Eu sou mulher e não tenho a pena de Homero: Theresa Margarida da Silva e Orta e as origens da escritura feminina portuguesa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Beatriz Amazonas Cardoso
Orientador(a): Jose Horacio de Almeida Nascimento Costa
Banca de defesa: Marlise Vaz Bridi, Jerusa de Carvalho Pires Ferreira, Antonio Dimas de Moraes, Ana Maria Domingues de Oliveira
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Letras (Literatura Portuguesa)
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Link de acesso: https://doi.org/10.11606/T.8.2009.tde-18112009-142648
Resumo: Este trabalho de pesquisa tem por objetivo estudar a singularidade da obra Aventuras de Diófanes, de Theresa Margarida da Silva e Orta, escritora portuguesa de meados do século XVIII. O fato de Theresa Margarida não pertencer aos cânones da literatura portuguesa nem da feminina constitui uma problemática que se buscou explicar neste trabalho. Criadora de um protorromance inspirado em obras clássicas como Odisséia (de Homero) e Télémaque (de Fénelon), Theresa Margarida é vista, nesta tese, como um retratista feminino dos cenários políticos, religiosos, sociais e culturais da época, em um ambiente dominantemente masculino. Como das mulheres letradas só era esperada e permitida a produção poética, a postura da autora portuguesa tem a conotação de transgressora, à luz dos conceitos de Foucault. O Iluminismo, a clandestinidade, os estrangeirados, o imaginário português, todas estas idéias entrelaçadas constituem redes de significantes e de memória que denunciam uma produção pioneira. O olhar pesquisador não se restringiu à poesia portuguesa, buscando também respostas em autoras como a mexicana Sóror Juana Inês de La Cruz, como modelo de cavilação e rebeldia. Por outro lado, há ainda a possibilidade de a obra estar, veladamente, apresentando um teatro familiar, semelhante à própria vida da autora. Sob este aspecto, alguns pontos da Psicanálise foram auxiliares na análise da criação da principal personagem feminina. Com este estudo esperouse contribuir criticamente para uma nova dimensão de conhecimento da Literatura Portuguesa, à luz da História e do sistema literário, na confluência do texto, do discurso e da ideologia
id USP_ae38bdc74ec6ff7e4e1b94e24841841e
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-18112009-142648
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str
spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis Eu sou mulher e não tenho a pena de Homero: Theresa Margarida da Silva e Orta e as origens da escritura feminina portuguesa I\'m woman and I haven\'t the Homer\'s pen: Theresa Margaret da Silva and Orta and the origins of portuguese writing female 2009-06-08Jose Horacio de Almeida Nascimento CostaMarlise Vaz BridiJerusa de Carvalho Pires FerreiraAntonio Dimas de MoraesAna Maria Domingues de OliveiraBeatriz Amazonas CardosoUniversidade de São PauloLetras (Literatura Portuguesa)USPBR Cânones literários Estrangeirados Gender and female literature Literary canons Literatura feminina Transgressão Transgression Este trabalho de pesquisa tem por objetivo estudar a singularidade da obra Aventuras de Diófanes, de Theresa Margarida da Silva e Orta, escritora portuguesa de meados do século XVIII. O fato de Theresa Margarida não pertencer aos cânones da literatura portuguesa nem da feminina constitui uma problemática que se buscou explicar neste trabalho. Criadora de um protorromance inspirado em obras clássicas como Odisséia (de Homero) e Télémaque (de Fénelon), Theresa Margarida é vista, nesta tese, como um retratista feminino dos cenários políticos, religiosos, sociais e culturais da época, em um ambiente dominantemente masculino. Como das mulheres letradas só era esperada e permitida a produção poética, a postura da autora portuguesa tem a conotação de transgressora, à luz dos conceitos de Foucault. O Iluminismo, a clandestinidade, os estrangeirados, o imaginário português, todas estas idéias entrelaçadas constituem redes de significantes e de memória que denunciam uma produção pioneira. O olhar pesquisador não se restringiu à poesia portuguesa, buscando também respostas em autoras como a mexicana Sóror Juana Inês de La Cruz, como modelo de cavilação e rebeldia. Por outro lado, há ainda a possibilidade de a obra estar, veladamente, apresentando um teatro familiar, semelhante à própria vida da autora. Sob este aspecto, alguns pontos da Psicanálise foram auxiliares na análise da criação da principal personagem feminina. Com este estudo esperouse contribuir criticamente para uma nova dimensão de conhecimento da Literatura Portuguesa, à luz da História e do sistema literário, na confluência do texto, do discurso e da ideologia The present work aims to study and research the uniqueness of the novel Aventuras de Diófanes, written by Theresa Margarida da Silva e Orta, Portuguese author and writer from the early 18th Century. The fact that Theresa Margarida was not part of the canons of neither Portuguese nor feminine literature is the main point of this investigation. Inspired by Homers Odyssey and Fénelons Télémaque, Theresa Margarida, who created the protorromance, is faced by this work as a female portraitist of the political, religious, social, and cultural scenarios of her time, within a dominantly