Representações sociais das pessoas idosas sobre a infodemia e suas repercussões em tempos de covid-19

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: Djinan, Alice Regina Felipe Silva
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Aged; COVID-19; Idoso; Infodemia; Infodemic; Mental Health; Psychological Model; Representações Sociais; Saúde Mental
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-24022025-143438/

Introdução: A pandemia de covid-19 acarretada pelo vírus SARS-CoV-2, de alta transmissão entre a população, afetou principalmente as pessoas idosas, sendo necessários o isolamento e restrição social. Além disso, houve um excesso de informações sobre a pandemia nos diferentes meios de comunicação, fenômeno da infodemia, acarretando modificações no cotidiano das pessoas idosas, afetando negativamente a saúde mental desta população. Neste cenário, a Teoria das Representações Sociais colaborou na compreensão do fenômeno analisado, a partir dos aspectos psicossociológicos, culturais, das condições de vida e das vivências das pessoas idosas na sociedade, permitindo identificar comportamentos e atitudes frente ao contexto social vivenciado, bem como a forma de comunicação adotada entre os indivíduos. Objetivo: Apreender as representações sociais das pessoas idosas sobre as repercussões da infodemia durante a pandemia de covid-19. Método: Estudo exploratório, descritivo e de abordagem qualitativa embasada na Teoria das Representações Sociais. O estudo fez parte do projeto Infodemia de COVID-19 e suas repercussões sobre a saúde mental de idosos: estudo multicêntrico Brasil, Portugal, Espanha, México, Chile e Peru, realizado entre dezembro de 2021 e maio de 2022, com pessoas idosas de 60 anos ou mais da cidade de São Paulo, de ambos os sexos, que viviam no domicílio, com capacidade de responder a questionamentos de forma autônoma e com acesso à Internet. Realizaram-se 43 entrevistas por meio de plataforma virtual, que foram gravadas, transcritas e organizadas em um banco de dados, e analisadas com auxílio do software Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires. Na análise foi utilizada a técnica de análise de conteúdo temático categorial e a Teoria das Representações Sociais para respaldar os achados do estudo. O corpus textual foi analisado por meio do método Reinert e, a partir da Classificação Hierárquica Descendente, definiram-se as classes. Ademais, utilizou-se a análise de similitude para gerar a árvore máxima do corpus textual. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Resultados: Quanto à caracterização dos participantes, houve predomínio do sexo feminino (93%), na faixa etária de 60-69 anos (81,4%), casadas (58,1%), brancas (90,7%) e com nível de ensino superior (37,2%). O dendograma evidenciou quatro classes temáticas: Classe 3 Busca por informações sobre a covid-19; Classe 1 Hesitação sobre as informações divulgadas durante a pandemia; Classe 4 Representações sociais sobre alterações da rotina diária da pessoas idosa na pandemia; e Classe 2 Sentimentos vivenciados pelas pessoas idosas durante a pandemia. A árvore máxima trouxe como núcleo central a comunidade Saber interligada com outras comunidades importantes, como Todo, Gente, Dar e Casa. Considerações finais: Os sentidos associados nas representações indicaram que, mesmo diante de um cenário de crise pandêmica e do excesso de informações, foi possível se readaptar, dependendo das condições socioeconômicas, culturais e espirituais, embora custos emocionais, como estresse e ansiedade, possam ter sido gerados.