Caracterização clínico-radiológica da apatia pós-acidente vascular cerebral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Castro, Rodrigo de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17161/tde-23082020-102841/
Resumo: INTRODUÇÃO: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda maior causa de morte e incapacidade em todo o mundo. A evolução do tratamento agudo nas últimas duas décadas levou a diminuição da mortalidade associada ao AVC e aumento na taxa de sobreviventes com incapacidade leve a moderada. Tradicionalmente, as pesquisas sobre os prejuízos funcionais após o AVC e os cuidados com as sequelas do AVC tem focado nos déficits motores e sensoriais, nos distúrbios de linguagem, na negligência viso espacial e no comprometimento da vida diária. No entanto, o acompanhamento a longo prazo dos sobreviventes do AVC mostra que uma proporção substancial desses indivíduos também é afetada por sofrimento psíquico e numerosos transtornos neuropsiquiátricos. As complicações psiquiátricas do AVC são pouco reconhecidas e tratadas, apesar das crescentes evidências dos efeitos benéficos das intervenções farmacológicas e comportamentais disponíveis. Além disso, as doenças mentais secundárias ao AVC frequentemente impedem que os pacientes retornem à sua vida habitual e aumentam o risco de morte ou de desenvolver outras doenças mentais ou físicas crônicas. Neste contexto, depressão pós-AVC (DPA) e a apatia pós-AVC (APA) são sintomas neuropsiquiátricos frequentes após o AVC, com taxas de prevalência estimadas entre 30 e 40%, respectivamente, nos primeiros meses após o AVC. Este estudo objetiva avaliar a frequência de apatia em pacientes pós-AVC, com a hipótese de que a APA é mais prevalente nos pacientes com demência vascular. METODOS: Avaliamos consecutivamente 100 indivíduos adultos em seguimento pós-AVC no HC/FMRP-USP e no HSH/GYN de Junho de 2017 a Agosto de 2018. Foi utilizada uma bateria sistematizada de avaliação clínica, cognitiva e de neuroimagem. RESULTADOS: Cinquenta e seis pacientes (56%) eram do sexo masculino, com idade média de 65,8 ± 12,8 anos. Ao todo, dezenove indivíduos (19%) possuíam APA e 38(38%) DPA. Observamos uma maior frequência de pacientes com Demência Vascular no grupo com APA 9(47,36%) em relação ao grupo DPA 13(34,21%) p=0,003, e observou-se maior comprometimento de atividades instrumentais nos grupos APA e DPA com escores elevados na escala IADL (p<0,01). CONCLUSÕES: Apatia é um distúrbio neuropsiquiátrico frequente após acidente vascular cerebral e está frequentemente associado ao diagnóstico de Demência Vascular.
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As complicações psiquiátricas do AVC são pouco reconhecidas e tratadas, apesar das crescentes evidências dos efeitos benéficos das intervenções farmacológicas e comportamentais disponíveis. Além disso, as doenças mentais secundárias ao AVC frequentemente impedem que os pacientes retornem à sua vida habitual e aumentam o risco de morte ou de desenvolver outras doenças mentais ou físicas crônicas. Neste contexto, depressão pós-AVC (DPA) e a apatia pós-AVC (APA) são sintomas neuropsiquiátricos frequentes após o AVC, com taxas de prevalência estimadas entre 30 e 40%, respectivamente, nos primeiros meses após o AVC. Este estudo objetiva avaliar a frequência de apatia em pacientes pós-AVC, com a hipótese de que a APA é mais prevalente nos pacientes com demência vascular. METODOS: Avaliamos consecutivamente 100 indivíduos adultos em seguimento pós-AVC no HC/FMRP-USP e no HSH/GYN de Junho de 2017 a Agosto de 2018. Foi utilizada uma bateria sistematizada de avaliação clínica, cognitiva e de neuroimagem. RESULTADOS: Cinquenta e seis pacientes (56%) eram do sexo masculino, com idade média de 65,8 ± 12,8 anos. Ao todo, dezenove indivíduos (19%) possuíam APA e 38(38%) DPA. Observamos uma maior frequência de pacientes com Demência Vascular no grupo com APA 9(47,36%) em relação ao grupo DPA 13(34,21%) p=0,003, e observou-se maior comprometimento de atividades instrumentais nos grupos APA e DPA com escores elevados na escala IADL (p<0,01). CONCLUSÕES: Apatia é um distúrbio neuropsiquiátrico frequente após acidente vascular cerebral e está frequentemente associado ao diagnóstico de Demência Vascular.INTRODUCTION: Stroke is the second leading cause of death and disability worldwide. The evolution of acute treatment over the past two decades has led to decreased stroke-associated mortality and increased rates of survivors with mild to moderate disability. Traditionally, research on functional impairment after stroke and stroke sequelae care has focused on motor and sensory deficits, language disorders, visual-space neglect and impairment of daily life. However, long-term follow-up of stroke survivors shows that a substantial proportion of these individuals are also affected by psychological distress and numerous neuropsychiatric disorders. The psychiatric complications of stroke are underacknowledged and undertreated, despite growing evidence of the beneficial effects of available pharmacological and behavioral interventions. In addition, mental illness secondary to stroke often prevents patients from returning to their usual life and increases the risk of death or other chronic mental or physical illness. Post-stroke depression (PSD) and post-stroke apathy (PSA) are common neuropsychiatric symptoms after stroke, with estimated prevalence rates between 30 and 40%, respectively, in the first months after stroke. This study aims to evaluate the frequency of apathy in post stroke patients, with the hypothesis that APA is more prevalent in patients with vascular dementia. METHODS: We consecutively evaluated 100 post-stroke adult individuals at HC/FMRP-USP and HSH/GYN from June 2017 to August 2018. A systematic battery of clinical, cognitive and neuroimaging assessment was used. RESULTS: Fifty-six patients (56%) were male, with a mean age of 65.8 ± 12.8 years. In all, nineteen individuals (19%) had PSA and 38 (38%) PSD. We observed a higher frequency of patients with Vascular Dementia in the PSA 9 group (47.36%) compared to the PSD group 13(34.21%) p = 0.003, and greater impairment of instrumental activities in the PSA and PSD groups with high IADL scores p <0.01. CONCLUSIONS: Apathy is a common neuropsychiatric disorder following stroke, and is frequently associated with evolution to vascular dementia.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPontes Neto, Octávio MarquesCastro, Rodrigo de Souza2020-05-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17161/tde-23082020-102841/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-09T13:16:04Zoai:teses.usp.br:tde-23082020-102841Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-09T13:16:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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