O conceito de tempo de acordo com a idade, sexo e escolaridade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Boni, Victor Hugo Fros
Orientador(a): Hidalgo, Maria Paz Loayza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Age
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/223188
Resumo: O tempo assume diferentes significados para as pessoas, dependendo da cultura e da idade. A linguagem está intimamente interligada a experiências dos indivíduos devido às várias mudanças que ocorrem ao longo da vida, o que sugere que o conceito de tempo pode mudar à medida que a idade aumenta. Formular um conceito individual de tempo requer uma alta capacidade de generalização e de síntese, uma vez que a palavra tempo inclui uma abstração que pode refletir a relação do indivíduo com a sociedade e suas diversas experiências. Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar as representações do conceito de tempo em diferentes faixas etárias, sexo e escolaridade em uma amostra da população brasileira. Metodologia: O estudo foi divulgado por meio de mídia social e outras plataformas digitais. Os dados foram coletados de dezembro de 2018 a maio de 2019, através de um questionário online intitulado "Estudo do conceito de tempo", desenvolvido para avaliar a conceituação individual do tempo, induzindo os participantes a listar palavras que, em sua visão, poderiam explicar o significado do tempo. Os resultados foram expressos por meio de frequências de acordo com a faixa etária (18 a 20, 21 a 30, 31 a 40, 41 a 60 e 61 a 80), sexo e escolaridade (fundamental, médio, superior e pós-graduação). Para avaliar potenciais divergências entre grupos (sexo, escolaridade e idade) em relação a frequência das palavras mais mencionadas foram utilizadas os testes de similaridade de cosseno e correlação de Spearman. A análise estatística foi realizada no SPSS versão 18.0 e R versão 3.6.2. Resultados: O estudo foi composto por 2172 participantes com idade entre 18 a 80 anos (média ± DP: 35 ± 14), sendo 81% do sexo feminino. As três palavras mais frequentemente mencionadas nas faixas etárias 21-30, 31-40 e 41-60 anos foram vida, relógio e hora. Entre os jovens, relógio foi a palavra mais mencionada, seguida de vida, enquanto os idosos responderam vida e passagem respectivamente. Curiosamente, o aparecimento da palavra dinheiro entre as palavras ditas por pelo menos 5% do grupo esteve restrito às três faixas etárias mais jovens. Quanto mais distantes as faixas etárias, menos semelhantes foram as palavras mais frequentemente mencionadas. Testes de similaridade de cosseno e correlação de Spearman também sugerem que as frequências das palavras utilizadas por indivíduos do grupo ISCED 2 (Ensino Fundamental - Ensino Médio Incompleto) foram menos similares aos outros grupos - ISCED 3 (1 - Ensino médio completo; 2 - Ensino Superior Incompleto), ISCED 5 (1- Universidade Completa; 2- Pós-Graduação/Mestrado/MBA Incompletos) e ISCED 6 (MBA, mestrado ou doutorado completos). Conclusões: A partir dos resultados obtidos no presente estudo, verifica-se que as palavras relacionadas com o conceito de tempo são semelhantes em homens e mulheres, mas identifica-se diferenças entre grupos etários. O nível educacional parece ter um efeito uma vez que o grupo com menor escolaridade foi o que apresentou coeficientes de correlação mais baixos com os outros grupos, porém devido a homogeneidade da amostra esta hipótese deve ser replicada em um grupo com nível educacional mais baixo.
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spelling Boni, Victor Hugo FrosHidalgo, Maria Paz Loayza2021-07-06T04:45:38Z2020http://hdl.handle.net/10183/223188001126309O tempo assume diferentes significados para as pessoas, dependendo da cultura e da idade. A linguagem está intimamente interligada a experiências dos indivíduos devido às várias mudanças que ocorrem ao longo da vida, o que sugere que o conceito de tempo pode mudar à medida que a idade aumenta. Formular um conceito individual de tempo requer uma alta capacidade de generalização e de síntese, uma vez que a palavra tempo inclui uma abstração que pode refletir a relação do indivíduo com a sociedade e suas diversas experiências. Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar as representações do conceito de tempo em diferentes faixas etárias, sexo e escolaridade em uma amostra da população brasileira. Metodologia: O estudo foi divulgado por meio de mídia social e outras plataformas digitais. Os dados foram coletados de dezembro de 2018 a maio de 2019, através de um questionário online intitulado "Estudo do conceito de tempo", desenvolvido para avaliar a conceituação individual do tempo, induzindo os participantes a listar palavras que, em sua visão, poderiam explicar o significado do tempo. Os resultados foram expressos por meio de frequências de acordo com a faixa etária (18 a 20, 21 a 30, 31 a 40, 41 a 60 e 61 a 80), sexo e escolaridade (fundamental, médio, superior e pós-graduação). Para avaliar potenciais divergências entre grupos (sexo, escolaridade e idade) em relação a frequência das palavras mais mencionadas foram utilizadas os testes de similaridade de cosseno e correlação de Spearman. A análise estatística foi realizada no SPSS versão 18.0 e R versão 3.6.2. Resultados: O estudo foi composto por 2172 participantes com idade entre 18 a 80 