Estabilidade de encostas e condicionantes geológicos, geomorfológicos e estruturais, num trecho da Serra de Cubatão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2000
Autor(a) principal: Machado Filho, José Goncalves
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-05102015-105648/
Resumo: A Serra de Cubatão, denominação local da Serra do Mar é constituida predominantemente por rochas metamórficas de alto e médio grau, dos Complexos Embu e Costeiro, do Proterozóico Superior, englobando especialmente gnaisses, granito-gnaisses, xistos, filitos, milonitos, quartzitos e calco-silicatadas. Sua origem está intimamente ligada à origem e desenvolvimento da costa sudeste brasileira, a qual se iniciou no período Jurássico/Início do Cretáceo, quando houve a separação dos blocos da América do Sul e África, originalmente constituintes do supercontinente do Gondwana. Os contactos litológicos na área são bastante lineares e sub-paralelos, acompanhando a direção geral do Falhamento de Cubatão, N 50º- 60º. Essa é tambem a direção geral das principais estruturas regionais e locais, como dobramentos, falhamentos, foliações, intrusões graníticas, etc. O perfil de alteração no trecho escarpado é basicamente representado pela sequência solo coluvial/solo saprolítico/saprolito/rocha sã, havendo localmente diversas ocorrências de tálus. As espessuras de alteração atingem dezenas de metros nas cotas superiores junto à borda do Planalto Paulistano (cerca de 750m de altitude), diminuindo gradativamente à medida que se desce a escarpa. Abaixo da cota 300m, sua espessura se reduz a poucos metros, sendo comum o afloramento de rocha sã nos talvegues e à meia encosta. A área tem sido palco ao longo dos anos, de movimentos de massas que atuam como agentes naturais modeladores das encostas, manifestando-se tanto como movimentos lentos de rastejo, como através de escorregamentos cíclicos nas estações chuvosas, deixando extensas cicatrizes na paisagem. O alto índice pluviométrico, em torno de 3500mm/ano, aliado ao relevo escarpado, favorecem a ocorrência de escorregamentos, fatos esses ques são sempre agravados nos locais onde se manifesta a ação antrópica, quer nas obras viárias, quer nos desmatamentos e ocupações desordenadas como ocorre nos Bairros-Cota da Via Anchieta, onde a população é estimada em 30000 pessoas. As encostas em geral estão em situação de equilíbrio precário (Fator de segurança ~1,0), sendo sua estabilidade diretamente condicionada pelos fatores de natureza geológica, geomorfológica e estrutural, conforme abordado no decorrer do trabalho. Os escorregamentos predominantes são superficiais translacionais de pequena espessura, afetando o solo coluvial, sendo a superfície de ruptura o contacto com o substrato de material saprolítico, o qual por vezes, tem partes envolvidas no processo. Esses escorregamentos afetam tambem zonas de tálus, os quais em alguns casos de cortes rodoviários, apresentaram rupturas rotacionais mais profundas. Localmente ocorrem escorregamentos planares em solos saprolíticos e rochas. As principais estruturas rúpteis, dispõem-se em padrões concordante ou sub-normal com a direção geral das estruturas regionais (N50º- 60ºe N140º-150º), havendo algumas famílias secundárias bastante desfavoráveis para a estabilidade.
