Técnicas de criação e bioecologia de Diabrotica speciosa (Germar, 1824) (Coleoptera: Chrysomelidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1996
Autor(a) principal: Milanez, Jose Maria
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20210104-172543/
Resumo: Foram desenvolvidas técnicas de criação e estudada a bioecologia de Diabrotica speciosa (Germar, 1824) em laboratório, visando fornecer subsídios que contribuam para uma melhor compreensão do comportamento do inseto, e facilitem o seu controle, desde que o seu ciclo biológico é influenciado por diversos fatores bióticos e abióticos, ainda não definidos. A biologia do inseto foi estudada tendo como fonte de alimentação, para as larvas, milho germinado, e para adultos, folíolos de feijoeiro. A dieta artificial à base de germe de trigo e caseína, para as larvas, permitiu o desenvolvimento de D. speciosa, embora tenha alongado o ciclo biológico em relação à dieta natural. Em ambas as dietas, o inseto apresentou três instares larvais, sendo que as fêmeas criadas em dieta natural foram mais fecundas e menos longevas. Os picos de postura, em dieta natural, ocorreram no 3º, 7º e 10º dias de postura, enquanto que em dieta artificial o maior número de ovos foi colocado no 3º 6º dias. A postura é realizada, preferencialmente, durante o dia e, a maior atividade de postura, em condições de laboratório, foi observada no período das 14 às 18 horas. O fotoperíodo de 14 horas de luz e 10 de escuro, normalmente utilizado em laboratórios de criação, não afetou o desenvolvimento embrionário e a viabilidade dos ovos. Observou-se, uma relação inversa entre o tempo de desenvolvimento de D. speciosa e a elevação de temperatura, na faixa de 18 a 32°C, nas diferentes fases da vida do inseto. Os limites térmicos inferiores de desenvolvimento (Tb) das fases de ovo, período larva-adulto e do período ovo-adulto foram de 11,1, 10,9 e 11,4°C, respectivamente. As constantes térmicas (K) para as fases de ovo, período larva-adulto e de ovo-adulto foram de 119,1, 355,9 e 474,9 graus-dia, respectivamente. D. speciosa preferiu ovipositar no solo Terra Roxa Estruturada Distrófica de coloração escura, com umidade variando entre 26 e 63%. O milho foi a planta hospedeira mais atrativa para postura, seguida do feijoeiro e da soja. As fêmeas discriminaram as cores do substrato artificial de oviposição (gaze), colocando maior número de ovos em gaze de coloração preta e verde. As luzes emitidas na região de comprimento de onda ultra violeta (BLB e BL) e a azul (8), foram as mais atrativas para machos e fêmeas de D. speciosa. A metodologia utilizada para o estudo do ciclo biológico do inseto, foi adequada e proporcionou condições para o desenvolvimento de um sistema de criação em larga escala, em dieta natural. A possibilidade de armazenar os ovos desta espécie no limite térmico inferior de desenvolvimento (11,1°C), pelo período de 56 dias, poderá também contribuir para a manutenção contínua da criação em laboratório.
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Em ambas as dietas, o inseto apresentou três instares larvais, sendo que as fêmeas criadas em dieta natural foram mais fecundas e menos longevas. Os picos de postura, em dieta natural, ocorreram no 3º, 7º e 10º dias de postura, enquanto que em dieta artificial o maior número de ovos foi colocado no 3º 6º dias. A postura é realizada, preferencialmente, durante o dia e, a maior atividade de postura, em condições de laboratório, foi observada no período das 14 às 18 horas. O fotoperíodo de 14 horas de luz e 10 de escuro, normalmente utilizado em laboratórios de criação, não afetou o desenvolvimento embrionário e a viabilidade dos ovos. Observou-se, uma relação inversa entre o tempo de desenvolvimento de D. speciosa e a elevação de temperatura, na faixa de 18 a 32°C, nas diferentes fases da vida do inseto. Os limites térmicos inferiores de desenvolvimento (Tb) das fases de ovo, período larva-adulto e do período ovo-adulto foram de 11,1, 10,9 e 11,4°C, respectivamente. As constantes térmicas (K) para as fases de ovo, período larva-adulto e de ovo-adulto foram de 119,1, 355,9 e 474,9 graus-dia, respectivamente. D. speciosa preferiu ovipositar no solo Terra Roxa Estruturada Distrófica de coloração escura, com umidade variando entre 26 e 63%. O milho foi a planta hospedeira mais atrativa para postura, seguida do feijoeiro e da soja. As fêmeas discriminaram as cores do substrato artificial de oviposição (gaze), colocando maior número de ovos em gaze de coloração preta e verde. As luzes emitidas na região de comprimento de onda ultra violeta (BLB e BL) e a azul (8), foram as mais atrativas para machos e fêmeas de D. speciosa. A metodologia utilizada para o estudo do ciclo biológico do inseto, foi adequada e proporcionou condições para o desenvolvimento de um sistema de criação em larga escala, em dieta natural. A possibilidade de armazenar os ovos desta espécie no limite térmico inferior de desenvolvimento (11,1°C), pelo período de 56 dias, poderá também contribuir para a manutenção contínua da criação em laboratório.Rearing techniques of Diabrotica speciosa (Germar, 1824) were developed to study the bioecology of this pest under laboratory conditions, knowing that the understanding of pest behavior is essential for designing a pest control strategy. The life cycle of D. speciosa was studied in natural and artificial diets. On the natural diet, corn seedlings were used to feed the larvae and bean leaves for the adults. The artificial diet was adequate for complete development of D. speciosa but its life cycle was longer when compared with the natural diet D. speciosa showed three instars in both diets. Females reared on the natural diet showed higher fecundity. The egg laying rhythm was similar in both diets; the oviposition occurred mainly during the day between 2 and 6 pm. Egg hatching was not affected by photoperiod. There was an inverse relationship between life cycle lenght and temperature increases from 18 to 32°C. The temperature threshold was very similar in all stages of D. speciosa life cycle. There was a strong preference for the females to lay eggs in organic and dark soils ("Terra Roxa Estruturada Distrófica"), and they preferred to oviposit in wet soils (between 26 to 63% humidity) to drye ones. Corn was the most attractive host for egg laying by D. speciosa followed by bean and soybean plants. Among the substrates tested, the black and green cheese cloth were the best for egg laying by corn rootworm. Adults of D. speciosa were more attracted to UV and blue lights. The rearing techniques described herein were adequate for studying the life cycle of D. speciosa, and can be used in a mass rearing program of this pest with small adaptations. The knowledge of the temperature threshold for the egg stage (11,1°C) can be useful to storage eggs in mass rearing programs of the corn rootworm.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPParra, José Roberto PostaliMilanez, Jose Maria1996-02-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11146/tde-20210104-172543/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-01-07T22:43:34Zoai:teses.usp.br:tde-20210104-172543Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-01-07T22:43:34Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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