Aprendizado motor em crianças e adultos normais: semelhanças e diferenças
Ano de defesa: | 2007 |
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Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Não Informado pela instituição
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Departamento: |
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-28052008-081151/ |
Resumo: | O aprendizado é a base do comportamento motor humano. Através dele habilidades são adquiridas e aperfeiçoadas com o treino, permitindo uma melhor interação com o meio. Em casos de lesão do sistema nervoso isto se torna ainda mais importante, já que muitas das funções são perdidas e devem ser reaprendidas dentro de um novo contexto. Sendo assim, estudos sobre a aprendizagem podem contribuir muito com a prática clínica, permitindo um aprimoramento dos programas de reabilitação. Apesar do grande interesse nessa área, pouco ainda se sabe sobre esse processo, especialmente durante o desenvolvimento, no qual diferenças estruturais e funcionais (especialmente relacionadas a funções cognitivas) são encontradas. Por ser a aprendizado resultado de modificações nas conexões entre diferentes estruturas cerebrais, e por estas alcançarem a maturidade apenas na segunda década de vida, é plausível supor-se que existam diferenças neste processo entre adultos e crianças. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi investigar se há diferenças no processo de aprendizagem motora entre crianças de 09 e 10 anos e adultos, e assim identificar possíveis aspectos sensoriais, motores e cognitivos que estariam contribuindo para essa diferença. Para tanto foi comparado o desempenho, em ternos de velocidade, entre 20 crianças com idade entre 9 e 10 anos (9.6+0.50) e 20 adultos jovens (26.7+3.77) em uma tarefa de oposição de dedos. Foi considerada a capacidade de realizar movimentos independentemente da ordem e de executá-los numa seqüência específica, a qual foi submetida a treinamento (4 blocos de 600 movimentos cada). Cada grupo foi dividido em duas condições de treinamento: com e sem visão, a fim de avaliarmos o quanto informações perceptuais influenciam no processo. Foram realizadas avaliações antes e após o treinamento, além de reavaliações semanais até 28 dias depois do 6 treinamento. Comparamos ainda o desempenho entre a seqüência treinada e uma seqüência controle, para verificarmos se haveria generalização do aprendizado. Os resultados analisados, por meio da Análise Multivariada para medidas repetidas, demonstraram que ambos os grupos beneficiaram-se do treinamento, com melhora do desempenho para seqüência treinada que se manteve até 28 dias após o treino, evidenciando o aprendizado da tarefa. No entanto, apesar de crianças serem capazes de realizar movimentos de oposição de dedos na mesma velocidade do que os adultos, apresentam prejuízo ao realizá-los numa ordem específica, o que poderia ser explicado por diferenças na formação de modelos internos de movimento mais do que na capacidade de execução da tarefa. Esta hipótese pôde ser confirmada pelas diferenças encontradas na capacidade de generalização do aprendizado, onde crianças apresentaram prejuízo em relação aos adultos. O treinamento com e sem visão não influenciou significativamente no desempenho desta tarefa tanto para adultos quanto para crianças, embora possam existir diferenças na utilização dessa informação para o processo de aprendizagem. Nossos resultados podem ser explicados por diferenças na capacidade de construção e consolidação de modelos internos de movimento, processo no qual a cognição exerce papel fundamental. Na prática clínica, especialmente com crianças, isto levaria a uma maior valorização dos aspectos cognitivos da tarefa, mais do puramente a realização do treinamento motor. |
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Por ser a aprendizado resultado de modificações nas conexões entre diferentes estruturas cerebrais, e por estas alcançarem a maturidade apenas na segunda década de vida, é plausível supor-se que existam diferenças neste processo entre adultos e crianças. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi investigar se há diferenças no processo de aprendizagem motora entre crianças de 09 e 10 anos e adultos, e assim identificar possíveis aspectos sensoriais, motores e cognitivos que estariam contribuindo para essa diferença. Para tanto foi comparado o desempenho, em ternos de velocidade, entre 20 crianças com idade entre 9 e 10 anos (9.6+0.50) e 20 adultos jovens (26.7+3.77) em uma tarefa de oposição de dedos. Foi considerada a capacidade de realizar movimentos independentemente da ordem e de executá-los numa seqüência específica, a qual foi submetida a treinamento (4 blocos de 600 movimentos cada). 