Os modelos explicativos do transplante de células tronco-hematopoéticas na visão de um grupo de pacientes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Fabiane Bis Caetano
Orientador(a): Marcia Maria Fontao Zago
Banca de defesa: Lucila Castanheira Nascimento, Manoel Antonio dos Santos
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Enfermagem Fundamental
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Link de acesso: https://doi.org/10.11606/D.22.2009.tde-07102009-153550
Resumo: A pessoa com distúrbios hematológicos demonstra desarranjos físicos, emocionais e sociais. Assim, atuar nesta área é estar disposta a cuidar do indivíduo, percebendo e intervindo precocemente nas alterações manifestadas. Os tratamentos para as patologias hematológicas podem ser feitos pela radioterapia, quimioterapia e o transplante de células tronco hematopoéticas (TCTH). Na maioria dos casos, a combinação destas modalidades terapêuticas faz-se necessária para o alcance do controle da doença. Após ser submetido à quimioterapia e/ou radioterapia o paciente é encaminhado para o TCTH almejando-se a cura. Estes tratamentos são altamente agressivos, acarretando prejuízos em todas as dimensões da vida do doente. A compreensão da trajetória da pessoa acometida por uma doença, desde o início dos sinais e sintomas até as perspectivas para o futuro, identificando suas idéias e condutas na luta pela sobrevivência, parte do entendimento do contexto sociocultural em que está inserida. Nessa perspectiva, o objetivo deste estudo foi identificar os modelos explicativos (MEs) para o TCTH alogênico aparentado, na visão de um grupo de pacientes. Para o seu alcance, estabelecemos como base teórica a antropologia médica, o método do estudo de caso qualitativo e a técnica de análise de conteúdo indutivo. Participaram deste estudo 11 pacientes, sendo três com leucemia mielóide aguda, quatro com leucemia mielóide crônica, dois com leucemia linfóide aguda e dois com anemia aplástica grave. As seis mulheres e os cinco homens formam um grupo de adultos em idade produtiva e suas características sociais mostram que são pessoas oriundas da classe social popular. Realizamos entrevistas semi-estruturadas, norteada por questões que integram a construção dos modelos explicativos. Posteriormente compilamos cada uma das entrevistas e seguimos para a análise de dados que se realizou em duas etapas. Reunimos as entrevistas e após várias leituras elencamos as categorias temáticas: da trajetória da doença ao tratamento especializado, os sentidos dados à doença e aos tratamentos, o lidar com a doença e os tratamentos e a vida após os tratamentos. Por estas categorias apreendemos os diversos elementos constitutivos dos modelos explicativos do adoecer e do submeter-se ao TCTH alogênico, onde evidenciamos a influência da cultura em que estão inseridos os participantes. Os entrevistados retrataram os sinais e sintomas da doença, a percepção do estar doente e suas causas, a difícil busca pela assistência à saúde, os tratamentos caseiros, a necessidade das terapêuticas, a existência de um doador compatível, as complicações e suas consequências, as dificuldades financeiras, os cuidados e as mudanças no modo de vida após os tratamentos e as perspectivas de futuro. Concluímos que a cultura é um sistema de referência para as pessoas de um grupo social, que fornece formas de pensar e agir sobre uma determinada situação ou evento. Evidenciamos exemplos da trajetória percorrida pelos participantes em busca da cura, almejando instigar os profissionais da saúde, em especial à equipe de enfermagem, que cuidam destes pacientes a olhá-los em todas as suas dimensões da vida, desejando um cuidado integral e diferenciado, integrando conhecimentos culturais ao modelo biomédico.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis Os modelos explicativos do transplante de células tronco-hematopoéticas na visão de um grupo de pacientes Explanatory models for hematopoietic stem cell transplantation according to a group of patients. 2009-09-11Marcia Maria Fontao ZagoLucila Castanheira NascimentoManoel Antonio dos SantosFabiane Bis CaetanoUniversidade de São PauloEnfermagem FundamentalUSPBR Bone Marrow Transplantation Cultura Culture Doenças Hematológicas Enfermagem. Hematologic Diseases Neoplasias Neoplasms Nursing. Transplante de Medula Óssea A pessoa com distúrbios hematológicos demonstra desarranjos físicos, emocionais e sociais. Assim, atuar nesta área é estar disposta a cuidar do indivíduo, percebendo e intervindo precocemente nas alterações manifestadas. Os tratamentos para as patologias hematológicas podem ser feitos pela radioterapia, quimioterapia e o transplante de células tronco hematopoéticas (TCTH). Na maioria dos casos, a combinação destas modalidades terapêuticas faz-se necessária para o alcance do controle da doença. Após ser submetido à quimioterapia e/ou radioterapia o paciente é encaminhado para o TCTH almejando-se a cura. Estes tratamentos são altamente agressivos, acarretando prejuízos em todas as dimensões da vida do doente. A compreensão da trajetória da pessoa acometida por uma doença, desde o início dos sinais e sintomas até as perspectivas para o futuro, identificando suas idéias e condutas na luta pela sobrevivência, parte do entendimento do contexto sociocultural em que está inserida. Nessa perspectiva, o objetivo deste estudo foi identificar os modelos explicativos (MEs) para o TCTH alogênico aparentado, na visão de um grupo de