Vissungo: o cantar banto nas Américas
Ano de defesa: | 2013 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | , |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão Social
|
Departamento: |
FAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/48814 |
Resumo: | A proposta deste trabalho é a investigação de quatro documentos, buscando distinguir a riqueza dos elementos musicais relacionados à presença da cultura banto no Brasil e nos Estados Unidos, presentificada pelos africanos escravizados e trazidos para as Américas, e seus descendentes. Para tanto, foram selecionados dois documentos brasileiros: O Negro e o Garimpo em Minas Gerais, de Aires da Mata Machado Filho, publicado em 1943, e as gravações realizadas em Minas Gerais, no ano de 1944, por Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, então professor da Escola Nacional de Música, em colaboração com o musicólogo Alan Lomax, do America Folklife Center da Library of Congress. Selecionamos, igualmente, dois documentos estadunidenses: Slave Songs of The United States: The Classic 1867 anthology, cantos compilados por William Francis Allen et alii, e as gravações de cantos da região sul dos Estados Unidos realizadas por Alan Lomax para a Library of Congress, a partir de 1933, registradas no CD Negro Work Songs and Calls. O que estes documentos possuem em comum é o fato de serem os primeiros registros escritos e fonográficos das músicas de raiz africana nas Américas. A publicação de Aires da Mata Machado Filho traz os cantos que ele coletou em forma de notação musical, no ano de 1928, na região de São João da Chapada e Quartel de Indaiá, no município Diamantina, em Minas Gerais. Segundo ele, esses cantos, chamados Vissungos, eram entoados em língua benguela. Por sua vez, a palavra vissungo, de origem banto, traduz se, etimologicamente, como cantar. Os fonogramas, registrados em 1944 por Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, deste mesmo campo, auxiliam na percepção e na compreensão dos limites de qualquer modelo de registro musical, quando comparados com a produção do cantor desta cultura. Esta limitação também é percebida na comparação do documento gravado por Alan Lomax com a publicação de William Allen. A mais importante consideração que emerge deste estudo é o fato de que, aqui, o cantar é essência, e, por meio da voz, constitui uma temporalidade em contínuo, que une o passado, o presente e o futuro, pela memória da ancestralidade. Na busca de contornos, os registros não denotam a importância das pausas, ausências, silêncios e tampouco traduzem a voz e seus modos de vigência; elementos que não podem ser negligenciados, pois estabelecem sentido... Como cantar, o Vissungo presentifica as vozes e silêncios; e assim reelabora o passado e projeta-se como educação (ex-ducere), edificando sua tradição nas Américas. |
id |
UFMG_3ba2c8fbf75ddc5c5b96a5529971de4d |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ufmg.br:1843/48814 |
network_acronym_str |
UFMG |
network_name_str |
Repositório Institucional da UFMG |
repository_id_str |
|
spelling |
Rogério de Cunha Camposhttp://lattes.cnpq.br/7812459402984689Sônia Queirozhttp://lattes.cnpq.br/1202339706711990Andréa Albuquerque Adour da Camara2023-01-10T12:41:59Z2023-01-10T12:41:59Z2013-02-27http://hdl.handle.net/1843/48814A proposta deste trabalho é a investigação de quatro documentos, buscando distinguir a riqueza dos elementos musicais relacionados à presença da cultura banto no Brasil e nos Estados Unidos, presentificada pelos africanos escravizados e trazidos para as Américas, e seus descendentes. Para tanto, foram selecionados dois documentos brasileiros: O Negro e o Garimpo em Minas Gerais, de Aires da Mata Machado Filho, publicado em 1943, e as gravações realizadas em Minas Gerais, no ano de 1944, por Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, então professor da Escola Nacional de Música, em colaboração com o musicólogo Alan Lomax, do America Folklife Center da Library of Congress. Selecionamos, igualmente, dois documentos estadunidenses: Slave Songs of The United States: The Classic 1867 anthology, cantos compilados por William Francis Allen et alii, e as gravações de cantos da região sul dos Estados Unidos realizadas por Alan Lomax para a Library of Congress, a partir de 1933, registradas no CD Negro Work Songs and Calls. O que estes documentos possuem em comum é o fato de serem os primeiros registros escritos e fonográficos das músicas de raiz africana nas Américas. A publicação de Aires da Mata Machado Filho traz os cantos que ele coletou em forma de notação musical, no ano de 1928, na região de São João da Chapada e Quartel de Indaiá, no município Diamantina, em Minas Gerais. Segundo ele, esses cantos, chamados Vissungos, eram entoados em língua benguela. Por sua vez, a palavra vissungo, de origem banto, traduz se, etimologicamente, como cantar. Os fonogramas, registrados em 1944 por Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, deste mesmo campo, auxiliam na percepção e na compreensão dos limites de qualquer modelo de registro musical, quando comparados com a produção do cantor desta cultura. Esta limitação também é percebida na comparação do documento gravado por Alan Lomax com a publicação de William Allen. A mais importante consideração que emerge deste estudo é o fato de que, aqui, o cantar é essência, e, por meio da voz, constitui uma temporalidade em contínuo, que une o passado, o presente e o futuro, pela memória da ancestralidade. Na busca de contornos, os registros não denotam a importância das pausas, ausências, silêncios e tampouco traduzem a voz e seus modos de vigência; elementos que não podem ser negligenciados, pois estabelecem