Desenvolvimento embrionário e a evolução da fossorialidade nos lagartos da tribo Gymnophthalmini (Squamata, Gymnophthalmidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Juliana Gusson Roscito
Orientador(a): Miguel Trefaut Urbano Rodrigues
Banca de defesa: Marcelo Rodrigues de Carvalho, Tiana Kohlsdorf, Chao Yun Irene Yan, Hussam El Dine Zaher
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Ciências Biológicas (Zoologia)
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Link de acesso: https://doi.org/10.11606/T.41.2010.tde-02022011-172520
Resumo: A história evolutiva da tribo Gymnophthalmini (família Gymnophthalmidae) é caracterizada por modificações morfológicas relacionadas à evolução de planos corpóreos serpentiformes adaptados à vida fossorial. As adaptações apresentadas por estas espécies (especialmente o alongamento do corpo e a redução dos membros) são frequentemente observadas em diversos outros grupos de Squamata. A formação do padrão corpóreo é coordenada por uma rede de regulação complexa que atua durante o desenvolvimento embrionário e, muitas vezes, mudanças sutis nesta rede podem resultar em alterações fenotípicas drásticas, levando à mudanças evolutivas nas formas corpóreas. Neste contexto, o grupo Squamata é um ótimo modelo de pesquisa para estudos sobre a evolução das formas, já que diversas espécies apresentam morfologias fossoriais semelhantes (e independentes, do ponto de vista filogenético) que podem ter se originado a partir de mecanismos de desenvolvimento comuns, mostrando uma certa direcionalidade das pressões seletivas que agem sob os possíveis caminhos de desenvolvimento. Este trabalho analisa o desenvolvimento dos embriões de cinco espécies da tribo Gymno-phthalmini (Procellosaurinus tetradactylus, Vanzosaura rubricauda, Psilophthalmus paeminosus, Nothobachia ablephara e Calyptommatus sinebrachiatus), estabelecendo critérios para a determinação de estágios embrionário a partir da morfologia externa e analisando o desenvolvimento dos elementos de sustentação do crânio e dos esqueletos axial e apendicular de forma comparada, relacionando a morfologia ao hábito de vida. O hábito fossorial impõe pressões significativas ao corpo do animal, que apresenta modificações osteológicas para suportar tais pressões, como um crânio robusto, com elementos organizados de forma a proteger o encéfalo dos impactos da locomoção subterrânea, corpo alongado adaptado à locomoção por movimentos ondulatórios e membros reduzidos que não participam ativamente da movimentação. Também são apresentados dados preliminares sobre os possíveis processos responsáveis pela redução dos membros e pelo alongamento do corpo nas espécies fossoriais, relacionando as modificações do desenvolvimento à evolução do plano corpóreo serpentiforme.
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As adaptações apresentadas por estas espécies (especialmente o alongamento do corpo e a redução dos membros) são frequentemente observadas em diversos outros grupos de Squamata. A formação do padrão corpóreo é coordenada por uma rede de regulação complexa que atua durante o desenvolvimento embrionário e, muitas vezes, mudanças sutis nesta rede podem resultar em alterações fenotípicas drásticas, levando à mudanças evolutivas nas formas corpóreas. Neste contexto, o grupo Squamata é um ótimo modelo de pesquisa para estudos sobre a evolução das formas, já que diversas espécies apresentam morfologias fossoriais semelhantes (e independentes, do ponto de vista filogenético) que podem ter se originado a partir de mecanismos de desenvolvimento comuns, mostrando uma certa direcionalidade das pressões seletivas que agem sob os possíveis caminhos de desenvolvimento. Este trabalho analisa o desenvolvimento dos embriões de cinco espécies da tribo Gymno-phthalmini (Procellosaurinus tetradactylus, Vanzosaura rubricauda, Psilophthalmus paeminosus, Nothobachia ablephara e Calyptommatus sinebrachiatus), estabelecendo critérios para a determinação de estágios embrionário a partir da morfologia externa e analisando o desenvolvimento dos elementos de sustentação do crânio e dos esqueletos axial e apendicular de forma comparada, relacionando a morfologia ao hábito de vida. O hábito fossorial impõe pressões significativas ao corpo do animal, que apresenta modificações osteológicas para suportar tais pressões, como um crânio robusto, com elementos organizados de forma a proteger o encéfalo dos impactos da locomoção subterrânea, corpo alongado adaptado à locomoção por movimentos ondulatórios e membros reduzidos que não participam ativamente da movimentação. Também são apresentados dados preliminares sobre os possíveis processos responsáveis pela redução dos membros e pelo alongamento do corpo nas espécies fossoriais, relacionando as modificações do desenvolvimento à evolução do plano corpóreo serpentiforme. The evolutionary history of the Gymnophthalmini (Gymnophthalmidae) is characterized by morphological modifications related to the evolution of a snake-like body plan adapted to fossorial habits. Fossorial snake-like species show adaptations, especially body lengthening and limb reduction, that are frequently observed throughout Squamate lineages. Pattern formation is coordinated by a complex regulation network that acts during embryonic development, and subtle changes to this network may result in drastic phenotypic modifica-tions, leading to evolutionary variation in body plans. In this context, Squamates represent an excellent research model since several distant related species show similar (and phylogenetically independent) adaptations to fossoriality, which may have originated trhough common developmental mechanisms, and can reflect, to some extent, a predominance of certain selective pressures acting upon developmental pathways. This work analyses the morphological aspect of embryonic development of five Gymnophthalmini species (Procellosaurinus tetradactylus, Vanzosaura rubricauda, Psilophthalmus paeminosus, Nothobachia ablephara e Calyptommatus sinebrachiatus) establishing criteria for the embryonic staging through external morphology, and analysing the development of cartilage and bone in the skull, and axial and appendicular systems in a comparative background, associating morphology to life habits. Fossorial life exerts great pressure upon the body, which demands an adaptative response in order to overcome this sort of impact. Thus, fossorial animals shows a robust skull, with bones tightly articulated as to protect the brain and sense organs, an elongated body for ondulatory locomotion and reduced limbs that do not actively participate in locomotion. Preliminary data on the possible developmental processes responsible for limb reduction and body elongation in the fossorial lineage are shown, and are discussed on the light of evolutionary developmental biology. https://doi.org/10.11606/T.41.2010.tde-02022011-172520info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T18:04:04Zoai:teses.usp.br:tde-02022011-172520Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:26Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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