Pintar com Palavras: a arte de Clarice Lispector e os mestres das vanguardas europeias

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: Siqueira, Daniel Vladimir Tapia Lira de
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Arte Moderna; Clarice Lispector; Judaism; Judaísmo; Literatura; Literature; Modern Art; Painting; Pintura
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/93/93131/tde-24012025-201428/

A pesquisa explora a interação entre arte, literatura e vida na obra de Clarice Lispector. Utilizando métodos como análise textual, pesquisa histórica e estudo comparativo, busca-se compreender como ela transcende os limites entre arte e literatura, criando uma obra singular e multifacetada. Inicialmente, estuda-se a visualidade presente em sua escrita, evidenciando o uso da écfrase para construir imagens vívidas e detalhadas, permitindo aos leitores visualizarem cenas e objetos com clareza. Além disso, examina-se o legado artístico da escritora através de suas 23 pinturas. Utilizando técnicas mistas, suas obras refletem a intensidade e originalidade de sua literatura. Influenciada por experiências pessoais, Clarice aborda temas como rituais sagrados, misticismo e introspecção. A amizade de Lispector com Irmgard Burchard é examinada, destacando o papel de Irmgard na resistência à perseguição nazista aos artistas modernos, além de questionar a possibilidade do envolvimento da escritora na contraexposição à Arte Degenerada no Brasil. A conjuntura histórica da Segunda Guerra Mundial é contextualizada, evidenciando a resistência artística contra a opressão nazista. A vida e obra de Lasar Segall são discutidas para traçar um paralelo na perseguição aos artistas modernistas na Era Vargas. A experiência da autora em Nápoles durante a Segunda Guerra Mundial é analisada, revelando seu impacto profundo em sua visão de mundo e obra literária. O retrato de Clarice por Giorgio De Chirico é examinado como reflexão sobre a finitude da vida e a busca por significado em tempos turbulentos. Ademais, a pesquisa interroga a afinidade de Lispector com o pintor Marc Chagall, investigando suas similaridades artísticas e influências na escritora. Finalmente, aborda-se a relevância de Paul Klee na obra clariceana, aprofundando a compreensão da arte como ferramenta de expressão e da literatura como forma de conhecimento. Ao explorar essas conexões entre arte, literatura e vida na obra de Lispector, a pesquisa traz uma compreensão mais profunda da autora e de sua obra, destacando como ela utilizou sua arte como uma forma de expressão autêntica e busca de significado em meio às turbulências do século XX. Essa análise demonstra como Clarice continua a inspirar e desafiar leitores e estudiosos, deixando um legado duradouro na cultura contemporânea