O cuidado como exercício de direito à saúde e à vida de mulheres migrantes usuárias do SUS
Ano de defesa: | 2023 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade de São Paulo
|
Programa de Pós-Graduação: |
Psicologia Social
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
BR
|
Link de acesso: | https://doi.org/10.11606/T.47.2023.tde-30082023-171237 |
Resumo: | Este estudo busca compreender o cuidado como exercício de direitos à saúde e à vida de mulheres migrantes usuárias do SUS. O percurso epistémico-metodológico realizado, parte da psicologia social crítica e de um olhar feminista interseccional de fazer ciência, reflexiva, localizada e posicionada, acolhendo e compreendendo o lugar de fala de cada interlocução. Ademais, de priorizar a escrita vivencial, em primeira pessoa, cujo referencial teórico foi inspirado nas reflexões e produções da Conceição Evaristo sobre escrevivências, a fim de ressaltar as vivências das dez interlocutoras, migrantes e residentes em São Paulo, entrevistadas com um roteiro semi-estruturado o que favoreceu os relatos livres de seu agenciamento do cuidado e de suas reflexões no acesso à saúde. Desse modo, observamos que diversas ferramentas, no plano individual e coletivo, são mobilizadas para conseguir atender os cuidados que nem sempre cobrem o necessário para terem uma vida digna, mas que colaboram com sua sobrevivência, de ela, da família e/ou de sua rede. Também, as suas vivências reafirmam como o cuidado e sua responsabilização continuam sendo prioritariamente feminino, algo que não muda com a migração, incluso pode ser maior para elas. Por outro lado, entraves burocráticos, xenofobia e racismo podem se apresentar quando procuram os cuidados nos serviços públicos de saúde, o que também dificulta sua vinculação com a instituição e coloca em avaliação tanto o princípio de integralidade do Sistema Único de Saúde como a Política Nacional de Humanização. Por último, a pesquisa reafirma o papel socioeconômico que tem o cuidado e que são mulheres que têm assumido esse papel há séculos. Nesse sentido, para que o estado assuma suas funções de ente garantidor de cuidados, de uma vida digna para todas as pessoas, incluindo migrantes, se propõe o cuidado como princípio de governo. |
id |
USP_aa118b066d4215363ec55755da63d5a9 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:teses.usp.br:tde-30082023-171237 |
network_acronym_str |
USP |
network_name_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository_id_str |
|
spelling |
info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis O cuidado como exercício de direito à saúde e à vida de mulheres migrantes usuárias do SUS Care as an exercise of the right to health and life of migrant women using the SUS 2023-03-17Luis Guilherme Galeão da SilvaEugenia BrageAluísio Ferreira de LimaTatiana Chang WaldmanVeronica Quispe YujraRocio Del Pilar Bravo ShuñaUniversidade de São PauloPsicologia SocialUSPBR Access to health acesso à saúde Care health Cuidados Migrant women Mulheres migrantes Psicologia social Social psychology SUS SUS Este estudo busca compreender o cuidado como exercício de direitos à saúde e à vida de mulheres migrantes usuárias do SUS. O percurso epistémico-metodológico realizado, parte da psicologia social crítica e de um olhar feminista interseccional de fazer ciência, reflexiva, localizada e posicionada, acolhendo e compreendendo o lugar de fala de cada interlocução. Ademais, de priorizar a escrita vivencial, em primeira pessoa, cujo referencial teórico foi inspirado nas reflexões e produções da Conceição Evaristo sobre escrevivências, a fim de ressaltar as vivências das dez interlocutoras, migrantes e residentes em São Paulo, entrevistadas com um roteiro semi-estruturado o que favoreceu os relatos livres de seu agenciamento do cuidado e de suas reflexões no acesso à saúde. Desse modo, observamos que diversas ferramentas, no plano individual e coletivo, são mobilizadas para conseguir atender os cuidados que nem sempre cobrem o necessário para terem uma vida digna, mas que colaboram com sua sobrevivência, de ela, da família e/ou de sua rede. Também, as suas vivências reafirmam como o cuidado e sua responsabilização continuam sendo prioritariamente feminino, algo que não muda com a migração, incluso pode ser maior para elas. Por outro lado, entraves burocráticos, xenofobia e racismo podem se apresentar quando procuram os cuidados nos serviços públicos de saúde, o que também dificulta sua vinculação com a instituição e coloca em avaliação tanto o princípio de integralidade do Sistema Único de Saúde como a Política Nacional de Humanização. Por último, a pesquisa reafirma o papel socioeconômico que tem o cuidado e que são mulheres que têm assumido esse papel há séculos. Nesse sentido, para que o estado assuma suas funções de ente garantidor de cuidados, de uma vida digna para todas as pessoas, incluindo migrantes, se propõe o cuidado como princípio de governo. This study seeks to understand care as an exercise of the rights to health and life of migrant women using the SUS. The epistemic-methodological journey carried out, departs from critical social psychology and an intersectional feminist look at doing science, reflective, located and positioned, welcoming and understanding the place of speech of each interlocution. In addition, to prioritize experiential writing, in the first person, whose theoretical framework was inspired by the reflections and productions of Conceição Evaristo on writing, in order to highlight the experiences of the ten interlocutors, migrants and residents of São Paulo, interviewed with a semi-structured