Avaliação funcional da visão de pacientes diabéticos em estados pré e pós retinopatia diabética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Gualtieri, Mirella
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-11122009-144330/
Resumo: O presente estudo avaliou diferentes aspectos funcionais da visão de diabéticos do tipo 2 com e sem retinopatia diabética. A visão desses pacientes foi avaliada em diferentes níveis do sistema visual por meio da aplicação de uma bateria de testes psicofísicos e eletrofisiológicos de grande sensibilidade. O objetivo foi caracterizar as alterações visuais provocadas pela doença antes do aparecimento de retinopatia, e avaliar o efeito da presença da retinopatia sobre as alterações funcionais precoces. Materiais e métodos: 31 pacientes diabéticos com retinopatia não proliferativa leve (15 , 16 ; idade = 59 ± 09; tempo de diabetes = 10 ± 06 anos); 36 pacientes diabéticos sem retinopatia (16 , 20 idade = 56 ± 11; tempo de diabetes = 06 ± 04 anos) e 30 sujeitos controle (13 , 17 ; idade = 44 ± 10 anos) foram submetidos a exames de (1) eletrorretinograma multifocal - mfERG; (2) sensibilidade ao contraste acromático segregada em componentes magno (MC) e parvocelulares (PC) Teste do pedestal; (3) perimetria visual computadorizada branco/branco e azul/amarelo e (4) teste quantitativo de visão de cores Teste de cores de Cambridge. A comparação dos dados de pacientes e controles foi feita com ANOVA e a comparação da capacidade de detecção do dano funcional entre os testes foi feita por meio da análise de curvas ROC. Resultados: ambos os grupos de pacientes manifestaram perdas significantes no mfERG, sensibilidade ao contraste e visão de cores. Em ambos os protocolos de perimetria apenas os pacientes com retinopatia tiveram perdas significativas. As respostas de pacientes com e sem retinopatia não foram significantemente diferentes na maior parte das medidas. Diferenças significativas foram encontradas entre os dois grupos em parte das latências do mfERG e na visão de cores, nos limiares do eixo tritan,. Na análise entre testes, o mfERG teve os maiores índices de sensibilidade e especificidade, seguido por visão de cores, sensibilidade ao contraste e perimetria, nesta ordem. Na comparação das áreas sob as curvas ROC não houve diferença significativa apenas entre os testes 1, 2 e 4. Conclusões: foram encontradas perdas funcionais estatisticamente significativas na avaliação psicofísica e eletrofisiológica da visão de pacientes diabéticos do tipo 2 sem e com retinopatia diabética. O presente trabalho confirma e amplia o crescente corpo de evidencias de perdas funcionais observadas precocemente no curso da diabetes, na ausência de alterações morfológicas (vasculares) detectáveis na retina. A interpretação dessas perdas precoces é de que tenham origem neural. Nossos achados indicam que a presença de retinopatia leve não teve efeito significativo sobre a maior parte dos aspectos funcionais analisados, corroborando a noção de origem neural das perdas. O efeito da diabetes sobre a função neural não parece ser específico a nenhuma das vias de processamento visual, como indicado pelos testes de sensibilidade ao contraste e de visão de cores. Os achados deste trabalho confirmam a hipótese de que, para o sistema visual, a diabetes seja uma doença neurodegenerativa da retina que pode estabelecer- se mesmo na ausência de retinopatia. Assim, a avaliação dos aspectos funcionais da visão deve ser melhor que a avaliação morfológica da retina para a identificação de pacientes diabéticos sob risco de perda visual.
