Semiotização da subjetividade contemporânea
Ano de defesa: | 2020 |
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Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-08062020-191229/ |
Resumo: | As ciências humanas, em seus mais distintos campos do saber (Filosofia, Sociologia, Psicanálise, História etc.), têm buscado, cada uma a partir de seus próprios pressupostos teóricos e metodológicos, compreender a subjetividade contemporânea quais práticas podem ser reconhecidas como próprias dessa individualidade; o que a distingue em comparação com o modo de vida anteriormente dominante; a partir de que momento histórico se pode reconhecê-la; qual contexto social favoreceu seu surgimento. Assim, embora também participando desse amplo leque de pesquisas voltadas a esta temática, este trabalho procura, mais especificamente, reconhecer o que há de invariante em meio às tantas interpretações já feitas sobre a subjetividade contemporânea. Nosso objetivo é, a partir de uma teoria como a semiótica, que afinal simula categorias gerais da significação humana, aparar as arestas teóricas específicas de cada área (Psicanálise, Sociologia etc.) em benefício de uma compreensão mais generalizante sobre o assunto. Interessa-nos, em particular, entender de que modo o campo de presença (FONTANILLE; ZILBERBERG, 2001) do sujeito parece ter se reconfigurado na contemporaneidade. Nosso referencial teórico é o da semiótica de linha francesa, em seus desdobramentos tensivos (ZILBERBERG, 2011), principalmente, mas também trazendo à luz categorias narrativas, desenvolvidas no primeiro lustro da semiótica (GREIMAS; COURTÉS, 2012 [1979]). Nosso corpus é composto por análises já feitas, a partir de diferentes áreas das ciências humanas, sobre a subjetividade contemporânea. Assim, apenas a título de exemplo, nos apropriamos de interpretações feitas por filósofos (AGAMBEN, 2005; BAUDRILLARD, 2004, 2011, 2015, 2017; BENJAMIN, 2012; HARVEY, 2014; LIPOVETSKY, 2005 etc.), sociólogos (BAUMAN, 1998, 2001, 2004; SENNETT, 2018; RIESMAN, 1995 etc.), psicanalistas (KEHL, 2015; BIRMAN, 2014; MAIA, 2002), entre outros. Como resultados obtidos, podemos dizer que os analistas, cada um à sua maneira, convergem ao apontar dois vetores como distintivos da subjetividade contemporânea. O primeiro deles seria uma alta velocidade regendo o campo de presença do sujeito, da qual resulta, em termos semióticos, um efeito de temporalidade breve e de espacialidade fechada. De acordo com as premissas do esquematismo tensivo, esperar-se-ia que essa alta velocidade se refletisse de modo tônico para o sujeito. A atonia verificada, porém, nega essa possibilidade de arrebatamento vivido pelo indivíduo. Defendemos, desse modo, a tese de que não se trata simplesmente de um andamento rápido a caracterizar a vivência do sujeito, mas, mais precisamente, daquilo que a semiótica chama de elã da rapidez. Ou seja, assumindo a alta celeridade (notada apenas pelo narrador-analista, mas aparentemente não endossada pelo sujeito analisado) como hábito, o sujeito parece viver tal velocidade com a atonia típica aquilo que nos é rotineiro. Tal proposta repousa, como se pode ver, numa distinção entre os pontos de vista do narrador-analista e do sujeito referido (segundo simulacro dele pelo narrador). Os capítulos do trabalho estão dispostos segundo temas que, em conjunto, formam uma espécie de mapa geral acerca da subjetividade contemporânea. Esta é assumida como efeito de sentido engendrado pelas análises em que nos baseamos. |
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Semiotização da subjetividade contemporâneaSemiotization of contemporaneous subjectivityContemporaneidadeContemporaneitySemióticaSemioticsSignificaçãoSignificationSubjectivitySubjetividadeAs ciências humanas, em seus mais distintos campos do saber (Filosofia, Sociologia, Psicanálise, História etc.), têm buscado, cada uma a partir de seus próprios pressupostos teóricos e metodológicos, compreender a subjetividade contemporânea quais práticas podem ser reconhecidas como próprias dessa individualidade; o que a distingue em comparação com o modo de vida anteriormente dominante; a partir de que momento histórico se pode reconhecê-la; qual contexto social favoreceu seu surgimento. Assim, embora também participando desse amplo leque de pesquisas voltadas a esta temática, este trabalho procura, mais especificamente, reconhecer o que há de invariante em meio às tantas interpretações já feitas sobre a subjetividade contemporânea. Nosso objetivo é, a partir de uma teoria como a semiótica, que afinal simula categorias gerais da significação humana, aparar as arestas teóricas específicas de cada área (Psicanálise, Sociologia etc.) em benefício de uma compreensão mais generalizante sobre o assunto. Interessa-nos, em particular, entender de que modo o campo de presença (FONTANILLE; ZILBERBERG, 2001) do sujeito parece ter se reconfigurado na contemporaneidade. Nosso referencial teórico é o da semiótica de linha francesa, em seus desdobramentos tensivos (ZILBERBERG, 2011), principalmente, mas também trazendo à luz categorias narrativas, desenvolvidas no primeiro lustro da semiótica (GREIMAS; COURTÉS, 2012 [1979]). Nosso corpus é composto por análises já feitas, a partir de diferentes áreas das ciências humanas, sobre a subjetividade contemporânea. Assim, apenas a título de exemplo, nos