Jetlag social e trabalho noturno em profissionais de enfermagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Robert Paulo Oliveira Vieira
Orientador(a): Claudia Roberta de Castro Moreno
Banca de defesa: Paula Cristina Alves Araujo, Elaine Cristina Marqueze
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Saúde Pública
Departamento: Não Informado pela instituição
País: BR
Link de acesso: https://doi.org/10.11606/D.6.2020.tde-30082019-111233
Resumo: Introdução - O trabalho noturno pode levar ao jetlag social (JLS), o qual pode ser resumidamente definido como a diferença entre o tempo social e biológico. Estudos mostram que o JLS pode modificar processos fisiológicos, como a pressão arterial, o metabolismo da glicose e a produção de cortisol, hormônio modulador da produção de melatonina. Objetivo - Verificar a existência de uma correlação negativa entre o JLS e a produção de melatonina estimada pela concentração de seu metabólito urinário (6-sulfatoximelatonina). Métodos - O estudo incluiu trabalhadoras de turno diurno (n=9) e noturno (n=13) de uma maternidade pública da cidade de São Paulo. Aplicou-se um questionário com dados sociodemográficos, hábitos de vida, condições de trabalho, sonolência diurna excessiva (SDE), preferência diurna, questionário de cronotipo de Munique (MCTQshift). A urina foi coletada em um dia de trabalho e em um dia de folga para estimar a concentração de 6-sulfatoximelatonina (aMT6s), quantificada pelo método ELISA. As participantes utilizaram um actímetro com um protocolo de atividades diárias, para avaliação dos horários de dormir e despertar e para o cálculo da duração do sono. Para a análise dos dados, foram utilizados os testes de associação de qui-quadrado ou Fischer para variáveis categóricas, testes de diferenças de médias e testes de correlação de Pearson para variáveis contínuas. Resultados - Encontramos um jetlag social 13 vezes maior para trabalhadoras noturnas (10,6 horas) em relação as trabalhadoras diurnas (0,8 hora). A excreção de aMT6s foi estatisticamente diferente quando comparadas as trabalhadoras noturnas em um dia de trabalho e em um dia de folga, sendo a menor excreção, em um dia de trabalho, como esperado. O JLS foi correlacionado negativamente com a aMT6s nas trabalhadoras diurnas, em um dia de trabalho (r=-0,69; p<0,05) e em um dia de folga (r=-0,82; p<0,05) sendo que, quanto maior o JLS menor foi a excreção de aMT6s, contudo, para as trabalhadoras noturnas, esta correlação não se fez presente. As trabalhadoras diurnas dormiam significativamente mais cedo em dias de trabalho do que em dias de folga, (23:53h ±0:12h, 0:24h ±0:11h), (p<0,01), respectivamente; bem como despertavam mais cedo nos dias de trabalho do que nos dias de folga, (6:09h ±0:20h, 7:20h ±0:24h), (p<0,01). As trabalhadoras noturnas também dormiam significativamente mais cedo em dias de trabalho do que em dias de folga, (5:16h ±0:48h, 12:21h ±1:24h), (p<0,01); respectivamente, bem como despertavam mais cedo nos dias de trabalho em relação aos dias de folga (11:18h ±1:14h, 19:01h ±1:30h), (p<0,01). A duração média do sono foi estatisticamente diferente para as trabalhadoras noturnas comparando dias de trabalho com dias de folga, respectivamente (4,0h ±0,3h, 6,8h ±0,4h; p<0,01), já para as trabalhadoras diurnas não houve diferença significante. Não houve diferenças estatísticas significantes nas comparações do SDE, HO e cronotipo. Conclusões - O jetlag social está correlacionado com a produção de melatonina em trabalhadoras de enfermagem. O jetlag social de trabalhadoras noturnas é maior em comparação as trabalhadoras diurnas. Nesta população, o cronotipo é semelhante entre os grupos estudados. O cronotipo, nesta população, não está correlacionado ao jetlag social. As trabalhadoras noturnas, em dias de trabalho, têm uma menor duração do sono.
