Jovens universitários brasileiros nas linhas de produção japonesas: uma contribuição ao estudo do fenômeno migratório entre o Brasil e o Japão (1908-2008)
Ano de defesa: | 2009 |
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Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Geografia (Geografia Humana)
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
BR
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Link de acesso: | https://doi.org/10.11606/D.8.2009.tde-05082009-163233 |
Resumo: | A partir de meados da década de 1980, teve início o fluxo migratório de nipobrasileiros para o Japão, que ficou conhecido como Movimento Dekasegui. A gênese desse movimento no período mencionado está relacionada, entre outros aspectos, à realidade sócio-econômica diferenciada entre os dois países. O Brasil sentia de maneira profunda os impactos da crise mundial do sistema capitalista iniciada na década de 70 que, entre outros efeitos, aumentou significativamente a taxa de desemprego no país. O Japão, berço das inovações tecnológicas correspondentes ao período pós-fordista, via seu desenvolvimento econômico comprometido pela falta de mão-de-obra para suas indústrias em expansão. Houve, portanto, um encontro de interesses entre as partes que culminou com o início do movimento. A reforma da Lei de Imigração do Japão de 1990, que passa a autorizar descendentes dos imigrantes japoneses até a segunda geração, ou seja, os niseis e sanseis (e seus cônjuges) a ingressarem legalmente no país para trabalhar, abre caminho para o vertiginoso crescimento do movimento, atualmente representado por cerca de 350.000 brasileiros trabalhando no Japão. No final da década de 1990, contudo, o movimento dekasegui apresenta sinais de enfraquecimento, devido à redução dos ingressantes no mesmo. Em outras palavras, parece que os nipo-brasileiros suscetíveis à experiência imigratória no Japão estavam se esgotando. Nesse contexto, passamos a visualizar as estratégias das empresas contratadoras para atrair um novo segmento da comunidade nipo-brasileira, até então pouco envolvido no movimento: os jovens universitários. Sob a fachada de programa de férias, estágio ou algo parecido, a inserção desses jovens no movimento dekasegui tem crescido a cada dia, revelando uma das especificidades do fenômeno dekasegui, que são as constantes transformações em sua dinâmica. Para a compreensão dessa dinâmica, contudo, passamos a reconhecer principalmente a partir da realização de pesquisa de campo no Japão em julho de 2006 que além das motivações econômicas e macro-estruturais do movimento, existem também as motivações subjetivas dos imigrantes nipo-brasileiros, pois tratase de imigrar para o país dos antepassados. Ou seja, existem elementos subjetivos simbólicos, afetivos e identitários dos nipo-brasileiros envolvidos nesse movimento que, entre outros aspectos, têm legitimado a aceitação resignada de postos de trabalho sujos, perigosos e pesados por esses trabalhadores. |
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info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis Jovens universitários brasileiros nas linhas de produção japonesas: uma contribuição ao estudo do fenômeno migratório entre o Brasil e o Japão (1908-2008) Young Brazilian university students in Japanese production lines: a contribution to the study of migration between Brazil and Japan (1908-2008) 2009-02-16Margarida Maria de AndradeLea FrancesconiReimei YoshiokaWilliam Kyoshi FugiiUniversidade de São PauloGeografia (Geografia Humana)USPBR Arubaito Arubaito Centenário Centennial celebration Dekasegui Dekasegui Japan Japão Migração Migration A partir de meados da década de 1980, teve início o fluxo migratório de nipobrasileiros para o Japão, que ficou conhecido como Movimento Dekasegui. A gênese desse movimento no período mencionado está relacionada, entre outros aspectos, à realidade sócio-econômica diferenciada entre os dois países. O Brasil sentia de maneira profunda os impactos da crise mundial do sistema capitalista iniciada na década de 70 que, entre outros efeitos, aumentou significativamente a taxa de desemprego no país. O Japão, berço das inovações tecnológicas correspondentes ao período pós-fordista, via seu desenvolvimento econômico comprometido pela falta de mão-de-obra para suas indústrias em expansão. Houve, portanto, um encontro de interesses entre as partes que culminou com o início do