pacientes. Para o seu alcance, estabelecemos como base teórica a antropologia médica, o método do estudo de caso qualitativo e a técnica de análise de conteúdo indutivo. Participaram deste estudo 11 pacientes, sendo três com leucemia mielóide aguda, quatro com leucemia mielóide crônica, dois com leucemia linfóide aguda e dois com anemia aplástica grave. As seis mulheres e os cinco homens formam um grupo de adultos em idade produtiva e suas características sociais mostram que são pessoas oriundas da classe social popular. Realizamos entrevistas semi-estruturadas, norteada por questões que integram a construção dos modelos explicativos. Posteriormente compilamos cada uma das entrevistas e seguimos para a análise de dados que se realizou em duas etapas. Reunimos as entrevistas e após várias leituras elencamos as categorias temáticas: da trajetória da doença ao tratamento especializado, os sentidos dados à doença e aos tratamentos, o lidar com a doença e os tratamentos e a vida após os tratamentos. Por estas categorias apreendemos os diversos elementos constitutivos dos modelos explicativos do adoecer e do submeter-se ao TCTH alogênico, onde evidenciamos a influência da cultura em que estão inseridos os participantes. Os entrevistados retrataram os sinais e sintomas da doença, a percepção do estar doente e suas causas, a difícil busca pela assistência à saúde, os tratamentos caseiros, a necessidade das terapêuticas, a existência de um doador compatível, as complicações e suas consequências, as dificuldades financeiras, os cuidados e as mudanças no modo de vida após os tratamentos e as perspectivas de futuro. Concluímos que a cultura é um sistema de referência para as pessoas de um grupo social, que fornece formas de pensar e agir sobre uma determinada situação ou evento. Evidenciamos exemplos da trajetória percorrida pelos participantes em busca da cura, almejando instigar os profissionais da saúde, em especial à equipe de enfermagem, que cuidam destes pacientes a olhá-los em todas as suas dimensões da vida, desejando um cuidado integral e diferenciado, integrando conhecimentos culturais ao modelo biomédico. People with hematologic disorders face physical, emotional and social alterations. Thus, acting in this area means to be willing to care for the individual, precociously perceiving and intervening in the revealed changes. Hematologic pathologies can be treated by radiotherapy, chemotherapy and hematopoietic stem cell transplantation (HSCT). In most cases, the combination of these types of therapy is needed to control the disease. After undergoing chemotherapy and/or radiotherapy the patient is subject to HSCT, aiming the cure. These treatments are highly aggressive, causing damages in all dimensions of patients lives. Understanding patients sociocultural context is necessary to comprehend the trajectory of someone affected by a disease, since the beginning of the signs and symptoms up to the perspectives for the future, identifying their ideas and behaviors in the fight for survival. In this way, this study aimed to identify the explanatory models (EMs) for allogeneic HSCT of related donors, in the view of a group of patients. In order to achieve this, the medical anthropology, the qualitative case study method and the inductive content analysis technique were established as theoretical bases. Eleven patients participated in the study, three with acute myeloid leukemia, four with chronic myeloid leukemia, two with acute lymphoid leukemia and two with severe aplastic anemia. The six women and five men are adults at reproductive age and their social characteristics show they are from the lower social class. Semi-structured interviews guided by questions that are part of the construction of the explanatory models were carried. Afterwards the interviews were compiled and analyzed in a two-phase data analysis. Interviews were gathered and after several readings, the following thematic categories were listed: from the trajectory of the disease to specialized treatment, the meanings given to the disease and treatments, dealing with the disease and treatments, and life after treatments. Different elements of the explanatory models of becoming ill and undergoing allogeneic HSCT emerged from these categories. The influence of participants cultural context was evidenced. Interviewed subjects reported the signs and symptoms of the disease, the perception of being ill and its causes, the difficult search for health care, home treatments, the need of medications, the existence of a compatible donor, complications and their consequences, the financial difficulties, care and changes in the lifestyle after treatments and the perspectives of future. It is concluded culture is a reference system to people from a social group, which provides ways of thinking and acting about a certain situation or event. Examples of the trajectory followed by the participants in the search for care is evidenced, aiming to motivate health professionals, specially from the nursing team, who delivery care to these patients, to look them in all dimensions of their lives, to provide a comprehensive and differentiated care, integrating cultural knowledge to the biomedical model. https://doi.org/10.11606/D.22.2009.tde-07102009-153550info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:24:40Zoai:teses.usp.br:tde-07102009-153550Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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