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Essa é tambem a direção geral das principais estruturas regionais e locais, como dobramentos, falhamentos, foliações, intrusões graníticas, etc. O perfil de alteração no trecho escarpado é basicamente representado pela sequência solo coluvial/solo saprolítico/saprolito/rocha sã, havendo localmente diversas ocorrências de tálus. As espessuras de alteração atingem dezenas de metros nas cotas superiores junto à borda do Planalto Paulistano (cerca de 750m de altitude), diminuindo gradativamente à medida que se desce a escarpa. Abaixo da cota 300m, sua espessura se reduz a poucos metros, sendo comum o afloramento de rocha sã nos talvegues e à meia encosta. A área tem sido palco ao longo dos anos, de movimentos de massas que atuam como agentes naturais modeladores das encostas, manifestando-se tanto como movimentos lentos de rastejo, como através de escorregamentos cíclicos nas estações chuvosas, deixando extensas cicatrizes na paisagem. O alto índice pluviométrico, em torno de 3500mm/ano, aliado ao relevo escarpado, favorecem a ocorrência de escorregamentos, fatos esses ques são sempre agravados nos locais onde se manifesta a ação antrópica, quer nas obras viárias, quer nos desmatamentos e ocupações desordenadas como ocorre nos Bairros-Cota da Via Anchieta, onde a população é estimada em 30000 pessoas. As encostas em geral estão em situação de equilíbrio precário (Fator de segurança ~1,0), sendo sua estabilidade diretamente condicionada pelos fatores de natureza geológica, geomorfológica e estrutural, conforme abordado no decorrer do trabalho. Os escorregamentos predominantes são superficiais translacionais de pequena espessura, afetando o solo coluvial, sendo a superfície de ruptura o contacto com o substrato de material saprolítico, o qual por vezes, tem partes envolvidas no processo. Esses escorregamentos afetam tambem zonas de tálus, os quais em alguns casos de cortes rodoviários, apresentaram rupturas rotacionais mais profundas. Localmente ocorrem escorregamentos planares em solos saprolíticos e rochas. As principais estruturas rúpteis, dispõem-se em padrões concordante ou sub-normal com a direção geral das estruturas regionais (N50º- 60ºe N140º-150º), havendo algumas famílias secundárias bastante desfavoráveis para a estabilidade.Serra de Cubatão, local denomination of Serra do Mar ridge is predominantly constituted by metamorphic rocks of high and medium grade which belong to the Upper Proterozoic Embu and Costeiro Complexes. They include gneisses, granite-gnaisses, schists, phyllites, mylonites, quartzites and carbonates. Its origin is intimately linked to the origin and development of the Brazilian southeastern coast, which began in the Jurassic/Early Cretaceous with separation of South America from Africa, during the break-up of Gondwana land. The lithologic contacts in the area are quite lineal and sub-parallel, accompanying the local strike of the Cubatão Fault, N 50° - 60°. That is also the main regional trend of folds, faults, foliations, granitic intrusions, etc. The alteration profile in the scarps is basically represented by the sequence coluvial soil/residual soil/weathered rock/rock, with several local talus occurences. The alteration thickness reaches dozens of meters close to the border of the Paulistano Highlands (about 750m of altitude), declining in lower altitudes. Below the altitude of 300m, its thickness is reduced to a few meters and rock appears along the drainage lines and on the slopes. Along the years the area has been subjected to mass movements related to the geomorphic evolution of the scarp, represented as much as slow movements (\"rastejo\"), as cyclical landslides in the rainy seasons leaving extensive scars in the landscape. The high pluviometric index, around 3500mm/year, allied to the abrupt relief, favor the landslides occurrences, which are always agravated by local anthropic actions, such as road constructions, deforestations and disordered human settlements. One exemple are the Bairros-Cotas of Via Anchieta, with an estimated population of 30000 people. The slopes in general are in precarious balance (Factor of safety~1,0). Its stability is directly conditioned by geological, geomorphological and structural factors. The predominant landslides are thin and superficial, affecting the coluvial soil, with failure surface on the contact with the saprolitic substratum, which can have some of its parts involved in the process. This type of landslides also affects talus zones, but in some cases related to the road cuts, talus present deep circular failures. Plane failures are local, affecting saprolites and rocks. The general discontinuities are disposed in patterns following or sub-normal to the general strike of the regional structures (N50°- 60°; N140°-150°), with secondary families quite unfavourable for the stability of the slopes.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSadowski, Georg RobertMachado Filho, José Goncalves2000-07-21info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44134/tde-05102015-105648/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:58Zoai:teses.usp.br:tde-05102015-105648Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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