movimento. A reforma da Lei de Imigração do Japão de 1990, que passa a autorizar descendentes dos imigrantes japoneses até a segunda geração, ou seja, os niseis e sanseis (e seus cônjuges) a ingressarem legalmente no país para trabalhar, abre caminho para o vertiginoso crescimento do movimento, atualmente representado por cerca de 350.000 brasileiros trabalhando no Japão. No final da década de 1990, contudo, o movimento dekasegui apresenta sinais de enfraquecimento, devido à redução dos ingressantes no mesmo. Em outras palavras, parece que os nipo-brasileiros suscetíveis à experiência imigratória no Japão estavam se esgotando. Nesse contexto, passamos a visualizar as estratégias das empresas contratadoras para atrair um novo segmento da comunidade nipo-brasileira, até então pouco envolvido no movimento: os jovens universitários. Sob a fachada de programa de férias, estágio ou algo parecido, a inserção desses jovens no movimento dekasegui tem crescido a cada dia, revelando uma das especificidades do fenômeno dekasegui, que são as constantes transformações em sua dinâmica. Para a compreensão dessa dinâmica, contudo, passamos a reconhecer principalmente a partir da realização de pesquisa de campo no Japão em julho de 2006 que além das motivações econômicas e macro-estruturais do movimento, existem também as motivações subjetivas dos imigrantes nipo-brasileiros, pois tratase de imigrar para o país dos antepassados. Ou seja, existem elementos subjetivos simbólicos, afetivos e identitários dos nipo-brasileiros envolvidos nesse movimento que, entre outros aspectos, têm legitimado a aceitação resignada de postos de trabalho sujos, perigosos e pesados por esses trabalhadores. From the mid-80s, the Nippo-Brazilian migratory flow to Japan began in the dynamics that became known as Dekasegui Movement. The genesis of this movement in such period is related, among other aspects, to different social and economic reality between both countries. Brazil deeply experienced the impacts of the global crisis of the capitalist system of the 70s, which, among other effects, increased signficantly the unemployment rate in the country. Japan, which was the cradle of the technological innovations corresponding to the post-fordist period, realized that its economic development was affected by the lack of labor for its industries in expansion. There were, therefore, common interests between the parties, which culminated with the beginning of the dynamics. The reform of the Japanese Immigration Law of 1990, which starts to authorize descendants of Japanese immigrants until the second generation, i.e., niseis and sanseis (and their spouses) to enter legally in Japan to work, clears the way to a very fast growth of the development, presently represented by about 350,000 Brazilians working in Japan. At the end of the 90s, however, the dekasegui movement presented signs of weakness because of the reduction of people joining it. In other words, it seemed that the Nippo-Brazilians susceptible to the immigration experience in Japan were dwindling. In this context, we start to visualize the strategies of contracting companies to attract a new segment of Nippo-Brazilian communities that, up to that time, were not so involved in the movement: young universitarians. Behind the façade of vacation programs, internships or the like, the insertion of these young people in the dekasegui movement has increased day by day, revealing one of the peculiarities of the dekasegui phenomenum, which is the continuous transformation in its dynamics. In order to understand such dynamics, however, we recongnized specially based on the field research in Japan, in July 2006 that besides the economic and macrostructural motivations of the movement, there are also subjective motivations. of the Nippo-Brazilian immigrants, since it is a matter of immigrating to the country of the ancestors. In other words, there are subjective elements symbolic, affective and identity of the Nippo-Brazilians involved in the movement which, among other aspects, have legitimated a resigned acceptance of the dirty, dangerous and heavy work position by these workers. https://doi.org/10.11606/D.8.2009.tde-05082009-163233info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:16:17Zoai:teses.usp.br:tde-05082009-163233Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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