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Materiais e métodos: 31 pacientes diabéticos com retinopatia não proliferativa leve (15 , 16 ; idade = 59 ± 09; tempo de diabetes = 10 ± 06 anos); 36 pacientes diabéticos sem retinopatia (16 , 20 idade = 56 ± 11; tempo de diabetes = 06 ± 04 anos) e 30 sujeitos controle (13 , 17 ; idade = 44 ± 10 anos) foram submetidos a exames de (1) eletrorretinograma multifocal - mfERG; (2) sensibilidade ao contraste acromático segregada em componentes magno (MC) e parvocelulares (PC) Teste do pedestal; (3) perimetria visual computadorizada branco/branco e azul/amarelo e (4) teste quantitativo de visão de cores Teste de cores de Cambridge. A comparação dos dados de pacientes e controles foi feita com ANOVA e a comparação da capacidade de detecção do dano funcional entre os testes foi feita por meio da análise de curvas ROC. Resultados: ambos os grupos de pacientes manifestaram perdas significantes no mfERG, sensibilidade ao contraste e visão de cores. Em ambos os protocolos de perimetria apenas os pacientes com retinopatia tiveram perdas significativas. As respostas de pacientes com e sem retinopatia não foram significantemente diferentes na maior parte das medidas. Diferenças significativas foram encontradas entre os dois grupos em parte das latências do mfERG e na visão de cores, nos limiares do eixo tritan,. Na análise entre testes, o mfERG teve os maiores índices de sensibilidade e especificidade, seguido por visão de cores, sensibilidade ao contraste e perimetria, nesta ordem. Na comparação das áreas sob as curvas ROC não houve diferença significativa apenas entre os testes 1, 2 e 4. Conclusões: foram encontradas perdas funcionais estatisticamente significativas na avaliação psicofísica e eletrofisiológica da visão de pacientes diabéticos do tipo 2 sem e com retinopatia diabética. O presente trabalho confirma e amplia o crescente corpo de evidencias de perdas funcionais observadas precocemente no curso da diabetes, na ausência de alterações morfológicas (vasculares) detectáveis na retina. A interpretação dessas perdas precoces é de que tenham origem neural. Nossos achados indicam que a presença de retinopatia leve não teve efeito significativo sobre a maior parte dos aspectos funcionais analisados, corroborando a noção de origem neural das perdas. O efeito da diabetes sobre a função neural não parece ser específico a nenhuma das vias de processamento visual, como indicado pelos testes de sensibilidade ao contraste e de visão de cores. Os achados deste trabalho confirmam a hipótese de que, para o sistema visual, a diabetes seja uma doença neurodegenerativa da retina que pode estabelecer- se mesmo na ausência de retinopatia. Assim, a avaliação dos aspectos funcionais da visão deve ser melhor que a avaliação morfológica da retina para a identificação de pacientes diabéticos sob risco de perda visual.The present study evaluated different aspects of visual function in type 2 diabetics both with and without retinopathy. The approach was to evaluate vision at several levels of the visual system by means of application of a battery of modern, sensitive psychophysical and electrophysiological tests. The goals were to characterize the changes in visual function underlying the disease prior to the onset of retinopathy, and to verify how the early losses are affected once retinopathy has occurred. Materials and methods: 31 diabetic patients with non-proliferative retinopathy (15 , 16 ; age = 59 ± 09 years; duration of diabetes = 10 ± 06 years); 36 diabetic patients without retinopathy (16 , 20 ; age = 56 ± 11 years; duration of diabetes = 06 ± 04 years) and 30 controls (13 , 17 ; age = 44 ± 10 years) were evaluated with: (1) multifocal electroretinogram - mfERG; (2) achromatic contrast sensitivity segregated into magno- (MC) and parvocellular (PC) pathways Pedestal test; (3) white-onwhite and blue-on-yellow computerized visual perimetry and (4) quantitative computerized color vision test Cambridge Colour Test (CCT). An ANOVA was performed for the statistical comparison among groups and ROC curve analysis was used to compare the diagnostic power of the different tests. Results: both diabetic patient groups manifested significant functional losses compared to controls in the mfERG, the Pedestal test and the CCT. In the mfERG, both patient groups had significantly smaller amplitudes and longer latencies than controls in one or more of the signature mfERG waveform components. For the Pedestal Test, both patient groups manifested losses in both the M-targeting and P-targeting paradigms. The CCT chromatic discrimination test found significant losses along all three color confusion axes (protan, deutan, tritan) in both patient groups. In the visual fields, only the patients with retinopathy exhibited significant losses compared to controls. In the comparison between patients with and without retinopathy, no statistical differences between results were found, except for some of the mfERG latencies and the color discrimination in the tritan axis. The ROC analysis showed that the mfERG had the higher combined sensitivity and specificity indexes, followed by the CCT, pedestal test and perimetry with decreasing indexes in this order. Conclusions: statistically significant losses were found in psychophysical and electrophysiological assessment of visual function of type 2 diabetic patients with and without diabetic retinopathy. The present work strongly confirms the growing body of evidence that functional losses with neural etiology occur in type 2 diabetes before any vascular changes are clinically detectable in the retina. In the majority of the measures, the presence of retinopathy increased the functional losses, but did not determine significant differences in relation to the losses observed in the diabetics with normal fundus. According to our results from the Pedestal Test and the Cambridge Colour Test, the neural damage is not selective to either of the visual processing pathways. The results are consistent with the hypothesis that diabetes is a neurodegenerative disease of the retina whose establishment may occur even in the presence of retinopathy. Thus, the assessment of functional status rather than morphological examination seems a better approach to identify diabetic patients under vision threat.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPVentura, Dora Selma FixGualtieri, Mirella2009-09-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-11122009-144330/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:00Zoai:teses.usp.br:tde-11122009-144330Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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