\"O palco tá aberto\": poéticas da subjetivação e as contribuições da educação não formal para uma esfera pública popular nos saraus de Ribeirão Preto

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Pires, Lucas Alexandre
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Educação não formal; Esfera pública popular; Non-formal education; Popular public sphere; Processes of subjectivation; Processos de subjetivação; Saraus e slams; Soirees and slams
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59140/tde-30012025-155229/

Esta tese analisa os processos de subjetivação que se efetivaram nas dinâmicas de educação não formal durante os saraus produzidos por coletivos e jovens das periferias, que durante a última década ocuparam poeticamente espaços públicos na cidade de Ribeirão Preto. Para tal, recapitulo historicamente o desenvolvimento dos saraus nas periferias paulistanas até sua chegada em localidades do interior nordeste do estado de São Paulo, na região metropolitana de Ribeirão Preto. Depois, apresento os coletivos locais que contribuíram para a criação de uma cena literária periférica na cidade, presencial e virtualmente, antes durante e depois da pandemia COVID-19. Com a análise das informações e dados construídos durante o trabalho de campo nos saraus, em comunhão com os resultados das entrevistas compreensivas realizadas com os poetas, indico que nos encontros observados a dádiva das palavras e a troca de saberes nas vivências contribuíram como ensinamentos e aprendizados, formando os poetas e o público em processos subjetivantes que, através da expressão poética, se posicionaram como sujeitos reflexivos que encaram e ressignificam suas realidades - processos esses os quais denominei de poéticas da subjetivação, encontrando nos saraus e na poesia um equipamento e suporte para a vida. Nesta esteira, verifiquei que nos saraus eram realizadas atividades de educação não formal que incentivaram o exercício da cidadania ativa entre os atores sociais que delas participaram, proporcionando momentos de debate e a formação de assembleias instaladas em praças e ruas, equipamentos e instituições culturais públicas, privadas e comunitárias - ações estas que, em oposição às lógicas da indústria cultural, se constituíram como esferas públicas populares na cidade, apesar da carência de políticas públicas destinadas aos jovens e a falta de reciprocidade e diálogo entre os poetas e as instâncias municipais de poder. Por fim, proponho formas de contribuição ao campo de estudos da educação não formal e que focalizam processos de subjetivação efetivados através das manifestações culturais, artísticas e políticas.