A revolução nacional na China : entre autarquia e a dependência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Silva, Athos Munhoz Moreira da
Orientador(a): Martins, José Miguel Quedi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/257472
Resumo: Por meio deste trabalho, busca-se responder à seguinte pergunta: de que forma a China respondeu aos desafios impostos pelo sistema internacional moderno? Apresenta-se a revolução industrial como causa principal do colapso do sistema tributário chinês e adota-se a transição tecnológica, apresentada aqui como expressão dos desafios impostos pelo sistema internacional (SI), como variável independente (causa). Propõe-se que as respostas da China ao SI constituem um processo de Revolução Nacional (conforme Celso Furtado), para romper os laços de dependência e alcançar o desenvolvimento pela internalização do Centro de Decisão Econômica. Esta é a variável dependente (efeito) e corresponde ao âmbito interno (Estado). A relação causal é mediada por uma variável interveniente, os “colapsos”: cada transformação do SI engendra o colapso da resposta anterior, forçando novas respostas. A China oscilou entre estratégias de autarquia e de dependência. A autarquia busca a autossuficiência produtiva, e ao extremo pode levar ao rompimento com o exterior (Grande Salto Adiante). A dependência (“Dependência Associada”) é a associação subordinada ao capital externo (Cadeias Globais de Valor) para obter capital e tecnologia (Reforma e Abertura). Há aparente contrassenso entre a tendência à autarquia da Revolução Nacional e a adoção de estratégias de dependência. Porém, verifica-se que renunciar parcialmente ao controle das capacidades (dependência), não significa renunciar à esfera política do Centro de Decisão. Portanto, fica evidente a importância da Grande Estratégia, que articula fins e meios para alcançar o objetivo da política nacional. Os capítulos de desenvolvimento são delimitados e distribuídos conforme a estrutura do Estado em cada período – portanto, o contexto em que as respostas chinesas ao sistema internacional são formuladas. O capítulo 2 discute as respostas da China tributária ao desafio das potências ocidentais, das revoltas internas e da competição regional com o Japão. O capítulo 3 aborda a destruição da autoridade política chinesa, com a queda do império e a ascensão dos Senhores da Guerra e as alternativas de reconstrução do Estado e nova centralização política, mais especificamente o Partido Nacionalista e o Partido Comunista. O capítulo 4 analisa a República Popular e a luta contra a dependência em meio à Guerra Fria, culminando na ascensão da China no pós-Guerra Fria. Conclui-se que a Revolução Nacional chinesa é uma função de três pilares interdependentes: a centralização política (a reunificação do território e a mobilização nacional); a industrialização (a internalização do progresso técnico); e a modernização militar (a capacidade de produção e emprego de meios militares modernos que permitam proteger a soberania nacional). Afirma-se que a conclusão da Revolução Nacional é a ascensão da China ao centro do sistema internacional e que o marco simbólico deste fenômeno seria a reunificação de Taiwan. Entretanto, postula-se que este não é o único indicador ou causa da ascensão da China ao centro do sistema internacional.
