, houve um aumento relativo de 33,5% da prevalência de excesso de peso nas crianças matriculadas nas EMEIs de turno integral de Porto Alegre. É possível que este aumento esteja sendo influenciado não somente pela qualidade dos cardápios, mas por outros fatores como, a quantidade de alimento consumida por refeição e pela qualidade da alimentação que as crianças estão recebendo fora do ambiente escolar. |
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Fiaminghi, Diane CristinaDrehmer, MicheleNeutzling, Marilda Borges2015-06-30T02:01:13Z2015http://hdl.handle.net/10183/118300000969335Introdução: A prevalência de obesidade na população infantil está atingindo proporções epidêmicas no Brasil, assim como em outros países em desenvolvimento. Considerando que crianças obesas têm maior probabilidade de apresentarem excesso de peso e doenças crônicas não transmissíveis na adolescência e na vida adulta comparadas às eutróficas, este novo perfil epidemiológico exige constante monitoramento tanto do setor saúde como dos atores educacionais. Assim, o presente estudo teve por objetivo avaliar a variação temporal do excesso de peso de crianças matriculadas nas 34 Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs) de turno integral de Porto Alegre/RS de 2006 a 2013 e sua relação com os cardápios oferecidos na alimentação escolar. Métodos: Realizou-se um estudo longitudinal de base escolar. A população em estudo foi constituída por crianças de ambos os sexos com idades entre dois e sete anos, que foram avaliadas pelo menos duas vezes entre 2006 e 2013. As coletas de peso e estatura foram realizadas como procedimento de rotina nas EMEIs por nutricionistas. A classificação do estado nutricional das crianças foi realizada através dos escores-z de Índice de Massa Corporal (IMC) para a idade, conforme as curvas de crescimento da Organização Mundial da Saúde (OMS) 2006/2007. O desfecho excesso de peso foi definido como valores maiores ao escore-z +1. A análise dos cardápios oferecidos na alimentação escolar foi realizada através da verificação da frequência semanal de alimentos marcadores de alimentação saudável e não saudável, sendo calculado o índice de qualidade dos cardápios que variou de 0 a 11. Análise multinível com medidas repetidas foi utilizada para verificar as associações entre o desfecho e as variáveis de exposição. Resultados: Foram avaliadas 7.580 crianças (52,1% do sexo masculino), totalizando 22.242 avaliações antropométricas. As prevalências de excesso de peso foram de 31,3% em 2006; 30,1% em 2007; 31,9% em 2008; 32,9% em 2009; 34,4% em 2010; 34,9% em 2011; 36,6% em 2012 e 40,2% em 2013. Quanto à qualidade dos cardápios, a menor média de pontuação foi nos anos de 2007 e 2009 (6,71 pontos) e a maior foi em 2013 (8,89 pontos). Sexo e idade foram associados ao excesso de peso. Considerando a associação entre índice de qualidade dos cardápios e excesso de peso, a medida que aumentava 0,5 pontos no cardápio, a chance da criança apresentar excesso de peso era 4% maior (IC 95%: 1,02-1,06). Conclusões: Percebe-se que, apesar da melhora no índice de qualidade dos cardápios escolares de 2006 a 2013, houve um aumento relativo de 33,5% da prevalência de excesso de peso nas crianças matriculadas nas EMEIs de turno integral de Porto Alegre. É possível que este aumento esteja sendo influenciado não somente pela qualidade dos cardápios, mas por outros fatores como, a quantidade de alimento consumida por refeição e pela qualidade da alimentação que as crianças estão recebendo fora do ambiente escolar.Introduction: The prevalence of obesity in children is reaching epidemic proportions in Brazil, as well as in other developing countries. Obese children have more risk of overweight and chronic diseases in adolescence and adulthood than non obese children. This new epidemiological profile requires constant monitoring by heath and educational systems. This study aims to evaluate the temporal variation of overweight children enrolled in 34 Public Schools of Early Childhood Education in Porto Alegre/RS (2006-2013) and its association with menus offered in school meals. Methods: We conducted a longitudinal study of scholar population. The sample included children of both sexes, aged between two and seven years and with at least twice anthropometric evaluation between 2006 and 2013. The measures of weight and height were carried out as a routine procedure in Public Schools of Early Childhood Education conducted by nutritionists. Z-scores for body mass index (BMI) by age, according to the growth curves of the World Health Organization (WHO) 2006/2007, were used for nutritional status classification. Overweight outcome was defined as values higher than z-score +1. The analysis of the menus offered in school meals was carried out by checking the weekly frequency of eating healthy and unhealthy foods, and we calculated the menus quality index, ranging from 0 to 11. Multilevel analysis with repeated measures was used to assess relationship between outcome and exposure variables. Results: 7,580 children were assessed (52.1% male), including 22,242 anthropometric evaluations. Overweight prevalence were 31.3% in 2006; 30.1% in 2007; 31.9% in 2008; 32.9% in 2009; 34.4% in 2010; 34.9% in 2011; 36.6% in 2012 and 40.2% in 2013. The quality index of the scholar menus had the lowest average score in 2007 and 2009 (6.71 points) and the highest in 2013 (8.89 points). Sex and age were associated with overweight. Considering the quality index score of menus an increase of 0.5 points on the menu score, the chance of being overweight was 4% higher (CI95%: 1.02-1.06). Conclusions: Although improvement in the quality index of school menus from 2006 to 2013, there was a relative increase of 33.5% in the prevalence of overweight in children enrolled in the Public Schools of Early Childhood Education of Porto Alegre/RS. These data pointed that the increasing overweight prevalence may be influenced not only by quality index menus improvement, but by other factors like as food intake quantity per meal and food consumption outside of school.application/pdfporTransição nutricionalGanho de pesoPré-escolarAlimentação escolarNutritional transitionOverweightPreschoolersSchool mealsVariação temporal do excesso de peso em crianças matriculadas em Escolas Municipais de Educação Infantil de Porto Alegre e análise da alimentação escolar (2006-2013)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaPorto Alegre, BR-RS2015mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000969335.pdf.txt000969335.pdf.txtExtracted Texttext/plain125940http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/118300/2/000969335.pdf.txt856b4e021b43d12d0f377f9cf449e902MD52ORIGINAL000969335.pdf000969335.pdfTexto completoapplication/pdf4663675http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/118300/1/000969335.pdf410cebf6d1c7c9310870caa458ac6e7dMD5110183/1183002019-07-19 02:36:26.551316oai:www.lume.ufrgs.br:10183/118300Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532019-07-19T05:36:26Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false |
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