Desenvolvimento e validação de escore de risco cirúrgico para estimativa de complexidade hospitalar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Souza, Maria Cláudia Schardosim Cotta de
Orientador(a): Polanczyk, Carisi Anne
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/202530
Resumo: Atualmente mais de 50% dos pacientes internados em hospitais gerais são submetidos a procedimentos cirúrgicos, e mensurar a complexidade desses casos ainda é um desafio, causado pela subjetividade envolvida na adequada classificação dos pacientes internados nessas instituições. Aponta-se a combinação de dados demográficos, clínicos e cirúrgicos como um modo mais informativo a ser considerado, em detrimento ao uso isolado de dados individuais para predizer desfechos hospitalares, combinados ou independentes. Há uma grande variação tanto no grau de complexidade, quanto nos custos hospitalares vinculados à uma internação com procedimentos cirúrgicos. Este estudo é retrospectivo conduzido em dados de prontuário eletrônico de um hospital geral, e tem como objetivo desenvolver e validar um escore de risco de complexidade cirúrgica para todos os pacientes internados submetidos a cirurgia. A partir desse escore, analisar a complexidade das cirurgias, estratificando pelas principais especialidades médicas cirúrgicas. Assim, para cada especialidade, busca-se investigar a correlação entre a complexidade e os custos atribuídos às internações. Foram incluídas 18.815 cirurgias realizadas entre os anos de 2016 e 2017 em pacientes internados, avaliando desfechos de mortalidade, internação imediata em terapia intensiva, tempo de internação hospitalar prolongado, e a combinação de pelo menos um desfecho ou dois desfechos. A base de dados foi aleatorizada para desenvolvimento e validação do escore. Treze variáveis clínicas e cirúrgicas foram analisadas para o escore através das estimativas de razão de chances. O escore final avalia as seguintes variáveis: idade, classificação da Amercian Society of Anethesiologists (ASA), origem do atendimento, duração da cirurgia e uso de hemoderivados. Considerando a combinação de pelo menos dois desfechos, o modelo multivariável final e o modelo a partir da pontuação do escore apresentaram área sob a curva ROC de 0,8895 e 0,8790, respectivamente. A partir disso, a complexidade foi definida entre um intervalo de 0 a 33 pontos, onde 0 pontos indica uma cirurgia com mínima complexidade, e 33 pontos uma cirurgia de máxima complexidade. A partir do escore construído e validado, este foi correlacionado com custos hospitalares, obtidos através da controladoria financeira do hospital. As cirurgias de maior complexidade são cardiovasculares e neurológicas. A correlação entre a pontuação e o custo total da internação foi significativa e, ao considerar cada um dos fatores que fazem parte da construção do escore de risco cirúrgico, todas as cirurgias apresentaram custos superiores quando estavam presentes algum dos fatores. Este estudo construiu e validou com critérios objetivos um escore de complexidade cirúrgica em pacientes internados e sugere o uso dessa ferramenta na classificação das cirurgias. A partir disso, é possível identificar pacientes com maior demanda de recursos e priorizar projetos visando maior sustentabilidade para o sistema.