apropriamos de interpretações feitas por filósofos (AGAMBEN, 2005; BAUDRILLARD, 2004, 2011, 2015, 2017; BENJAMIN, 2012; HARVEY, 2014; LIPOVETSKY, 2005 etc.), sociólogos (BAUMAN, 1998, 2001, 2004; SENNETT, 2018; RIESMAN, 1995 etc.), psicanalistas (KEHL, 2015; BIRMAN, 2014; MAIA, 2002), entre outros. Como resultados obtidos, podemos dizer que os analistas, cada um à sua maneira, convergem ao apontar dois vetores como distintivos da subjetividade contemporânea. O primeiro deles seria uma alta velocidade regendo o campo de presença do sujeito, da qual resulta, em termos semióticos, um efeito de temporalidade breve e de espacialidade fechada. De acordo com as premissas do esquematismo tensivo, esperar-se-ia que essa alta velocidade se refletisse de modo tônico para o sujeito. A atonia verificada, porém, nega essa possibilidade de arrebatamento vivido pelo indivíduo. Defendemos, desse modo, a tese de que não se trata simplesmente de um andamento rápido a caracterizar a vivência do sujeito, mas, mais precisamente, daquilo que a semiótica chama de elã da rapidez. Ou seja, assumindo a alta celeridade (notada apenas pelo narrador-analista, mas aparentemente não endossada pelo sujeito analisado) como hábito, o sujeito parece viver tal velocidade com a atonia típica aquilo que nos é rotineiro. Tal proposta repousa, como se pode ver, numa distinção entre os pontos de vista do narrador-analista e do sujeito referido (segundo simulacro dele pelo narrador). Os capítulos do trabalho estão dispostos segundo temas que, em conjunto, formam uma espécie de mapa geral acerca da subjetividade contemporânea. Esta é assumida como efeito de sentido engendrado pelas análises em que nos baseamos.The Human Sciences have focused on understanding contemporaneous subjectivity in their most distinct fields of knowledge (Philosophy, Sociology, Psychoanalysis, History, etc). Each of them has evolved from their own theoretical and methodological presuppositions enlightening which practices can be recognized as proper from that form of individuality; what distinguishes it compared to the way of life previously dominant; from which historical moment it could be recognized and which context favored its appearance. Although this work also participates of this wide quest of researches aimed at this theme, it searches more specifically for identifying what is invariant among the different interpretations already produced. Deriving from a theory as semiotics that simulates general categories of human signification, our objective is to mend theoretical issues from each area ( Psychoanalysis, Sociology etc.) in benefit of a more generalized comprehension of the matter. Particularly, it interests us to understand the way the presence field (FONTANILLE; ZILBERBERG, 2011) of the individual seems to have been reset in contemporaneity.Our theoretical reference is mainly the French semiotics line and its tensive outcomes (ZILBERBERG, 2011), but also enlightening narrative categories developed in the first development of semiotics ( GREIMAS; COURTÉS, 2012[1979]). Our corpus is composed of analysis already made from the different areas of Human Sciences about the contemporaneous subjectivity. In this sense, to exemplify, we access interpretations made by philosophers (AGAMBEN, 2005; BAUDRILLARD, 2004, 2011, 2015, 2017; BENJAMIN, 2012; HARVEY, 2014; LIPOVETSKY, 2005 etc.), sociologists (BAUMAN, 1998, 2001, 2004; SENNETT, 2018; RIESMAN, 1995 etc.), psychoanalysts (KEHL, 2015; BIRMAN, 2014; MAIA, 2002), among others. As obtained results, we can say that each of the analysts, in their own way, converge to point out two vectors as distinctive of contemporaneous subjectivity. The first of them would be a high speed conducting the presence field of the individual,from which an effect of brief temporality and closed spaciality results in semiotic terms. According to the premises of the tensive schematism, it would have been expected that the high speed reflected in a tonic way to the subject. However, the verified atony denies that possibility of implication lived by the individual. This way, we defend the thesis that it isn\'t simply related to a fast progress to characterize the living of the subject, but, more precisely, the speed force named from semiotics.In other words, assuming a high velocity (noticed only by the narrator-analyst, but apparently not endorsed by the analysed subject) as a habit, the subject semms to live such speed with the typical atony that is routine based. As it can be seen, such propose rests in a distinctions between the view points of the narrator-analyst and the referred subject (according its simulacrum by the narrator). The chapters of the work are sequenced according to themes that form a kind of general map about contemporaneous subjectivity together. That is assumed as a meaning effect engineered by the analysis in which we have relied on.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCampos, Norma Discini deQueiroz, Lucas Porto de2020-04-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-08062020-191229/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-06-09T01:59:01Zoai:teses.usp.br:tde-08062020-191229Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-06-09T01:59:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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