male environment. The Portuguese writer can be considered a transgressor of that time, through the thoughts of Foucault, once from the educated women was expected nothing but poetry production. The enlightment, the secrecy, the estrangeirados, the Portuguese subconscious, were all ideas that created a net of meanings and memories leading to a breakthrough literary production. This research is not restricted to the Portuguese poetry, but also tries to find answers within the work of female writers such as the Mexican Sóror Juana Inês de La Cruz, as a rolemodel of being rebel and not mainstream. On the other hand, there is a chance of this work introducing a familybased play, similar to the analyzed authors life. The Psychoanalysis helped us with the task of examining the creation of the main female character. This work intends to critically contribute for a new perspective of studying and understanding Portuguese Literature, within the fields of History and the literary system, and the intersection of text, speech, and ideology. https://doi.org/10.11606/T.8.2009.tde-18112009-142648info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T19:20:16Zoai:teses.usp.br:tde-18112009-142648Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.pt.fl_str_mv Eu sou mulher e não tenho a pena de Homero: Theresa Margarida da Silva e Orta e as origens da escritura feminina portuguesa
dc.title.alternative.en.fl_str_mv I\'m woman and I haven\'t the Homer\'s pen: Theresa Margaret da Silva and Orta and the origins of portuguese writing female
title Eu sou mulher e não tenho a pena de Homero: Theresa Margarida da Silva e Orta e as origens da escritura feminina portuguesa
spellingShingle Eu sou mulher e não tenho a pena de Homero: Theresa Margarida da Silva e Orta e as origens da escritura feminina portuguesa
Beatriz Amazonas Cardoso
title_short Eu sou mulher e não tenho a pena de Homero: Theresa Margarida da Silva e Orta e as origens da escritura feminina portuguesa
title_full Eu sou mulher e não tenho a pena de Homero: Theresa Margarida da Silva e Orta e as origens da escritura feminina portuguesa
title_fullStr Eu sou mulher e não tenho a pena de Homero: Theresa Margarida da Silva e Orta e as origens da escritura feminina portuguesa
title_full_unstemmed Eu sou mulher e não tenho a pena de Homero: Theresa Margarida da Silva e Orta e as origens da escritura feminina portuguesa
title_sort Eu sou mulher e não tenho a pena de Homero: Theresa Margarida da Silva e Orta e as origens da escritura feminina portuguesa
author Beatriz Amazonas Cardoso
author_facet Beatriz Amazonas Cardoso
author_role author
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Jose Horacio de Almeida Nascimento Costa
dc.contributor.referee1.fl_str_mv Marlise Vaz Bridi
dc.contributor.referee2.fl_str_mv Jerusa de Carvalho Pires Ferreira
dc.contributor.referee3.fl_str_mv Antonio Dimas de Moraes
dc.contributor.referee4.fl_str_mv Ana Maria Domingues de Oliveira
dc.contributor.author.fl_str_mv Beatriz Amazonas Cardoso
contributor_str_mv Jose Horacio de Almeida Nascimento Costa
Marlise Vaz Bridi
Jerusa de Carvalho Pires Ferreira
Antonio Dimas de Moraes
Ana Maria Domingues de Oliveira
description Este trabalho de pesquisa tem por objetivo estudar a singularidade da obra Aventuras de Diófanes, de Theresa Margarida da Silva e Orta, escritora portuguesa de meados do século XVIII. O fato de Theresa Margarida não pertencer aos cânones da literatura portuguesa nem da feminina constitui uma problemática que se buscou explicar neste trabalho. Criadora de um protorromance inspirado em obras clássicas como Odisséia (de Homero) e Télémaque (de Fénelon), Theresa Margarida é vista, nesta tese, como um retratista feminino dos cenários políticos, religiosos, sociais e culturais da época, em um ambiente dominantemente masculino. Como das mulheres letradas só era esperada e permitida a produção poética, a postura da autora portuguesa tem a conotação de transgressora, à luz dos conceitos de Foucault. O Iluminismo, a clandestinidade, os estrangeirados, o imaginário português, todas estas idéias entrelaçadas constituem redes de significantes e de memória que denunciam uma produção pioneira. O olhar pesquisador não se restringiu à poesia portuguesa, buscando também respostas em autoras como a mexicana Sóror Juana Inês de La Cruz, como modelo de cavilação e rebeldia. Por outro lado, há ainda a possibilidade de a obra estar, veladamente, apresentando um teatro familiar, semelhante à própria vida da autora. Sob este aspecto, alguns pontos da Psicanálise foram auxiliares na análise da criação da principal personagem feminina. Com este estudo esperouse contribuir criticamente para uma nova dimensão de conhecimento da Literatura Portuguesa, à luz da História e do sistema literário, na confluência do texto, do discurso e da ideologia
publishDate 2009
dc.date.issued.fl_str_mv 2009-06-08
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.11606/T.8.2009.tde-18112009-142648
url https://doi.org/10.11606/T.8.2009.tde-18112009-142648
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo
dc.publisher.program.fl_str_mv Letras (Literatura Portuguesa)
dc.publisher.initials.fl_str_mv USP
dc.publisher.country.fl_str_mv BR
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1786376934771392512