sentido... Como cantar, o Vissungo presentifica as vozes e silêncios; e assim reelabora o passado e projeta-se como educação (ex-ducere), edificando sua tradição nas Américas.This study is an investigation of four different documents, on which we seek to distinguish, both in Brazil and the United States, the richness of musical elements related to a Bantu heritage, presentified by the enslaved Africans brought to the Americas and their descendants. We have therefore selected two Brazilian documents: ‘O Negro e o Garimpo em Minas Gerais’, written by Aires da Mata Machado Filho and published in 1943; and the recordings made in Minas Gerais, in 1944, by Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, a professor at ‘Escola Nacional de Música’, in collaboration with musicologist Alan Lomax from the American Folklife Center at the Library of Congress. We have equally selected two North-American documents: “Slave Songs of the United States: The Classic 1867 anthology”, compiled by William Francis Allen et al; and the recordings of songs from the South of the United States, made by Alan Lomax for the Library of Congress, beginning in 1933, and compliled at the CD “Negro Work Songs and Calls”. These documents share the fact of being the first written and phonographic records of chants of African origins in the Americas. The work of Aires da Mata Machado Filho presents the musical notation of the songs collected in the year of 1928, in the regions of São João da Chapada and Quartel do Indaiá, districts of Diamantina, Minas Gerais. According to him, these songs, called vissungos, were chanted in the language of Benguela. The word vissungo itself has Bantu origins, being etymologically translated as singing. The phonograms, recorded in the same field, in 1944, by Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, help us perceive the limitations of models for registering music when in comparison with the production of singers belonging to this culture. These limitations are also seen when comparing the document recorded by Alan Lomax and the work of William Allen. The most important consideration from this study is that singing is the essence here, and, through the voice, the singers constitute a continuous temporality, uniting the past, present and future by the memory of ancestrality. By searching for contours, the registers neither indicate the importance of pause, absence, silence, nor do they translate the voice and its ways of use. These are elements that cannot be neglected since they convey sense. As a song, vissungos make voices and silence present, thus rebuilding the past and projecting itself as education (ex-ducere), edificating its tradition in the Americas.porUniversidade Federal de Minas GeraisPrograma de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão SocialUFMGBrasilFAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃOhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/info:eu-repo/semantics/openAccessVissungoBantoMúsicaVissungo: o cantar banto nas Américasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGCC-LICENSElicense_rdflicense_rdfapplication/rdf+xml; charset=utf-8811https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/48814/2/license_rdfcfd6801dba008cb6adbd9838b81582abMD52LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82118https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/48814/3/license.txtcda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272MD53ORIGINALAndréa Albuquerque Adour da Camara Tese Doutorado FAE UFMG 2013.pdfAndréa Albuquerque Adour da Camara Tese Doutorado FAE UFMG 2013.pdfapplication/pdf7852915https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/48814/1/Andr%c3%a9a%20Albuquerque%20Adour%20da%20Camara%20Tese%20Doutorado%20FAE%20UFMG%202013.pdfe1fd3dc574ee04990f5c203c9ad11d03MD511843/488142023-01-10 09:41:59.472oai:repositorio.ufmg.br:1843/48814TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEgRE8gUkVQT1NJVMOTUklPIElOU1RJVFVDSU9OQUwgREEgVUZNRwoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSBhbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIChSSS1VRk1HKSBvIGRpcmVpdG8gbsOjbyBleGNsdXNpdm8gZSBpcnJldm9nw6F2ZWwgZGUgcmVwcm9kdXppciBlL291IGRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgcG9sw610aWNhIGRlIGNvcHlyaWdodCBkYSBlZGl0b3JhIGRvIHNldSBkb2N1bWVudG8gZSBxdWUgY29uaGVjZSBlIGFjZWl0YSBhcyBEaXJldHJpemVzIGRvIFJJLVVGTUcuCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgbyBSZXBvc2l0w7NyaW8gSW5zdGl0dWNpb25hbCBkYSBVRk1HIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBvIFJlcG9zaXTDs3JpbyBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRhIFVGTUcgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgcHVibGljYcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRlIHN1YSBwdWJsaWNhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IGNvbmhlY2ltZW50bywgaW5mcmluZ2UgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGUgbmluZ3XDqW0uCgpDYXNvIGEgc3VhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBjb250ZW5oYSBtYXRlcmlhbCBxdWUgdm9jw6ogbsOjbyBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgYW8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHB1YmxpY2HDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBQVUJMSUNBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgQVBPSU8gREUgVU1BIEFHw4pOQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PLCBWT0PDiiBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVPDg08gQ09NTyBUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCk8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgVUZNRyBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lKHMpIG91IG8ocykgbm9tZXMocykgZG8ocykgZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSBwdWJsaWNhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2023-01-10T12:41:59Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