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A relação causal é mediada por uma variável interveniente, os “colapsos”: cada transformação do SI engendra o colapso da resposta anterior, forçando novas respostas. A China oscilou entre estratégias de autarquia e de dependência. A autarquia busca a autossuficiência produtiva, e ao extremo pode levar ao rompimento com o exterior (Grande Salto Adiante). A dependência (“Dependência Associada”) é a associação subordinada ao capital externo (Cadeias Globais de Valor) para obter capital e tecnologia (Reforma e Abertura). Há aparente contrassenso entre a tendência à autarquia da Revolução Nacional e a adoção de estratégias de dependência. Porém, verifica-se que renunciar parcialmente ao controle das capacidades (dependência), não significa renunciar à esfera política do Centro de Decisão. Portanto, fica evidente a importância da Grande Estratégia, que articula fins e meios para alcançar o objetivo da política nacional. Os capítulos de desenvolvimento são delimitados e distribuídos conforme a estrutura do Estado em cada período – portanto, o contexto em que as respostas chinesas ao sistema internacional são formuladas. O capítulo 2 discute as respostas da China tributária ao desafio das potências ocidentais, das revoltas internas e da competição regional com o Japão. O capítulo 3 aborda a destruição da autoridade política chinesa, com a queda do império e a ascensão dos Senhores da Guerra e as alternativas de reconstrução do Estado e nova centralização política, mais especificamente o Partido Nacionalista e o Partido Comunista. O capítulo 4 analisa a República Popular e a luta contra a dependência em meio à Guerra Fria, culminando na ascensão da China no pós-Guerra Fria. Conclui-se que a Revolução Nacional chinesa é uma função de três pilares interdependentes: a centralização política (a reunificação do território e a mobilização nacional); a industrialização (a internalização do progresso técnico); e a modernização militar (a capacidade de produção e emprego de meios militares modernos que permitam proteger a soberania nacional). Afirma-se que a conclusão da Revolução Nacional é a ascensão da China ao centro do sistema internacional e que o marco simbólico deste fenômeno seria a reunificação de Taiwan. Entretanto, postula-se que este não é o único indicador ou causa da ascensão da China ao centro do sistema internacional.Through this work, we seek to answer the following question: how did China respond to the challenges imposed by the modern international system? The industrial revolution is presented as the main cause of the collapse of the Chinese Tribute system and the technological transition – an expression of the challenges of the International System – is adopted as an independent variable (cause). It is proposed that China's responses to the International System constitute a process of National Revolution (according to Celso Furtado), to break the ties of dependency and achieve development through the internalization of the Center of Economic Decision. This is the dependent variable (effect) and corresponds to the internal affairs (State). The causal relationship is mediated by an intervening variable, the “collapses”: each transformation in the International System engenders the collapse of the previous response, forcing the emergence of new responses. China oscillated between strategies of autarky and dependency. Autarky seeks productive self-sufficiency, and to the extreme it can lead to a break with the outside world (Great Leap Forward). Dependency (“Associated Dependency”) is the subordinate association with foreign capital (Global Supply Chains) to obtain capital and technology (Reform and Opening). There is an apparent contradiction between the tendency towards autarky of the National Revolution and the adoption of dependency strategies. However, it turns out that partially relinquishing control over capabilities (dependence) does not mean relinquishing political sphere of the Center of Decision. Therefore, the importance of the Grand Strategy is evident, which articulates ends and means to achieve the objective of the national policy. The development chapters are delimited and distributed according to the structure of the State in each period – therefore, the context in which Chinese responses to the international system are formulated. Chapter 2 discusses Tributary China's responses to the challenge of Western powers, internal revolts, and regional competition with Japan. Chapter 3 addresses the destruction of Chinese political authority, with the fall of the empire and the rise of the Warlords and the alternatives of state reconstruction and new political centralization, more specifically the Nationalist Party and the Communist Party. Chapter 4 looks at the People's Republic and the fight against dependency amid the Cold War, as well as the rise of China in the post-Cold War period. It is concluded that the Chinese National Revolution is a function of three interdependent pillars: political centralization (the reunification of the territory and national mobilization); industrialization (the internalization of technical progress); and military modernization (the ability to produce and use modern military means to protect national sovereignty). It is stated that the conclusion of the National Revolution is the rise of China to the center of the international system and that the symbolic mark of this phenomenon would be the reunification of Taiwan. However, it is postulated that this is not the only indicator or cause of China's rise to the center of the international system.application/pdfporRevolução chinesaPolíticaEstadoEconomiaChinaNational RevolutionCenter of Economic DecisionAutarkyDependencyA revolução nacional na China : entre autarquia e a dependênciainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de Ciências EconômicasPrograma de Pós-Graduação em Estudos Estratégicos InternacionaisPorto Alegre, BR-RS2022doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001167163.pdf.txt001167163.pdf.txtExtracted Texttext/plain634889http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/257472/2/001167163.pdf.txt98aa3dc9391b2acdc2008f280685867aMD52ORIGINAL001167163.pdfTexto completoapplication/pdf3085418http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/257472/1/001167163.pdf5de6e2937a16665214302247995beeabMD5110183/2574722023-06-22 03:31:04.556713oai:www.lume.ufrgs.br:10183/257472Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-06-22T06:31:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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