Pandemia de COVID-19: planejamento da gravidez das mulheres assistidas em um hospital público na cidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Função, Juliana Mello
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-14022025-155952/
Resumo: Introdução: Investigar o planejamento da gravidez ocupa um papel chave e fundamental na promoção da saúde reprodutiva. Apesar do aumento do acesso à contracepção nas últimas décadas, a alta taxa de gestações não planejadas continua a se manter como um problema de saúde pública. Esse cenário foi ainda mais prejudicado a partir de 2020, com o início da pandemia de COVID-19. A pandemia expôs a vulnerabilidade dos serviços de saúde e o acesso desigual e deficiente à saúde sexual e reprodutiva. Dessa forma, frente a escassez de estudos nacionais sobre o planejamento da gravidez, o uso e as dificuldades no acesso aos métodos anticoncepcionais (MAC) em um cenário pandêmico, justifica-se a condução deste estudo. Objetivo: Analisar o planejamento da gravidez e o acesso aos serviços e MAC entre mulheres que engravidaram durante a pandemia de COVID-19 (2020 e 2021) e que pariram em um hospital público na cidade de São Paulo. Método: Trata-se de um estudo quantitativo, do tipo transversal, realizado com mulheres que engravidaram entre os anos de 2020 e 2021 e que tiveram parto normal ou cesariana, entre janeiro de 2021 e julho de 2022, em um hospital público estadual na Zona Norte da cidade de São Paulo. Os dados foram coletados por meio de um questionário estruturado e autoaplicado na plataforma REDCap e enviado, via WhatsApp, para essas mulheres. Para avaliação do planejamento da gravidez, foi aplicada a versão brasileira do London Measure of Unplanned Pregnancy (LMUP). As análises das características sociodemográficas, socioeconômicas, história reprodutiva e obstétrica, e dificuldades para obtenção de MAC nos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde, foram realizados por meio de números absolutos e proporções, tanto para o ano de 2020 quanto para 2021. Modelo de regressão linear múltipla foi testado para analisar os determinantes do planejamento da gravidez. Os dados foram analisados no Stata 17.0. Resultados: 64,2% das gestações foram classificadas como ambivalentes, 26,3% planejadas e 9,5% não planejadas. Mostraram-se estatisticamente significativas ao planejamento da gravidez a religião, cor da pele/raça negra, escolaridade, atividade remunerada, idade na primeira relação sexual entre 18 e 24 anos, número de filhos vivos, aborto anterior, uso de MAC antes da pandemia e busca de MAC nos serviços de saúde após o início da pandemia. Em relação ao acesso, 72,3% das mulheres não tiveram dificuldades de acesso aos MAC e aos serviços de saúde após o início da pandemia, porém mulheres que engravidaram em 2020 tiveram mais dificuldades em comparação com aquelas que engravidaram em 2021. Conclusão: Houve uma predominância de gestações ambivalentes nas mulheres da amostra, o que coincide com outros estudos brasileiros, sendo extremamente relevante entender o perfil dessas mulheres e como o contexto atual de vida influencia nos determinantes do planejamento da gravidez. Além disso, a maior parte das mulheres entrevistadas, que procuraram os serviços de saúde em busca de contraceptivos durante a pandemia, conseguiu atendimento, tendo maiores dificuldades em 2020 do que em 2021, demonstrando que a pandemia pode ter afetado negativamente as demandas contraceptivas das mulheres brasileiras.
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spelling Pandemia de COVID-19: planejamento da gravidez das mulheres assistidas em um hospital público na cidade de São PauloCOVID-19 pandemic: pregnancy planning of women assisted in a public hospital in the city of São PauloAnticoncepçãoContraceptionCOVID-19COVID-19Family Planning ServicesGravidez Não PlanejadaPlanejamento FamiliarPregnancy UnplannedReproductive HealthSaúde ReprodutivaIntrodução: Investigar o planejamento da gravidez ocupa um papel chave e fundamental na promoção da saúde reprodutiva. Apesar do aumento do acesso à contracepção nas últimas décadas, a alta taxa de gestações não planejadas continua a se manter como um problema de saúde pública. Esse cenário foi ainda mais prejudicado a partir de 2020, com o início da pandemia de COVID-19. A pandemia expôs a vulnerabilidade dos serviços de saúde e o acesso desigual e deficiente à saúde sexual e reprodutiva. Dessa forma, frente a escassez de estudos nacionais sobre o planejamento da gravidez, o uso e as dificuldades no acesso aos métodos anticoncepcionais (MAC) em um cenário pandêmico, justifica-se a condução deste estudo. Objetivo: Analisar o planejamento da gravidez e o acesso aos serviços e MAC entre mulheres que engravidaram durante a pandemia de COVID-19 (2020 e 2021) e que pariram em um hospital público na cidade de São Paulo. Método: Trata-se de um estudo quantitativo, do tipo transversal, realizado com mulheres que engravidaram entre os anos de 2020 e 2021 e que tiveram parto normal ou cesariana, entre janeiro de 2021 e julho de 2022, em um hospital público estadual na Zona Norte da cidade de São Paulo. Os dados foram coletados por meio de um questionário estruturado e autoaplicado na plataforma REDCap e enviado, via WhatsApp, para essas mulheres. Para avaliação do planejamento da gravidez, foi aplicada a versão brasileira do London Measure of Unplanned Pregnancy (LMUP). As análises das características