Operações de infraestrutura em instituições de ensino superior : artefatos alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Brito, Alessandra Migliori do Amaral
• Orientador(a): Silva Filho, Luiz Carlos Pinto da
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Infraestrutura; Instituições de ensino superior; Desenvolvimento sustentável; Emissões de gases de efeito estufa
• Palavras-chave em Inglês: Operations; Higher education institutions; Infrastructure; Sustainability; Indicators
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/263977

Nas últimas décadas as ações antrópicas causaram o aumento da temperatura da atmosfera, ocasionando impactos ambientais e o aquecimento global. Para minimizar estes efeitos são necessárias iniciativas em várias escalas e setores da economia. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o Acordo de Paris são iniciativas globais que visam ajudar as nações, as instituições e a sociedade na transição para um futuro mais justo e de baixo carbono. Neste contexto, as instituições de ensino superior (IES) podem e devem ser líderes e agentes de transformação. Embora cada IES seja única, elas possuem uma mesma estrutura funcional: ensino, pesquisa, extensão e operações. As universidades serão consideradas mais sustentáveis se desenvolverem ações em toda estrutura funcional. No entanto, nas operações se obtém maiores ganhos relacionados à eficiência energética e à redução de emissão de gases de efeito estufa (GEE) e de recursos naturais. Os problemas desta pesquisa são de ordem teórico-prático. Apesar da importância das operações para a sustentabilidade das universidades, as discussões conceituais em relação a elas são incipientes. São escassos os dados relacionados às operações no contexto de países em desenvolvimento, assim como, os instrumentos para a gestão das operações alinhados aos ODS. Ainda, as operações são geralmente estudadas de forma isolada, por especialidade. Visando preencher essas lacunas, o objetivo da tese é desenvolver artefatos alinhados aos ODS para a gestão das operações de infraestrutura em IES, de modo a auxiliá-las a se tornarem mais sustentáveis e com menores emissões de GEE. A estratégia de pesquisa adotada foi o Design Science Research e para responder às questões de pesquisa foram utilizados multi métodos, com abordagem qualitativa e quantitativa. A tese traz um conjunto de novas contribuições e resultados relacionados às operações: a) Na literatura, as operações são definidas pelo seu escopo, ou relacionadas aos aspectos físicos do campus. A tese avança ao propor um conceito para as operações, categorizar o seu escopo conforme as camadas comuns às cidades e às universidades (ambiente, infraestrutura, edificações, governança e serviços) e trazer à luz as interdependências e o caráter social das operações. A partir da categorização do escopo das operações, optou-se por focar a pesquisa nas operações de infraestrutura (OI) e duas operações interdependentes: de governança e relacionadas ao ambiente, cuja sigla convencionou-se OI(g+a). b) Os estudos de caso (EC), realizados em duas universidades da Inglaterra, mostraram que as IES brasileiras têm um longo caminho para se tornarem mais sustentáveis. Além disso, apontaram que os planos (nacional e institucional) são importantes instrumentos para redução das emissões de GEE. Por meio dos EC também foi possível identificar dois eixos estruturadores de boas práticas que podem ser aplicados ao contexto das IES brasileiras: a governança e as instalações das OI. Esses eixos subsidiaram a criação do método AMOI-IES (Avaliação da Maturidade das Operações de Infraestrutura em Instituições de Ensino Superior). c) A revisão de literatura e os EC apontaram os indicadores como ferramentas simples e eficazes para a gestão das operações. Assim, foram selecionados 73 indicadores para as OI(g+a), os quais foram alinhados com 17 metas dos ODS. A avaliação dos especialistas e a análise de redes mostrou que os ODS 12.6, 12.2 e 12.5 e os indicadores relacionados às emissões de GEE e às mudanças climáticas são os que têm maior peso nos laços da rede. d) O método AMOI-IES foi aplicado por meio de uma survey em 23 universidades públicas brasileiras (UPB). Duas hipóteses desta etapa da pesquisa foram confirmadas: que as UPB não possuem a cultura de coletar dados referentes às OI(g+a) e que a maturidade da governança e das OI(g+a) são baixas. Outras duas hipóteses não foram confirmadas por falta de dados: - que a participação em rankings de sustentabilidade influencia positivamente a governança e as OI(g+a) e, - que as variáveis porte/morfologia/idade do campus, diversidade dos cursos oferecidos e clima podem influenciar o desempenho das OI(g+a). Como última contribuição, foram sugeridos três conjuntos de indicadores (básicos, refinados e inovadores) para o Plano de Logística Sustentável de IES brasileiras. Por fim, a tese tem implicações para pesquisadores e gerentes de sustentabilidade em IES. Ela apresenta artefatos (constructos, modelo e método) que podem auxiliar a estabelecer conexões e prioridades, assim como, melhorar o desempenho das OI(g+a). Além disso, constitui-se um ponto de partida para o desenvolvimento de novas ideias ou teorias relacionadas às operações.