Comparação de esquemas de insulinoterapia no controle glicêmico do paciente com diabetes mellitus tipo 2 : revisão sistemática e metanálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Bertuol Júnior, Vanderlei Carlos
Orientador(a): Rados, Dimitris Rucks Varvaki
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/291347
Resumo: Com a evolução natural do diabetes mellitus (DM) tipo 2 o uso de insulinas torna-se necessário para atingir o adequado controle glicêmico. A prescrição da insulinoterapia geralmente começa pelos esquemas basais com posterior transição para esquema basal-bolus com acréscimo de insulinas de ação rápida. Os esquemas bifásicos diferem por apresentarem insulinas de ação lenta e de ação rápida já na mesma aplicação. Com a progressão dos esquemas de insulinoterapia espera-se um aumento no ganho de peso, risco de hipoglicemias e aumento na dose diária de insulina. Para melhor entender o cenário atual da literatura médica e assim o diferente potencial de controle glicêmico, bem como de seus efeitos adversos, elaboramos uma revisão sistemática com metanálise para comparar diferentes esquemas de insulinoterapia: basal, basal-bolus, bifásico e prandial. O desfecho primário foi o controle glicêmico pela redução na hemoglobina glicada (HbA1c). Os desfechos secundários analisados foram o ganho de peso, o risco de hipoglicemia grave e a dose de insulina diária. Foram selecionados trabalhos em populações com DM tipo 2, maiores de 18 anos e que tivessem o acompanhamento de no mínimo 12 semanas. Estudos com pacientes gestantes, com pacientes com DM tipo 1 ou que avaliaram diferentes insulinas mas com mesmas cinéticas foram excluídos. Ao total foram incluídos 58 estudos, totalizando 19.122 pacientes. O regime basal foi usado como comparador perante os demais regimes. Todos os regimes comparados (bifásico, basal-bolus e prandial) atingiram melhor controle glicêmico que o comparador, com significância estatística, contudo apresentando uma diferença pouca relevância clínica (entre 0,2 e 0,3%). Quanto ao ganho de peso, os esquemas alternativos apresentaram um ganho máximo de 1 quilograma a mais em relação ao esquema basal. As hipoglicemias apresentaram tendência de aumento nos esquemas alternativos, sobretudo no prandial, sem ter apresentado uma diferença clinicamente significativa. A dose de insulina final foi similar entre os grupos avaliados. Conclui-se, portanto, que os diferentes regimes de insulina, apesar de apresentarem diferenças estatisticamente significativas, são muito similares do ponto de vista clínico em redução de HbA1c, ganho de peso, risco de hipoglicemia e dose final de insulina.
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spelling Bertuol Júnior, Vanderlei CarlosRados, Dimitris Rucks Varvaki2025-05-09T06:42:43Z2025http://hdl.handle.net/10183/291347001255078Com a evolução natural do diabetes mellitus (DM) tipo 2 o uso de insulinas torna-se necessário para atingir o adequado controle glicêmico. A prescrição da insulinoterapia geralmente começa pelos esquemas basais com posterior transição para esquema basal-bolus com acréscimo de insulinas de ação rápida. Os esquemas bifásicos diferem por apresentarem insulinas de ação lenta e de ação rápida já na mesma aplicação. Com a progressão dos esquemas de insulinoterapia espera-se um aumento no ganho de peso, risco de hipoglicemias e aumento na dose diária de insulina. Para melhor entender o cenário atual da literatura médica e assim o diferente potencial de controle glicêmico, bem como de seus efeitos adversos, elaboramos uma revisão sistemática com metanálise para comparar diferentes esquemas de insulinoterapia: basal, basal-bolus, bifásico e prandial. O desfecho primário foi o controle glicêmico pela redução na hemoglobina glicada (HbA1c). Os desfechos secundários analisados foram o ganho de peso, o risco de hipoglicemia grave e a dose de insulina diária. Foram selecionados trabalhos em populações com DM tipo 2, maiores de 18 anos e que tivessem o acompanhamento de no mínimo 12 semanas. Estudos com pacientes gestantes, com pacientes com DM tipo 1 ou que avaliaram diferentes insulinas mas com mesmas cinéticas foram excluídos. Ao total foram incluídos 58 