Psicanálise, cinema e cultura pop : os mitos no contemporâneo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Mano, Gustavo Caetano de Mattos
Orientador(a): Weinmann, Amadeu de Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/234035
Resumo: O que a cultura pop tem a dizer sobre os sujeitos de nosso tempo? Partindo da premissa que cada época e cada configuração social mobilizam formas particulares de produção de subjetividade, a aposta que dispara esse escrito é que podemos localizar, no terreno da cultura pop, algumas chaves de leitura para compreender a subjetivação contemporânea. Trabalhando com a ideia de a mitologia cumpre a função de recobrir narrativamente o Real do desamparo, nossa proposta é que algumas formações da cultura pop apresentam uma estrutura mítica, acessando, sob o véu da ficção, o recalcado de um tempo que se crê racionalista. Para isso, o cinema opera como interlocutor privilegiado. Inspirados no unhemilich freudiano, propomos o conceito de (in)humano para dar conta das figuras que constitutivamente encarnam a negação das representações de humanidade. Destacamos duas delas: vampiros e robôs. Por meio de uma extensa genealogia, buscamos, através da variância e da repetição, desvelar a estrutura subjacente que lhes engendra. Como resultado, destacamos, em cada uma delas, os traços que supomos serem específicos da constituição contemporânea dessas figuras: em relação aos vampiros, a conversão de pesadelo da Modernidade a representante dos ideais de adolescentização da cultura; em relação aos robôs, o desdobramento da paixão pelo autômato, que se desloca do campo de batalha ao domínio da erótica. Por fim, sustentamos que, se essas produções da cultura pop são consumidas com tamanha voracidade, é porque dizem algo sobre os sujeitos que a elas se lançam – ou seja, sobre a subjetividade de nosso tempo.
id URGS_88f55c57f718c5bd43a889db23881176
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/234035
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str
spelling Mano, Gustavo Caetano de MattosWeinmann, Amadeu de Oliveira2022-01-14T04:28:43Z2018http://hdl.handle.net/10183/234035001074395O que a cultura pop tem a dizer sobre os sujeitos de nosso tempo? Partindo da premissa que cada época e cada configuração social mobilizam formas particulares de produção de subjetividade, a aposta que dispara esse escrito é que podemos localizar, no terreno da cultura pop, algumas chaves de leitura para compreender a subjetivação contemporânea. Trabalhando com a ideia de a mitologia cumpre a função de recobrir narrativamente o Real do desamparo, nossa proposta é que algumas formações da cultura pop apresentam uma estrutura mítica, acessando, sob o véu da ficção, o recalcado de um tempo que se crê racionalista. Para isso, o cinema opera como interlocutor privilegiado. Inspirados no unhemilich freudiano, propomos o conceito de (in)humano para dar conta das figuras que constitutivamente encarnam a negação das representações de humanidade. Destacamos duas delas: vampiros e robôs. Por meio de uma extensa genealogia, buscamos, através da variância e da repetição, desvelar a estrutura subjacente que lhes engendra. Como resultado, destacamos, em cada uma delas, os traços que supomos serem específicos da constituição contemporânea dessas figuras: em relação aos vampiros, a conversão de pesadelo da Modernidade a representante dos ideais de adolescentização da cultura; em relação aos robôs, o desdobramento da paixão pelo autômato, que se desloca do campo de batalha ao domínio da erótica. Por fim, sustentamos que, se essas produções da cultura pop são consumidas com tamanha voracidade, é porque dizem algo sobre os sujeitos que a elas se lançam – ou seja, sobre a subjetividade de nosso tempo.What does pop culture have to say about the subjects of our time? We assume that each time and each social configuration mobilize specific forms of subjectivity production; as so, the hypothesis that launches this text is that we can find, in pop culture ground, some of keys to understand the contemporary subjectivation. Working on the idea that mythology uses storytelling to cover the Real of helplessness, we argue that some of the pop culture formations have a mythic structure, accessing, under the veil of fiction, the repressed contents of an age that considers itself rationalistic. To this end, cinema functions as a favoured interlocutor. Inspired on Freud’s unheimlich, we present the concept of (ih)human to address the fictional creatures that embody in its constitution what is denied in representations of humankind. We work around two of them: vampires and robots. Throughout an extensive genealogy, tracking variations and repetitions, we try to unveil their underlying structure. As a result, we highlight the traces that, in each one of them, specify their contemporary composition: on the vampires, the