Trilogia da proteção integral à crianças: compreensão de pais e educadores da educação infantil

• Ano de defesa: 2009
• Autor(a) principal: Weber, Mara Aparecida Lissarassa
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: PUC-Campinas
• Palavras-chave em Português: trilogia do ECA; desigualdade social; psicólogo escolar; relações humanizadas; statute of children and adolescent triad; social inequality; school psychologist; humanized relationships
• Link de acesso: http://repositorio.sis.puc-campinas.edu.br/xmlui/handle/123456789/15622

As desigualdades vividas em nossa sociedade e a dificuldade em existirem relações humanizadas entre adultos e crianças tendo como base os valores atribuídos no Estatuto da Criança e do Adolescente motivaram a realização deste estudo. Assim, esta pesquisa teve como objetivo principal conhecer como os valores da trilogia da Doutrina da Proteção Integral - liberdade, dignidade e respeito - eram compreendidos por pais e educadores e as suas implicações no cotidiano da criança. Realizamos esta pesquisa em uma escola pública de educação infantil, tendo como participantes os pais e os educadores das crianças que lá estudavam. Nossos dados foram produzidos nos grupos de discussão que realizamos com esses participantes, além dos registros dos diários de campo da pesquisadora, elaborados ao longo de sua inserção na escola. Os resultados obtidos foram analisados à luz do materialismo histórico e dialético, por acreditarmos na interpretação dos fenômenos a partir das contradições existentes na realidade cotidiana. Evidenciamos que a ideologia do sistema capitalista domina pais e educadores, os quais se submetem ao sistema, apesar de acreditarem que são eles que determinam suas regras e limites. Para eles a garantia do valor da dignidade está associada ao poder aquisitivo da família, o respeito relaciona-se com a autonomia das crianças, apesar de adultos e crianças se submeterem às relações opressivas da sociedade e a liberdade foi compreendida como a permissão para a criança se expressar e realizar aquilo que desejasse, apesar de não ser isso que evidenciávamos na nossa inserção na escola. O Estatuto não é capaz de garantir uma vida humanizada a essa população uma vez que as desigualdades sociais impedem um tratamento igual para quem vive realidades tão distantes. O psicólogo escolar, diante disso, precisa assumir um papel de transformação social oportunizando o acesso, o questionamento e as críticas àquilo que está imposto.