estudos, totalizando 19.122 pacientes. O regime basal foi usado como comparador perante os demais regimes. Todos os regimes comparados (bifásico, basal-bolus e prandial) atingiram melhor controle glicêmico que o comparador, com significância estatística, contudo apresentando uma diferença pouca relevância clínica (entre 0,2 e 0,3%). Quanto ao ganho de peso, os esquemas alternativos apresentaram um ganho máximo de 1 quilograma a mais em relação ao esquema basal. As hipoglicemias apresentaram tendência de aumento nos esquemas alternativos, sobretudo no prandial, sem ter apresentado uma diferença clinicamente significativa. A dose de insulina final foi similar entre os grupos avaliados. Conclui-se, portanto, que os diferentes regimes de insulina, apesar de apresentarem diferenças estatisticamente significativas, são muito similares do ponto de vista clínico em redução de HbA1c, ganho de peso, risco de hipoglicemia e dose final de insulina.As type 2 diabetes mellitus (DM) progresses, the use of insulin becomes necessary to achieve adequate glycemic control. Insulin therapy is typically initiated with basal regimens, followed by a transition to a basal-bolus regimen with the addition of rapid-acting insulin. Biphasic regimens differ by combining both long-acting and rapid-acting insulin in a single injection. As insulin therapy regimens progress, an increase in weight gain, hypoglycemia risk, and daily insulin dose is expected. To better understand the state of art of the medical literature and the different glycemic control potentials and their adverse effects, we conducted a systematic review with meta-analysis comparing different insulin therapy regimens: basal, basal-bolus, biphasic, and prandial. The primary outcome was glycemic control assessed by HbA1c reduction. Secondary outcomes included weight gain, the risk of severe hypoglycemia, and daily insulin dose. Studies were selected based on the inclusion criteria of adult T2DM populations (≥18 years) with a minimum follow-up of 12 weeks. Studies involving pregnant patients, patients with type 1 diabetes, or those evaluating different insulins with similar kinetics were excluded. A total of 58 studies were included, comprising 19,122 patients. The basal regimen was used as the reference comparator against the other regimens. All alternative regimens (biphasic, basal-bolus, and prandial) achieved statistically significant better glycemic control compared to the basal regimen; however, the clinical relevance of the difference was minimal (ranging from 0.2% to 0.3%). Regarding weight gain, alternative regimens led to a maximum increase of 1 kg compared to the basal regimen. Hypoglycemia showed a trend toward an increase in alternative regimens, particularly in the prandial regimen, though without a clinically significant difference. The final insulin dose was similar across the evaluated groups. In conclusion, despite statistically significant differences, the various insulin regimens are clinically similar in terms of HbA1c reduction, weight gain, hypoglycemia risk, and final insulin dose.application/pdfporRevisão sistemáticaMetanálise em redeControle glicêmicoGlicemiaInsulinaDiabetes mellitus tipo 2Type 2 diabetes mellitusInsulinGlycemic controlNetwork meta-analysisComparação de esquemas de insulinoterapia no controle glicêmico do paciente com diabetes mellitus tipo 2 : revisão sistemática e metanáliseinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências Médicas: EndocrinologiaPorto Alegre, BR-RS2025mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001255078.pdf.txt001255078.pdf.txtExtracted Texttext/plain29143http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/291347/2/001255078.pdf.txt65025120b3430d901c72c195faa2b81dMD52ORIGINAL001255078.pdfTexto parcialapplication/pdf375513http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/291347/1/001255078.pdff23164b306c5cd929792862dcd4582acMD5110183/2913472025-05-10 06:55:36.03907oai:www.lume.ufrgs.br:10183/291347Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br || lume@ufrgs.bropendoar:18532025-05-10T09:55:36Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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