anos (média ± DP: 35 ± 14), sendo 81% do sexo feminino. As três palavras mais frequentemente mencionadas nas faixas etárias 21-30, 31-40 e 41-60 anos foram vida, relógio e hora. Entre os jovens, relógio foi a palavra mais mencionada, seguida de vida, enquanto os idosos responderam vida e passagem respectivamente. Curiosamente, o aparecimento da palavra dinheiro entre as palavras ditas por pelo menos 5% do grupo esteve restrito às três faixas etárias mais jovens. Quanto mais distantes as faixas etárias, menos semelhantes foram as palavras mais frequentemente mencionadas. Testes de similaridade de cosseno e correlação de Spearman também sugerem que as frequências das palavras utilizadas por indivíduos do grupo ISCED 2 (Ensino Fundamental - Ensino Médio Incompleto) foram menos similares aos outros grupos - ISCED 3 (1 - Ensino médio completo; 2 - Ensino Superior Incompleto), ISCED 5 (1- Universidade Completa; 2- Pós-Graduação/Mestrado/MBA Incompletos) e ISCED 6 (MBA, mestrado ou doutorado completos). Conclusões: A partir dos resultados obtidos no presente estudo, verifica-se que as palavras relacionadas com o conceito de tempo são semelhantes em homens e mulheres, mas identifica-se diferenças entre grupos etários. O nível educacional parece ter um efeito uma vez que o grupo com menor escolaridade foi o que apresentou coeficientes de correlação mais baixos com os outros grupos, porém devido a homogeneidade da amostra esta hipótese deve ser replicada em um grupo com nível educacional mais baixo.Introduction: Time takes on different meanings for people, depending on culture and age. Language is closely linked to individuals' experiences due to the various changes that occur throughout life, which suggests that the concept of time may change as age increases. To formulate an individual concept of time requires a high capacity for generalization and synthesis, since the word time includes an abstraction that may reflect the individual's relationship with society and another diverse experiences. Objective: This study aimed to evaluate the conceptualization of time in groups by age, sex and education in the Brazilian population. Methodology: The study was released via social media and other digital platforms. The data were collected from December 2018 to May 2019, through an online questionnaire entitled "Study of the concept of time", developed to assess the individual conceptualization of time, inducing participants to list words that, in their view, could explain the meaning of time. The results were expressed through frequencies according to age group (18 to 20, 21 to 30, 31 to 40, 41 to 60 and 61 to 80), sex and education (elementary, middle, higher and postgraduate). We used cosine similarity and Spearman's correlation to check for potential divergences between groups (sex, education and age). Statistical analysis was performed using SPSS version 18.0 and R version 3.6.2. Results: We recruited and included 2172 participants aged 18 to 80 years (mean ± SD: 35 ± 14), 81% of whom were female. The three most frequently mentioned words in the 21-30, 31-40 and 41-60 age groups were life, clock and hour. Among young people, clock was the most mentioned word, followed by life, while the elderly answered life and passage respectively. Interestingly, the word money was among the list of words cited by more than 5% only in the three youngest age groups. The more distant the age groups, the less similar were the words most frequently mentioned. Cosine similarity and Spearman’s correlation tests showed that the words used by individuals from the ISCED 2 (Elementary School - Incomplete High School) group answered different words compared to the ISCED 3 (1- Complete High School; 2 - Incomplete University Education) and ISCED 5 (1 - Complete University Education; 2 - Incomplete Grad-School), ISCED 6 (MBA/ Masters/ PhD). The ISCED 2 group showed the weakest correlations with the other groups. Conclusion: From this study results, it appears that the words related to the conceptualization of time are similar among men and women, though we identified differences according to age groups. The educational level seems to have an effect since the group with less education was the one with frequencies less correlated to other groups. However, due to the homogeneity of the sample, this hypothesis should be retested in a group with a lower educational level.application/pdfporFatores de tempoIdadeLinguagemEscolaridadeConcept of timeAgeLanguageCosine similarityEducationO conceito de tempo de acordo com a idade, sexo e escolaridadeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Psiquiatria e Ciências do ComportamentoPorto Alegre, BR-RS2020mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001126309.pdf.txt001126309.pdf.txtExtracted Texttext/plain70716http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/223188/2/001126309.pdf.txtd54a2eb90602d4b5af3789053442c8d5MD52ORIGINAL001126309.pdfTexto completoapplication/pdf1376176http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/223188/1/001126309.pdf6ca30750114ec6662f7ebff4c4ff18fdMD5110183/2231882021-11-20 05:53:00.325042oai:www.lume.ufrgs.br:10183/223188Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532021-11-20T07:53Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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