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No entanto, apesar de crianças serem capazes de realizar movimentos de oposição de dedos na mesma velocidade do que os adultos, apresentam prejuízo ao realizá-los numa ordem específica, o que poderia ser explicado por diferenças na formação de modelos internos de movimento mais do que na capacidade de execução da tarefa. Esta hipótese pôde ser confirmada pelas diferenças encontradas na capacidade de generalização do aprendizado, onde crianças apresentaram prejuízo em relação aos adultos. O treinamento com e sem visão não influenciou significativamente no desempenho desta tarefa tanto para adultos quanto para crianças, embora possam existir diferenças na utilização dessa informação para o processo de aprendizagem. Nossos resultados podem ser explicados por diferenças na capacidade de construção e consolidação de modelos internos de movimento, processo no qual a cognição exerce papel fundamental. Na prática clínica, especialmente com crianças, isto levaria a uma maior valorização dos aspectos cognitivos da tarefa, mais do puramente a realização do treinamento motor.The learning process is the base of the human behavior motor. By means of its abilities are acquired and improved by the training, allowing a better interaction with the half. In brain lesion cases this even becomes important, since many functions are conceded and should be relearned inside a new context. Being this way, studies on the learning can contribute a lot for the practice practises, allowing the rehabilitation programs refinement. In spite of the great interest in this area, little still knows about that process, especially during the development, in which structural and functional differences (especially related the cognitive functions) are found. Considering the learning as the result of modifications in the connections between different cerebral structures, and for these reach the maturity just in the life Monday decade, is plausible to suppose that there are differences in this process between adults and children. Being this way, the goal of this study was to investigate there are differences in the process of motive learning between children of 9 and 10 years and adult, and this way, identify possible sensory aspects, motors and cognitive that would be contributing for these possible differences.To reach such goal was compared the performance, by speed, come in 20 children with age between 9 and 10 years (9.6+0.50) and 20 young adults (26.7+3.77) in a fingers opposition task. It was considered the capacity of accomplishing actions regardless of the order and of executing them in a specific sequence, trained by means of 4 blocks of 600 movements, performed in an unique session. Each group was divided into two training terms: With and without vision, in order to evaluate the how much visual information influence in the process. They were performed evaluations before and after the training, besides weekly revaluations up to 28 days after the training. Still compared the performance between trained sequence and a sequence control, to 8 verify there would be learning generalization. The analyzed results, by means of ANOVA for repeated measures, demonstrated that both groups they benefited of the training, with performance improvement for trained sequence that was kept up to 28 days after the training, evidencing task learning consolidation. However, it verified that the training effect on the ability to speed up of opposition of independent fingers of an order specifies is the same between adults and children, in contrast with the training effect on the ability to speed up of the fingers opposition actions inside an order pre-established, where children they present significantly prejudiced in comparison to adults, particularly the ones that trained without vision. These differences could be explained by deficiencies in the action internal models formation more than in the task execution capacity. This hypothesis could be confirmed by the differences found in the learning generalization capacity, where children presented prejudice regarding the adults. This way, the differences in the learning process between adults and children found in the current study can be explained by differences in the capacity of movement internal models construction and consolidation, process in which the cognition exercises fundamental role. In the clinical practice, especially with children, this would carry to a task cognitive aspects larger valorization, more of the purely the training motor accomplishment.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPiemonte, Maria Elisa PimentelPalazzin, Alessandra2007-11-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-28052008-081151/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:55Zoai:teses.usp.br:tde-28052008-081151Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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