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis Jetlag social e trabalho noturno em profissionais de enfermagem Social jetlag and night work in nursing professionals 2019-07-01Claudia Roberta de Castro MorenoPaula Cristina Alves AraujoElaine Cristina MarquezeRobert Paulo Oliveira VieiraUniversidade de São PauloSaúde PúblicaUSPBR Distúrbios do Sono Enfermagem Jetlag Social Melatonin Melatonina Night Work Nursing Sleep Disorders Social Jetlag Trabalho Noturno Introdução - O trabalho noturno pode levar ao jetlag social (JLS), o qual pode ser resumidamente definido como a diferença entre o tempo social e biológico. Estudos mostram que o JLS pode modificar processos fisiológicos, como a pressão arterial, o metabolismo da glicose e a produção de cortisol, hormônio modulador da produção de melatonina. Objetivo - Verificar a existência de uma correlação negativa entre o JLS e a produção de melatonina estimada pela concentração de seu metabólito urinário (6-sulfatoximelatonina). Métodos - O estudo incluiu trabalhadoras de turno diurno (n=9) e noturno (n=13) de uma maternidade pública da cidade de São Paulo. Aplicou-se um questionário com dados sociodemográficos, hábitos de vida, condições de trabalho, sonolência diurna excessiva (SDE), preferência diurna, questionário de cronotipo de Munique (MCTQshift). A urina foi coletada em um dia de trabalho e em um dia de folga para estimar a concentração de 6-sulfatoximelatonina (aMT6s), quantificada pelo método ELISA. As participantes utilizaram um actímetro com um protocolo de atividades diárias, para avaliação dos horários de dormir e despertar e para o cálculo da duração do sono. Para a análise dos dados, foram utilizados os testes de associação de qui-quadrado ou Fischer para variáveis categóricas, testes de diferenças de médias e testes de correlação de Pearson para variáveis contínuas. Resultados - Encontramos um jetlag social 13 vezes maior para trabalhadoras noturnas (10,6 horas) em relação as trabalhadoras diurnas (0,8 hora). A excreção de aMT6s foi estatisticamente diferente quando comparadas as trabalhadoras noturnas em um dia de trabalho e em um dia de folga, sendo a menor excreção, em um dia de trabalho, como esperado. O JLS foi correlacionado negativamente com a aMT6s nas trabalhadoras diurnas, em um dia de trabalho (r=-0,69; p<0,05) e em um dia de folga (r=-0,82; p<0,05) sendo que, quanto maior o JLS menor foi a excreção de aMT6s, contudo, para as trabalhadoras noturnas, esta correlação não se fez presente. As trabalhadoras diurnas dormiam significativamente mais cedo em dias de trabalho do que em dias de folga, (23:53h ±0:12h, 0:24h ±0:11h), (p<0,01), respectivamente; bem como despertavam mais cedo nos dias de trabalho do que nos dias de folga, (6:09h ±0:20h, 7:20h ±0:24h), (p<0,01). As trabalhadoras noturnas também dormiam significativamente mais cedo em dias de trabalho do que em dias de folga, (5:16h ±0:48h, 12:21h ±1:24h), (p<0,01); respectivamente, bem como despertavam mais cedo nos dias de trabalho em relação aos dias de folga (11:18h ±1:14h, 19:01h ±1:30h), (p<0,01). A duração média do sono foi estatisticamente diferente para as trabalhadoras noturnas comparando dias de trabalho com dias de folga, respectivamente (4,0h ±0,3h, 6,8h ±0,4h; p<0,01), já para as trabalhadoras diurnas não houve diferença significante. Não houve diferenças estatísticas significantes nas comparações do SDE, HO e cronotipo. Conclusões - O jetlag social está correlacionado com a produção de melatonina em trabalhadoras de enfermagem. O jetlag social de trabalhadoras noturnas é maior em comparação as trabalhadoras diurnas. Nesta população, o cronotipo é semelhante entre os grupos estudados. O cronotipo, nesta população, não está correlacionado ao jetlag social. As trabalhadoras noturnas, em dias de trabalho, têm uma menor duração do sono. Introduction - Night work can lead to social jetlag (SJL), which can be briefly defined as the difference between social and biological time. Studies show that SJL can modify physiological processes, such as blood pressure, glucose metabolism and the production of cortisol, a hormone that modulates melatonin production. Objective - To verify a negative correlation between SJL and melatonin production estimated by concentration of its urinary metabolite (6-sulfatoximelatonin). Methods - The study included day workers (n=9) and night workers (n=13) from a public maternity hospital in the city of São Paulo. A questionnaire was used with sociodemographic data, life habits, working conditions, excessive daytime sleepiness (SDE), daytime preference, Munich Chronotype Questionnaire (MCTQshift). Urine was collected on a work day and a day off to estimate the concentration of 6-sulfatoximelatonin (aMT6s), quantified by the ELISA method. The participants used an actimeter with a protocol of daily activities, to evaluate the hours of sleep and awakening and to calculate the sleep duration. For the analysis of the data, the tests of association of chi-square or Fischer for categorical variables, tests of differences of averages and tests of correlation of Pearson for continuous variables were used. Results - We found a social jetlag 13 times higher for night workers (10.6 hours) than for day workers (0.8 hours). The excretion of aMT6s was statistically different when compared to night workers on day work and on day off, with the lowest excretion, on a work day, as expected. SJL was negatively correlated with aMT6s in day workers, on work day (r=-0.69, p<0.05) and on day off (r=-0.82, p<0.05) being that the higher the JLS the lower the excretion of aMT6s, however, for the night workers, this correlation was not present. Daytime workers slept significantly earlier in work days than on days off (23:53h ± 0:12h, 0:24h ± 0:11h), (p <0.01), respectively; as well as waking up earlier in the work days than on days off, (p <0.01), (6:09h ±0:20h, 7:20h ± 0:24h). Night workers also slept significantly earlier in work days than on days off (5:16h ± 0:48h, 12:21h ± 1:24h), (p <0.01); respectively, as well as waking up earlier in work days relative to days off (11:18h ± 1:14h, 19:01h ± 1:30h), (p <0.01). The mean sleep duration was statistically different for night workers comparing work days with days off, respectively (4.0h ± 0.3h, 6.8h ± 0.4h, p <0.01), for day workers there were no significant differences. There were no statistically significant differences in the SDE, HO and chronotype comparisons. Conclusions - The social jetlag is correlated with the production of melatonin in nursing workers. The social jetlag of night workers is larger in comparison to day workers. In this population, the chronotype is similar among the groups studied. Chronotype in this population is not correlated with social jetlag. Night workers, on work days, have a shorter sleep duration. https://doi.org/10.11606/D.6.2020.tde-30082019-111233info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T20:27:06Zoai:teses.usp.br:tde-30082019-111233Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-02-17T16:20:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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