Gênero em processos de escolha profissional

• Ano de defesa: 2012
• Autor(a) principal: Alexandre dos Santos
• Orientador(a): Yvette Piha Lehman
• Banca de defesa: Tania Casado, Helena Coharik Chamlian, Marcos Roberto Vieira Garcia, Marcelo Afonso Ribeiro
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade de São Paulo
• Programa de Pós-Graduação: Psicologia Social
• País: BR
• Link de acesso: https://doi.org/10.11606/T.47.2012.tde-05092012-095643

Atualmente, os estudos de orientação profissional têm se ocupado de analisar o modo como o indivíduo constrói sua carreira e sua vida a partir de uma perspectiva social construcionista. As abordagens biográficas baseadas em narrativas têm se mostrado eficientes para que orientandos contem suas estórias, reflitam sobre elas, entendam seu significado e reformulem intenções, o que serve como ferramenta para processos de orientação profissional baseados no paradigma de construção de vida. Alguns aspectos transversais como gênero, raça e classes sociais necessitam que sejam investigados seus efeitos nas trajetórias sociais dos indivíduos. O objetivo deste trabalho foi buscar compreender como ocorre a relação entre a categoria gênero e a construção social de trajetórias profissionais femininas e masculinas e o valor dessa categoria para processos de orientação profissional. Este estudo realizou-se a partir de dois grupos de atendimento em orientação profissional com base na metodologia de ateliês biográficos de formação. Os grupos foram constituídos, cada um deles, por três mulheres com grau de instrução de ensino superior. No primeiro grupo, as atividades centraram-se na produção de narrativas biográficas focadas na trajetória profissional sem inclusão de qualquer tema para discussão. No segundo grupo, as atividades incluíram a temática gênero para discussão e reflexão, visando a uma produção de narrativas biográficas. Os resultados mostram o aparecimento espontâneo da categoria gênero nas narrativas das participantes sem necessariamente se constituir em um aspecto para reflexão. Nas mulheres com uma carreira profissional mais desenvolvida, o gênero foi percebido como determinante na construção de suas carreiras e, nas mulheres em início de carreira, o gênero apresentou-se no discurso, porém não foi percebido como relevante nas trajetórias profissionais desenvolvidas. Para o processo de orientação profissional proposto, a introdução da categoria gênero como temática de discussão não demonstrou diferença significativa do processo desenvolvido sem a presença da mesma. No entanto, no plano individual, as mulheres que julgaram ser o gênero determinante nas suas trajetórias profissionais, incorporaram uma nova tomada de posição acerca dos seus projetos, demonstrando o valor dessa discussão para intervenções em orientação profissional. O estudo aponta para a necessidade de introdução da temática gênero como eixo transversal na formação teórico prática de orientadores profissionais