O controle da urbanização na macrodrenagem de Maceió : Tabuleiro dos Martins

• Ano de defesa: 1996
• Autor(a) principal: Pedrosa, Valmir de Albuquerque
• Orientador(a): Tucci, Carlos Eduardo Morelli
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Hidrologia urbana; Drenagem urbana; Urbanização; Impacto ambiental; Escoamento superficial; Maceió (AL)
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/253814

A urbanização, que é caracterizada pela alta densidade demográfica, é reconhecidamente um processo histórico inevitável. O efeito do crescimento urbano sem planejamento adequado causa vários impactos ambientais. A introdução de superfícies impermeáveis, combinada com a remoção ou melhoramento da rede de drenagem natural, tem provocado o crescimento do volume de água escoado superficialmente e uma resposta mais rápida da bacia, aumentando a frequência e a magnitude das enchentes. Um adequado sistema de macrodrenagem é imprescindível para uma eficiente drenagem, de modo que bem planejado, é capaz de reduzir o uso de galerias pluviais e de proteger extensas áreas dos riscos de perdas materiais e humanas durante as enchentes. Os prejuízos com as enchentes está muito longe de ser a soma dos valores dos objetos da população, atingidos pela inundação. Nos Estados Unidos os prejuízos chegam a vários bilhões de dólares anuais. No Brasil, apesar da precariedade nesta quantificação, pode-se afirmar que os prejuízos são bastante elevados. Como exemplos mais recentes, tem-se as danosas enchentes que assolaram o Rio de Janeiro e São Paulo, no começo de 1996. O controle da inundação pressupõe a minimização de seus impactos através do uso de medidas estruturais e não-estruturais. As obras estruturais de macrodrenagem buscam evitar as enchentes através de construções de canais, diques, bacias de detenção, entre outras. Devido as suas vantagens, as bacias de detenção vem acumulando tradição em países desenvolvidos. A sua capacidade em abater o pico do hidrograma , distribuindo o volume da cheia no tempo, tem sido usada para manter a vazão de pico da fase pós-urbanização da bacia, igual ou menor ao da pré-urbanização. Esses reservatórios podem ser usados desde um lote até a macrodrenagem de uma bacia urbana. Os objetivos deste estudo foram: i) avaliar as potencialidades das bacias de detenção na macrodrenagem urbana, como alternativa para o controle do impacto da urbanização no escoamento; ii) e avaliar o emprego das bacias de detenção, no planejamento da macrodrenagem prevista para a bacia do Tabuleiro dos Martins (40 km²) : Maceió-AL. Esta área sofre com frequentes enchentes devido a sua precária macrodrenagem, situação que se agrava desde a última década, consequência da intensa urbanização verificada no local. Os resultados obtidos para esta região, indicam que para reduzir significativamente os picos dos hidrogramas, não foi preciso recorrer a grandes áreas de armazenamento. Em geral, as bacias de detenção, que foram dimensionadas para a manter o pico do hidrograma igual ou menor ao da situação da pré-urbanização, exigiram em termos de área, menos de 1% da área drenada. Ficou clara a possibilidade que as bacias de detenção tem em promover a manutenção das enchentes naturais. A principal característica para esta ação foi o fato de precisar de pouca área e volume. Basicamente, pôde-se atribuir este comportamento, às características gerais das cheias urbanas, que apresentam volumes pequenos e altas vazões de pico. As simulações mostraram que quanto mais pronunciada for esta tendência, maiores serão os abatimentos. Aproveitou-se o estudo para avaliar o benefício que ter-se-ia com a inclusão destas estruturas, no tocante aos custos com as canalizações a jusante dos reservatórios, sendo verificado que as bacias de detenção reduziram substancialmente os custos com as planejadas redes de drenagem a jusante dos reservatórios.