Consolidação do tempo na memória de longo prazo: fatores facilitadores e interferentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Raquel Cocenas da Silva
Orientador(a): Jose Lino Oliveira Bueno
Banca de defesa: Orlando Francisco Amodeo Bueno, Sylvie Droit-volet, Gilberto Fernando Xavier
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Psicobiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Link de acesso: https://doi.org/10.11606/T.59.2013.tde-24102013-145412
Resumo: A consolidação da memória é um processo que ocorre ao longo do tempo, em que memórias recentes são cristalizadas em memória de longo prazo. As memórias recentes são vulneráveis e passíveis de esquecimento, principalmente na presença de fatores interferentes. Entretanto, a consolidação de eventos com conteúdo emocional sofre menos interferências do que o observado com eventos neutros. O objetivo deste estudo foi investigar experimentalmente os efeitos da emoção e de uma tarefa de interferência sobre a consolidação do tempo na memória de longo prazo. Uma série de três experimentos foi conduzida em um procedimento de generalização temporal, no qual os participantes aprenderam uma duração padrão e imediatamente, ou após 24 horas, julgaram a duração padrão baseada em durações de comparação. No primeiro experimento, os participantes aprenderam uma duração padrão sob o efeito de três condições emocionais: ameaçadora, não ameaçadora e condição neutra, controle. Os julgamentos temporais de longo prazo mostraram que as durações foram melhor recordadas em uma condição emocional do que neutra; isto ocorreu em maior extensão para a condição ameaçadora do que para a condição não ameaçadora. No segundo experimento, foi investigado o processo de consolidação da duração e seus efeitos sobre julgamentos temporais. Uma tarefa de interferência foi introduzida em diferentes atrasos depois da aprendizagem inicial da duração padrão. Os resultados mostraram que os julgamentos temporais de longo prazo foram menos precisos quando a tarefa de interferência foi introduzida 30-45 minutos após a aprendizagem. Esta imprecisão não foi observada quando a memória foi testada imediatamente após a tarefa de interferência sendo encontrado um gradiente temporal do efeito perturbador da interferência dentro da primeira hora após a aprendizagem. O terceiro experimento foi conduzido para examinar o efeito da emoção na memória de longo prazo para duração e sua resistência contra os efeitos da interferência. Os participantes aprenderam uma duração padrão sob duas condições: uma ameaçadora e uma neutra; imediatamente após a aprendizagem, foi introduzida uma tarefa de interferência. Então, 24 horas após, eles julgaram se as durações de comparação eram ou não similares à duração padrão previamente aprendida. Os julgamentos temporais de longo prazo foram mais acurados quando os participantes aprenderam a duração padrão em uma condição emocional. Os resultados desta tese levam a conclusão que as emoções que despertam arousal facilitam a retenção do tempo na memória de longo prazo e são também resistentes aos efeitos da interferência. Por outro lado, a interferência perturba a consolidação do tempo e a memória da duração passa por um processo de consolidação que dura pelo menos uma hora.
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O objetivo deste estudo foi investigar experimentalmente os efeitos da emoção e de uma tarefa de interferência sobre a consolidação do tempo na memória de longo prazo. Uma série de três experimentos foi conduzida em um procedimento de generalização temporal, no qual os participantes aprenderam uma duração padrão e imediatamente, ou após 24 horas, julgaram a duração padrão baseada em durações de comparação. No primeiro experimento, os participantes aprenderam uma duração padrão sob o efeito de três condições emocionais: ameaçadora, não ameaçadora e condição neutra, controle. Os julgamentos temporais de longo prazo mostraram que as durações foram melhor recordadas em uma condição emocional do que neutra; isto ocorreu em maior extensão para a condição ameaçadora do que para a condição não ameaçadora. No segundo experimento, foi investigado o processo de consolidação da duração e seus efeitos sobre julgamentos temporais. Uma tarefa de interferência foi introduzida em diferentes atrasos depois da aprendizagem inicial da duração padrão. Os resultados mostraram que os julgamentos temporais de longo prazo foram menos precisos quando a tarefa de interferência foi introduzida 30-45 minutos após a aprendizagem. Esta imprecisão não foi observada quando a memória foi testada imediatamente após a tarefa de interferência sendo encontrado um gradiente temporal do efeito perturbador da interferência dentro da primeira hora após a aprendizagem. O terceiro experimento foi conduzido para examinar o efeito da emoção na memória de longo prazo para duração e sua resistência contra os efeitos da interferência. Os participantes aprenderam uma duração padrão sob duas condições: uma ameaçadora e uma neutra; imediatamente após a aprendizagem, foi introduzida uma tarefa de interferência. Então, 24 horas após, eles julgaram se as durações de comparação eram ou não similares à duração padrão previamente aprendida. Os julgamentos temporais de longo prazo foram mais acurados quando os participantes aprenderam a duração padrão em uma condição emocional. Os resultados desta tese levam a conclusão que as emoções que despertam arousal facilitam a retenção do tempo na memória de longo prazo e são também resistentes aos efeitos da interferência. Por outro lado, a interferência perturba a consolidação do tempo e a memória da duração passa por um processo de consolidação que dura pelo menos uma hora. Memory consolidation is a process that occurs over time in which new memories are crystallized in long-term memory. Recent memories are vulnerable and susceptible to forgetfulness, especially in the presence of interfering factors. However, emotional events are better retained in long-term memory than neutral events. The aim of this thesis was to experimentally investigate the effects of emotion and interference task on time consolidation in long-term memory. A set of three experiments were conducted in a temporal generalization procedure, in which participants learned a standard duration and immediately, or 24 hours later, they judged the standard duration based in duration comparisons. In experiment one, participants learned a standard duration under three emotional conditions: a threatening, a nonthreatening and a neutral control condition. The long-term temporal judgments showed that durations were recalled better in the emotional than in the neutral condition; this occurred to a greater extent in the threatening than in the nonthreatening condition. In experiment two, it was investigated the consolidation process for duration and its effect on the time judgment. An interference task was introduced at different delays after the initial learning of the standard duration. Results showed long-term temporal judgments less precise when the interference task was introduced 30-45 min after the learning. Disruption was not observed when the memory was tested immediately after the interference task and there was a temporal gradient of the disruptive interference effect within the first hour after learning. The experiment three was conducted to examine the effect of emotion on the long-term memory for duration and its resistance against interference effects. Participants learned a standard duration under two conditions: a threatening and a neutral condition; immediately after the learning, it was introduced an interference task. Then, 24 hours later, they judged whether or not comparison durations were similar to the previously learned standard duration. The long-term temporal judgments were more accurate when participants learned the standard duration in an emotional condition. The findings of this thesis led to the conclusion that arousing emotions facilitate the retention time in long-term memory and are also resistant against interference effects. Instead, the interference disrupts time consolidation, and memory duration undergoes a consolidation process that lasts at least one hour. https://doi.org/10.11606/T.59.2013.tde-24102013-145412info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T20:05:11Zoai:teses.usp.br:tde-24102013-145412Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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