Uso do barbatimão (Stryphnodendron rotundifolium) como aditivo na alimentação de cordeiros em confinamento

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Barbosa, Cristiane Rebouças
• Orientador(a): Vargas Junior, Fernando Miranda de
• Banca de defesa: Monteiro, Alda Lúcia Gomes , Goes, Rafael Henrique de Tonissi e Buschinelli de
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
• Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Zootecnia
• Departamento: Faculdade de Ciências Agrárias
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Nutrição animal; Desempenho produtivo; Extrato vegetal
• Palavras-chave em Inglês: Animal nutrition; Productive performance; Vegetable extracts
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS AGRARIAS::ZOOTECNIA::PRODUCAO ANIMAL
• Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4587

Aditivos naturais ricos em compostos bioativos podem ser usados como alternativas aos ionóforos na alimentação de ruminantes com o objetivo de atender as exigências do mercado por produtos livres de resíduos químicos. Objetivou-se estudar as características do barbatimão e seus potenciais efeitos na produção de ruminantes através de uma revisão de literatura (Capítulo I). O capítulo I foi baseado na busca no levantamento da literatura de domínio público. Os resultados obtidos apresentaram que os compostos biológicos presentes no barbatimão, possuem grande potencial para serem utilizados na produção de ruminantes. Para o capítulo II avaliou-se os parâmetros metabólicos, desempenho e características da carcaça cordeiros Pantaneiros com idade média de 150 ± 4,59 dias e peso corporal inicial de 21,2 ± 3,63 kg, distribuídos em blocos casualizados em três dietas experimentais: LAS (0,019 g de Lasalocida sódica/kg da dieta); CBS (1,5 g de casca de barbatimão seca e moída/animal/dia); EHB (0,3 g de extrato hidroalcóolico de barbatimão seco/animal/dia). Para o ganho médio diário não foi observado efeito (P = 0,32) com a inclusão dos extratos CBS (189,2 ± 24,48 g) e EHB (198,4 ± 51,74) em relação ao LAS (221,8 ± 24,41). A conversão alimentar não foi influenciada (P = 0,09) pelos extratos, com média de 4,46 ± 0,87 para todos os tratamentos. As inclusões de CBS e EHB nas dietas dos cordeiros reduziram (P < 0,05) 0,6 pontos na escala de escore de acabamento. O EHB diminuiu (P < 0,05) a intensidade de amarelo, o chroma e o ângulo da tonalidade da carne em 0,9, 0,85 e 2,35 pontos, respectivamente. Os cordeiros que consumiram os CBS e EHB reduziram (P = 0,04) em 15,8 mg/dl no nível de colesterol total. Conclui-se que o uso da casca de barbatimão nas doses testadas em substituição a Lasalocida sódicana na dieta de cordeiros em terminação pode ser utilizado sem prejuízo ao desempenho produtivo e parâmetros metabólicos. O capítulo III consistiu-se na avaliação do efeito dos extratos da casca do barbatimão sobre os parâmetros ruminais, consumo, comportamento ingestivo e digestibilidade de nutrientes dos cordeiros. A ingestão de alimentos não foi afetada pelos extratos em g/dia. O EHB aumentou o tempo (59,74 min/dia) gasto para a ingestão, reduzindo a eficiência em 127 g de MS/h. A eficiência de ruminação e o número de mastigações por dia não foram interferidas pelos extratos CBS e EHB. A digestibilidade dos nutrientes, não foi afetada pelos extratos do barbatimão na dieta dos cordeiros. Os extratos não influenciaram o pH ruminal dos cordeiros, no entanto houve redução de 1,8 mg / dL na concentração de nitrogênio amoniacal do rúmen. A CBS ao ser incluída na dieta dos cordeiros reduziu em 48,9 % os AGV totais quando comparada ao tratamento LAS. Os teores de butirato reduziram em 12,05% com a inclusão dos extratos do barbatimão (CBS e EHB). Com base nos resultados, o barbatimão pode ser usado em substituição a Lasalocida sódica na dieta de cordeiros confinados, sem comprometer o consumo, o comportamento ingestivo e a digestibilidade, apesar das alterações na fermentação ruminal.