sociodemográficas, socioeconômicas, história reprodutiva e obstétrica, e dificuldades para obtenção de MAC nos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde, foram realizados por meio de números absolutos e proporções, tanto para o ano de 2020 quanto para 2021. Modelo de regressão linear múltipla foi testado para analisar os determinantes do planejamento da gravidez. Os dados foram analisados no Stata 17.0. Resultados: 64,2% das gestações foram classificadas como ambivalentes, 26,3% planejadas e 9,5% não planejadas. Mostraram-se estatisticamente significativas ao planejamento da gravidez a religião, cor da pele/raça negra, escolaridade, atividade remunerada, idade na primeira relação sexual entre 18 e 24 anos, número de filhos vivos, aborto anterior, uso de MAC antes da pandemia e busca de MAC nos serviços de saúde após o início da pandemia. Em relação ao acesso, 72,3% das mulheres não tiveram dificuldades de acesso aos MAC e aos serviços de saúde após o início da pandemia, porém mulheres que engravidaram em 2020 tiveram mais dificuldades em comparação com aquelas que engravidaram em 2021. Conclusão: Houve uma predominância de gestações ambivalentes nas mulheres da amostra, o que coincide com outros estudos brasileiros, sendo extremamente relevante entender o perfil dessas mulheres e como o contexto atual de vida influencia nos determinantes do planejamento da gravidez. Além disso, a maior parte das mulheres entrevistadas, que procuraram os serviços de saúde em busca de contraceptivos durante a pandemia, conseguiu atendimento, tendo maiores dificuldades em 2020 do que em 2021, demonstrando que a pandemia pode ter afetado negativamente as demandas contraceptivas das mulheres brasileiras.Introduction: Investigating pregnancy planning plays a key and fundamental role in promoting reproductive health. Despite increased access to contraception in recent decades, the high rate of unplanned pregnancies continues to be a public health issue. This scenario has further worsened since 2020, with the beginning of the COVID-19 pandemic. The pandemic has exposed the vulnerability of health services and the unequal and deficient access to sexual and reproductive health. This study is motivated by the lack of national studies on pregnancy planning, and the use of, as well as difficulties in accessing, contraceptive methods in a pandemic scenario. Objective: To analyze pregnancy planning and access to reproductive planning services and the use of contraceptive methods among women who became pregnant during the COVID-19 pandemic (2020 and 2021) and gave birth at a public hospital in the city of São Paulo. Method: This is a quantitative, cross-sectional study, carried out with women who became pregnant between 2020 and 2021, who either performed normal delivery or cesarean section between January 2021 and June 2022, at a public hospital in the northern part of São Paulo City. Data were collected through a structured and self-administered questionnaire on the REDCap platform and sent via WhatsApp messages to the participants. The Brazilian version of the London Measure of Unplanned Pregnancy (LMUP) was used to assess pregnancy planning. The analyses of sociodemographic and socioeconomic characteristics, of obstetric and reproductive history, and of the difficulties in obtaining contraceptive methods and reproductive counseling in SUS health services (Sistema Único de Saúde, Brazils public healthcare system) was accomplished using absolute numbers and proportions, both for 2020 and 2021. A multiple linear regression model was tested to analyze the determinants of pregnancy planning. The data were analyzed in Stata 17.0. Results: 64.2% of pregnancies were classified as ambivalent, 26.3% as planned, and 9.5% as unplanned. Religion, black skin color/race, schooling, paid professional occupation, age at first sexual intercourse between 18 and 24 years old, number of living children, previous abortion, use of contraceptive methods before the pandemic, and search for contraceptive methods in health services after the start of the pandemic were statistically significant to pregnancy planning. Regarding to access, 72,3% of women didnt have difficulties in accessing contraceptive methods and health services after the start of the pandemic, however women who became pregnant in 2020 had more difficulties compared to those who became pregnant in 2021. Conclusion: There was a predominance of ambivalent pregnancies among the women in the sample, which coincides with other Brazilian studies, and understanding the characteristics of these women and how the current context of life influences the determinants of pregnancy planning is extremely relevant. Additionally, most of the interviewed women who sought health services in search of contraceptives during the pandemic managed to get care, with greater difficulties in 2020 than in 2021, which shows that the pandemic may have negatively affected the contraceptive demands of Brazilian women.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPChofakian, Christiane Borges do NascimentoFunção, Juliana Mello2023-08-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-14022025-155952/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2025-02-26T15:37:02Zoai:teses.usp.br:tde-14022025-155952Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212025-02-26T15:37:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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