A trajetória dos cursos superiores de tecnologia do Instituto Federal do Rio Grande do Sul : um olhar a partir da sociologia econômica
Ano de defesa: | 2018 |
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Tipo de documento: | Tese |
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Link de acesso: | http://hdl.handle.net/10183/200623 |
Resumo: | O estudo da formação no Brasil tem relevância no âmbito social e econômico uma vez que permeia o senso comum a ideia da ligação direta entre qualificação e aquisição de trabalho. Consequentemente, a formação é constantemente vinculada ao mercado de trabalho sob uma visão econômica e ao desenvolvimento econômico ao esperar que a mão de obra qualificada venha a auxiliar a adquirir competitividade para as organizações de modo automático, por um lado, e, por outro, que a formação possa não apenas garantir a ocupação, mas levar à maior renda, levando à superação das desigualdades sociais e regionais no país. O fenômeno da expansão do ensino superior ocorrida nos últimos 15 anos no Brasil traz novos atores no sistema de ensino e no mercado de trabalho, tais como os cursos superiores de tecnologia (CSTs) dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia (IFs), na categoria pública de ensino. O modelo de ensino superior de tecnologia surge com a promessa de romper com o padrão vigente de ensino superior, com uma mais estreita relação entre formação e mercado de trabalho e se alinha à TCH. Torna-se assim relevante compreender o caminho e o posicionamento que o ensino tecnológico tem assumido no Brasil. Em busca de uma abordagem teórica que permita um melhor entendimento da visão desses cursos no mercado de trabalho, sem ignorar a concepção existente de uma base econômica que interferiu no processo de constituição dos CSTs mas que possa abranger: o valor da credencial que abarque elementos sociais para compreensão; a extratificação horizontal entre modalidades de ensino; a hierarquização de ensino; importa conhecer o trajeto histórico e os elementos sócioeconômicos que têm sido traçados por esses cursos desde sua concepção. Nesse sentido, a sociologia econômica (SE) pode oferecer uma visão alternativa para a visão clássica do mercado de trabalho centrada na relação econômica de satisfação dos interesses individuais. Para atingir o objetivo de analisar a implementação e expansão dos cursos superiores de tecnologia do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) e sua interação com o mercado de trabalho sob a abordagem histórica da nova sociologia econômica, fez-se uso da pesquisa histórica que utilizou-se de 13 (treze) entrevistas de narrativas com 10 (dez) gestores do instituto em questão e 3 (três) membros da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica que estiveram presentes em momentos da concepção da instituição. Ao olhar para o processo histórico, a lente da sociologia econômica permitiu observar valores que resultam nas ações que se relacionam à formação do mercado de trabalho dos CST dos IFs. Evidenciou como a interação, incluindo jogos de controle entre grupos tais como o Estado, os educadores, os conselhos profissionais, os empregadores e trabalhadores influenciam nas relações de trabalho e na formação da estrutura do mercado de trabalho por intermédio da disputa entre as modalidades de ensino; dos partidos políticos; do status enquanto elemento social principal; dos valores e visão institucionais; da função social da instituição e da construção de sua identidade. Com isso, conclui-se que as ações entre formação e mercado são socialmente situadas e que o mercado de trabalho se constitui como instituição econômica e como construção social. Assim, de forma a compreender como se constitui a visão da formação, ainda que se perceba a constante presença de uma concepção econômica que permeia os primórdios do estabelecimento das políticas públicas, deve-se somar uma visão social que adiciona a importância da contextualização por elementos históricos e sociais para o entendimento da concepção das estruturas e relações da formação com o mercado de trabalho. |
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Evidenciou como a interação, incluindo jogos de controle entre grupos tais como o Estado, os educadores, os conselhos profissionais, os empregadores e trabalhadores influenciam nas relações de trabalho e na formação da estrutura do mercado de trabalho por intermédio da disputa entre as modalidades de ensino; dos partidos políticos; do status enquanto elemento social principal; dos valores e visão institucionais; da função social da instituição e da construção de sua identidade. Com isso, conclui-se que as ações entre formação e mercado são socialmente situadas e que o mercado de trabalho se constitui como instituição econômica e como construção social. 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