dc.title.pt_BR.fl_str_mv |
Vissungo: o cantar banto nas Américas |
title |
Vissungo: o cantar banto nas Américas |
spellingShingle |
Vissungo: o cantar banto nas Américas Andréa Albuquerque Adour da Camara Vissungo Banto Música |
title_short |
Vissungo: o cantar banto nas Américas |
title_full |
Vissungo: o cantar banto nas Américas |
title_fullStr |
Vissungo: o cantar banto nas Américas |
title_full_unstemmed |
Vissungo: o cantar banto nas Américas |
title_sort |
Vissungo: o cantar banto nas Américas |
author |
Andréa Albuquerque Adour da Camara |
author_facet |
Andréa Albuquerque Adour da Camara |
author_role |
author |
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv |
Rogério de Cunha Campos |
dc.contributor.advisor1Lattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/7812459402984689 |
dc.contributor.advisor2.fl_str_mv |
Sônia Queiroz |
dc.contributor.authorLattes.fl_str_mv |
http://lattes.cnpq.br/1202339706711990 |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Andréa Albuquerque Adour da Camara |
contributor_str_mv |
Rogério de Cunha Campos Sônia Queiroz |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Vissungo Banto Música |
topic |
Vissungo Banto Música |
description |
A proposta deste trabalho é a investigação de quatro documentos, buscando distinguir a riqueza dos elementos musicais relacionados à presença da cultura banto no Brasil e nos Estados Unidos, presentificada pelos africanos escravizados e trazidos para as Américas, e seus descendentes. Para tanto, foram selecionados dois documentos brasileiros: O Negro e o Garimpo em Minas Gerais, de Aires da Mata Machado Filho, publicado em 1943, e as gravações realizadas em Minas Gerais, no ano de 1944, por Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, então professor da Escola Nacional de Música, em colaboração com o musicólogo Alan Lomax, do America Folklife Center da Library of Congress. Selecionamos, igualmente, dois documentos estadunidenses: Slave Songs of The United States: The Classic 1867 anthology, cantos compilados por William Francis Allen et alii, e as gravações de cantos da região sul dos Estados Unidos realizadas por Alan Lomax para a Library of Congress, a partir de 1933, registradas no CD Negro Work Songs and Calls. O que estes documentos possuem em comum é o fato de serem os primeiros registros escritos e fonográficos das músicas de raiz africana nas Américas. A publicação de Aires da Mata Machado Filho traz os cantos que ele coletou em forma de notação musical, no ano de 1928, na região de São João da Chapada e Quartel de Indaiá, no município Diamantina, em Minas Gerais. Segundo ele, esses cantos, chamados Vissungos, eram entoados em língua benguela. Por sua vez, a palavra vissungo, de origem banto, traduz se, etimologicamente, como cantar. Os fonogramas, registrados em 1944 por Luiz Heitor Corrêa de Azevedo, deste mesmo campo, auxiliam na percepção e na compreensão dos limites de qualquer modelo de registro musical, quando comparados com a produção do cantor desta cultura. Esta limitação também é percebida na comparação do documento gravado por Alan Lomax com a publicação de William Allen. A mais importante consideração que emerge deste estudo é o fato de que, aqui, o cantar é essência, e, por meio da voz, constitui uma temporalidade em contínuo, que une o passado, o presente e o futuro, pela memória da ancestralidade. Na busca de contornos, os registros não denotam a importância das pausas, ausências, silêncios e tampouco traduzem a voz e seus modos de vigência; elementos que não podem ser negligenciados, pois estabelecem sentido... Como cantar, o Vissungo presentifica as vozes e silêncios; e assim reelabora o passado e projeta-se como educação (ex-ducere), edificando sua tradição nas Américas. |
publishDate |
2013 |
dc.date.issued.fl_str_mv |
2013-02-27 |
dc.date.accessioned.fl_str_mv |
2023-01-10T12:41:59Z |
dc.date.available.fl_str_mv |
2023-01-10T12:41:59Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
format |
doctoralThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/1843/48814 |
url |
http://hdl.handle.net/1843/48814 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/ info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/ |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.publisher.program.fl_str_mv |
Programa de Pós-Graduação em Educação - Conhecimento e Inclusão Social |
dc.publisher.initials.fl_str_mv |
UFMG |
dc.publisher.country.fl_str_mv |
Brasil |
dc.publisher.department.fl_str_mv |
FAE - FACULDADE DE EDUCAÇÃO |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade Federal de Minas Gerais |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Institucional da UFMG instname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) instacron:UFMG |
instname_str |
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
instacron_str |
UFMG |
institution |
UFMG |
reponame_str |
Repositório Institucional da UFMG |
collection |
Repositório Institucional da UFMG |
bitstream.url.fl_str_mv |
https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/48814/2/license_rdf https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/48814/3/license.txt https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/48814/1/Andr%c3%a9a%20Albuquerque%20Adour%20da%20Camara%20Tese%20Doutorado%20FAE%20UFMG%202013.pdf |
bitstream.checksum.fl_str_mv |
cfd6801dba008cb6adbd9838b81582ab cda590c95a0b51b4d15f60c9642ca272 e1fd3dc574ee04990f5c203c9ad11d03 |
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv |
MD5 MD5 MD5 |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1793890959223685120 |