mutation from Modernity’s nightmare to agent of teenager culture ideals; on the robots, the unfoldings of passion for the automaton, which dislocates from the fields of war to the domain of love. Finally, we sustain that if these pop culture productions are consumed with such voracity, it is because they say something about the subjects who are targeted – that is, about the subjectivity of our time.application/pdfporPsicanálise e cinemaCultura popularMitologiaPsychoanalysisRobotsVampiresMythsPop cultureCinemaPsicanálise, cinema e cultura pop : os mitos no contemporâneoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulInstituto de PsicologiaPrograma de Pós-Graduação em Psicanálise: Clínica e CulturaPorto Alegre, BR-RS2018mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001074395.pdf.txt001074395.pdf.txtExtracted Texttext/plain672798http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/234035/2/001074395.pdf.txt85e88c201d808abbc592483997be4c95MD52ORIGINAL001074395.pdfTexto completoapplication/pdf1529230http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/234035/1/001074395.pdf6b775872c6f8427b32957beb9001e3edMD5110183/2340352023-09-27 03:36:25.907868oai:www.lume.ufrgs.br:10183/234035Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-09-27T06:36:25Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Psicanálise, cinema e cultura pop : os mitos no contemporâneo
title Psicanálise, cinema e cultura pop : os mitos no contemporâneo
spellingShingle Psicanálise, cinema e cultura pop : os mitos no contemporâneo
Mano, Gustavo Caetano de Mattos
Psicanálise e cinema
Cultura popular
Mitologia
Psychoanalysis
Robots
Vampires
Myths
Pop culture
Cinema
title_short Psicanálise, cinema e cultura pop : os mitos no contemporâneo
title_full Psicanálise, cinema e cultura pop : os mitos no contemporâneo
title_fullStr Psicanálise, cinema e cultura pop : os mitos no contemporâneo
title_full_unstemmed Psicanálise, cinema e cultura pop : os mitos no contemporâneo
title_sort Psicanálise, cinema e cultura pop : os mitos no contemporâneo
author Mano, Gustavo Caetano de Mattos
author_facet Mano, Gustavo Caetano de Mattos
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Mano, Gustavo Caetano de Mattos
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Weinmann, Amadeu de Oliveira
contributor_str_mv Weinmann, Amadeu de Oliveira
dc.subject.por.fl_str_mv Psicanálise e cinema
Cultura popular
Mitologia
topic Psicanálise e cinema
Cultura popular
Mitologia
Psychoanalysis
Robots
Vampires
Myths
Pop culture
Cinema
dc.subject.eng.fl_str_mv Psychoanalysis
Robots
Vampires
Myths
Pop culture
Cinema
description O que a cultura pop tem a dizer sobre os sujeitos de nosso tempo? Partindo da premissa que cada época e cada configuração social mobilizam formas particulares de produção de subjetividade, a aposta que dispara esse escrito é que podemos localizar, no terreno da cultura pop, algumas chaves de leitura para compreender a subjetivação contemporânea. Trabalhando com a ideia de a mitologia cumpre a função de recobrir narrativamente o Real do desamparo, nossa proposta é que algumas formações da cultura pop apresentam uma estrutura mítica, acessando, sob o véu da ficção, o recalcado de um tempo que se crê racionalista. Para isso, o cinema opera como interlocutor privilegiado. Inspirados no unhemilich freudiano, propomos o conceito de (in)humano para dar conta das figuras que constitutivamente encarnam a negação das representações de humanidade. Destacamos duas delas: vampiros e robôs. Por meio de uma extensa genealogia, buscamos, através da variância e da repetição, desvelar a estrutura subjacente que lhes engendra. Como resultado, destacamos, em cada uma delas, os traços que supomos serem específicos da constituição contemporânea dessas figuras: em relação aos vampiros, a conversão de pesadelo da Modernidade a representante dos ideais de adolescentização da cultura; em relação aos robôs, o desdobramento da paixão pelo autômato, que se desloca do campo de batalha ao domínio da erótica. Por fim, sustentamos que, se essas produções da cultura pop são consumidas com tamanha voracidade, é porque dizem algo sobre os sujeitos que a elas se lançam – ou seja, sobre a subjetividade de nosso tempo.
publishDate 2018
dc.date.issued.fl_str_mv 2018
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2022-01-14T04:28:43Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/234035
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001074395
url http://hdl.handle.net/10183/234035
identifier_str_mv 001074395
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/234035/2/001074395.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/234035/1/001074395.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 85e88c201d808abbc592483997be4c95
6b775872c6f8427b32957beb9001e3ed
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1797065178756415488