O GNT faz o seu gênero? Uma abordagem cultural do gênero televisivo e de suas relações com identidades de gênero

• Ano de defesa: 2020
• Autor(a) principal: Pirajá, Tess Chamusca
• Orientador(a): GUTMANN, Juliana Freire
• Banca de defesa: Gomes, Itania Maria Mota, Leal, Bruno Souza, Holzbach, Ariane, Maia, Jussara Peixoto, Gutmann, Juliana Freire
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas ( POSCOM)
• Departamento: Faculdade de Comunicação
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Identidade de gênero; Televisão - Modo de endereçamento; GNT
• Área do conhecimento CNPq: Ciências Sociais Aplicadas
• Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/35678

Esta tese investiga as transformações históricas na identidade de marca do canal nacional de TV paga GNT em sua trajetória de apropriação de valores vinculados às identidades de gênero. Numa ênfase ao seu caráter de prática cultural, a identidade de marca é concebida como resultado de um complexo jogo de interação entre múltiplos discursos e práticas que articula os campos da produção e da recepção em contextos políticos, econômicos e culturais específicos. Para a execução de uma análise fundamentada nessa concepção, a tese aposta em uma articulação entre os conceitos de modos de endereçamento, interpretado como estilo próprio de produzir televisão e prática de subjetivação, gênero televisivo, identidades de gênero e mapa das mediações elaborado por Jesús Martín-Barbero. A análise é conduzida a partir de uma trama de programas do GNT, escolhidos por conta das interlocuções e tensões que expressam entre gêneros televisivos e identidades de gênero. São eles: Saia Justa, Manhattan Connection, Contemporâneo, Superbonita, Papo de Segunda e Tempero de Família. Porém, o estudo se debruça sobre um corpus mais amplo que inclui, além dos programas citados, outras produções que orbitam e se relacionam com essa trama, como vinhetas, campanhas e matérias publicadas no site institucional do GNT, depoimentos da equipe gestora do canal e realizadores dos programas coletados em matérias jornalísticas e avaliações presentes em críticas televisivas. Tendo em conta que o canal tem um longo percurso de atuação no país, foram elencados eixos temporais que contribuem para a investigação da questão da pesquisa: os anos de 2002/2003, 2010/2011, 2015 e 2017. Inspirado em autores que têm refletido sobre a historicidade dos processos comunicacionais, os períodos são analisados a partir da ênfase na dimensão processual e histórica da construção da identidade de marca do GNT. Os resultados da pesquisa apontam que se reportar a um universo feminino se traduziu em uma televisão de intimidade, que se expressa nos cenários, nas formas de conversação, na escolha do elenco e nos temas discutidos, e ao mesmo tempo em uma referência a um contexto urbano, dinâmico e cosmopolita. São valores que se destacam no canal ao longo do período analisado a família, a beleza, o trabalho, a independência financeira e, mais recentemente, a diversidade e o ativismo.