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Este estudo é retrospectivo conduzido em dados de prontuário eletrônico de um hospital geral, e tem como objetivo desenvolver e validar um escore de risco de complexidade cirúrgica para todos os pacientes internados submetidos a cirurgia. A partir desse escore, analisar a complexidade das cirurgias, estratificando pelas principais especialidades médicas cirúrgicas. Assim, para cada especialidade, busca-se investigar a correlação entre a complexidade e os custos atribuídos às internações. Foram incluídas 18.815 cirurgias realizadas entre os anos de 2016 e 2017 em pacientes internados, avaliando desfechos de mortalidade, internação imediata em terapia intensiva, tempo de internação hospitalar prolongado, e a combinação de pelo menos um desfecho ou dois desfechos. A base de dados foi aleatorizada para desenvolvimento e validação do escore. Treze variáveis clínicas e cirúrgicas foram analisadas para o escore através das estimativas de razão de chances. O escore final avalia as seguintes variáveis: idade, classificação da Amercian Society of Anethesiologists (ASA), origem do atendimento, duração da cirurgia e uso de hemoderivados. Considerando a combinação de pelo menos dois desfechos, o modelo multivariável final e o modelo a partir da pontuação do escore apresentaram área sob a curva ROC de 0,8895 e 0,8790, respectivamente. A partir disso, a complexidade foi definida entre um intervalo de 0 a 33 pontos, onde 0 pontos indica uma cirurgia com mínima complexidade, e 33 pontos uma cirurgia de máxima complexidade. A partir do escore construído e validado, este foi correlacionado com custos hospitalares, obtidos através da controladoria financeira do hospital. As cirurgias de maior complexidade são cardiovasculares e neurológicas. A correlação entre a pontuação e o custo total da internação foi significativa e, ao considerar cada um dos fatores que fazem parte da construção do escore de risco cirúrgico, todas as cirurgias apresentaram custos superiores quando estavam presentes algum dos fatores. Este estudo construiu e validou com critérios objetivos um escore de complexidade cirúrgica em pacientes internados e sugere o uso dessa ferramenta na classificação das cirurgias. A partir disso, é possível identificar pacientes com maior demanda de recursos e priorizar projetos visando maior sustentabilidade para o sistema.Currently, more than 50% of hospitalized inpatients are submitted to surgical procedures, and to measure the complexity of this cases it’s a challenge caused by subjectivity involved in properly classifying inpatients in these institutions. In this sense, a combination of demographic, clinical and surgical data is proposed as an informative alternative to be considered, in detriment of single data to predict hospital outcomes, individual or combined. There is a wide variation both in the complexity degree and in the hospital costs, related to surgical procedures. This study was retrospective and based on electronic medical records of a general hospital, and it aims to develop and validate a risk score for surgical complexity for all inpatients submitted to surgery. Therefore, investigate the surgical complexity stratifying by each medical specialty and the correlation between the complexity and the costs assigned to the hospitalizations. It was included 18.815 surgeries between 2016 and 207 in inpatients and collect variables related to the inpatients and to the procedure. The studied outcomes were mortality, immediate critical care, prolonged length of stay, and at least one of the outcomes or two of the outcomes. The variables and their score points were defined by odds ratio and tested on the validation database. The complexity score was calculated considering the following variables: age, classification of the American Society of Anesthesiologists (ASA), beginning of care, duration of surgery, and use of blood products. With the combination of two or more outcomes, the multivariable model and the model from points of score present an area under ROC of 0,8895 and 0,8790, respectively. Based on that, the complexity was defined between a range of 0 to 33 points, in which 0 indicates a surgery with minimum complexity and 33 point is a surgery with maximum complexity. The major complexity levels were present in cardiac, vascular and neurological surgeries. The correlation between score and total cost was significative and when considering each factor that is part of the surgical risk score, all surgeries presented higher costs when some of factors were present. This study created and validated with objective criteria a surgical complexity score in inpatients and suggests the use of this tool for classification of surgeries. Based on that, it is possible to prioritize some specialties and do financial projections.application/pdfporProcedimentos cirúrgicos operatóriosCustos e análise de custoFatores de riscoRisk scoreSurgical complexityCombined outcomesHospital costsDesenvolvimento e validação de escore de risco cirúrgico para estimativa de complexidade hospitalarinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em EpidemiologiaPorto Alegre, BR-RS2019doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001098871.pdf.txt001098871.pdf.txtExtracted Texttext/plain142321http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/202530/2/001098871.pdf.txte62cc523d43297eebfeef893f155f47eMD52ORIGINAL001098871.pdfTexto completoapplication/pdf1204008http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/202530/1/001098871.pdffed5d5d6450967f165dc3e6e62a25e0aMD5110183/2025302022-08-18 04:46:51.032663oai:www.lume.ufrgs.br:10183/202530Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532022-08-18T07:46:51Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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