script. structured, which favored the free reports of their agency of care and their reflections on access to health. In this way, we observe that several tools, at the individual and collective level, are mobilized to be able to provide care that does not always cover what is necessary to have a dignified life, but that collaborate with her survival, hers, her family and/or her network. Also, their experiences reaffirm how care and accountability continue to be primarily female, something that does not change with migration, and may even be greater for them. On the other hand, bureaucratic obstacles, xenophobia and racism can arise when seeking care in public health services, which also makes it difficult to link with the institution and puts both the principle of integrality of SUS and the National Humanization Policy under review. Finally, the research reaffirms the socioeconomic role of care and that women have assumed this role for centuries. In this sense, for the state to assume its functions as a guarantor of care, of a dignified life for all people, including migrants, care is proposed as a principle of government. https://doi.org/10.11606/T.47.2023.tde-30082023-171237info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T20:27:12Zoai:teses.usp.br:tde-30082023-171237Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-09-15T20:49:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.pt.fl_str_mv |
O cuidado como exercício de direito à saúde e à vida de mulheres migrantes usuárias do SUS |
dc.title.alternative.en.fl_str_mv |
Care as an exercise of the right to health and life of migrant women using the SUS |
title |
O cuidado como exercício de direito à saúde e à vida de mulheres migrantes usuárias do SUS |
spellingShingle |
O cuidado como exercício de direito à saúde e à vida de mulheres migrantes usuárias do SUS Rocio Del Pilar Bravo Shuña |
title_short |
O cuidado como exercício de direito à saúde e à vida de mulheres migrantes usuárias do SUS |
title_full |
O cuidado como exercício de direito à saúde e à vida de mulheres migrantes usuárias do SUS |
title_fullStr |
O cuidado como exercício de direito à saúde e à vida de mulheres migrantes usuárias do SUS |
title_full_unstemmed |
O cuidado como exercício de direito à saúde e à vida de mulheres migrantes usuárias do SUS |
title_sort |
O cuidado como exercício de direito à saúde e à vida de mulheres migrantes usuárias do SUS |
author |
Rocio Del Pilar Bravo Shuña |
author_facet |
Rocio Del Pilar Bravo Shuña |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Luis Guilherme Galeão da Silva |
dc.contributor.referee1.fl_str_mv |
Eugenia Brage |
dc.contributor.referee2.fl_str_mv |
Aluísio Ferreira de Lima |
dc.contributor.referee3.fl_str_mv |
Tatiana Chang Waldman |
dc.contributor.referee4.fl_str_mv |
Veronica Quispe Yujra |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Rocio Del Pilar Bravo Shuña |
contributor_str_mv |
Luis Guilherme Galeão da Silva Eugenia Brage Aluísio Ferreira de Lima Tatiana Chang Waldman Veronica Quispe Yujra |
description |
Este estudo busca compreender o cuidado como exercício de direitos à saúde e à vida de mulheres migrantes usuárias do SUS. O percurso epistémico-metodológico realizado, parte da psicologia social crítica e de um olhar feminista interseccional de fazer ciência, reflexiva, localizada e posicionada, acolhendo e compreendendo o lugar de fala de cada interlocução. Ademais, de priorizar a escrita vivencial, em primeira pessoa, cujo referencial teórico foi inspirado nas reflexões e produções da Conceição Evaristo sobre escrevivências, a fim de ressaltar as vivências das dez interlocutoras, migrantes e residentes em São Paulo, entrevistadas com um roteiro semi-estruturado o que favoreceu os relatos livres de seu agenciamento do cuidado e de suas reflexões no acesso à saúde. Desse modo, observamos que diversas ferramentas, no plano individual e coletivo, são mobilizadas para conseguir atender os cuidados que nem sempre cobrem o necessário para terem uma vida digna, mas que colaboram com sua sobrevivência, de ela, da família e/ou de sua rede. Também, as suas vivências reafirmam como o cuidado e sua responsabilização continuam sendo prioritariamente feminino, algo que não muda com a migração, incluso pode ser maior para elas. Por outro lado, entraves burocráticos, xenofobia e racismo podem se apresentar quando procuram os cuidados nos serviços públicos de saúde, o que também dificulta sua vinculação com a instituição e coloca em avaliação tanto o princípio de integralidade do Sistema Único de Saúde como a Política Nacional de Humanização. Por último, a pesquisa reafirma o papel socioeconômico que tem o cuidado e que são mulheres que têm assumido esse papel há séculos. Nesse sentido, para que o estado assuma suas funções de ente garantidor de cuidados, de uma vida digna para todas as pessoas, incluindo migrantes, se propõe o cuidado como princípio de governo. |
publishDate |
2023 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2023-03-17 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://doi.org/10.11606/T.47.2023.tde-30082023-171237 |
url |
https://doi.org/10.11606/T.47.2023.tde-30082023-171237 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Psicologia Social |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
USP |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
BR |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
collection |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
repository.name.fl_str_mv |
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br |
_version_ |
1786377256255356928 |