Avaliação histopatológica e molecular em tecidos de hamsters (Mesocricetus auratus) experimentalmente infectados com estirpes de Leptospira spp. dos sorogrupos Icterohaemorrhagiae e Sejroe

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Pinto, Priscila da Silva
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Leptospira; Rim; Útero; Hamster; Leptospirose em animal; Histopatologia veterinária; Imuno-histoquímica; PCR; Sorogrupo; Kidney; Uterus
• Link de acesso: http://app.uff.br/riuff/handle/1/26247

A leptospirose é uma doença infectocontagiosa determinada pelos diferentes sorovares de Leptospira spp. e acomete diversas espécies de animais, incluindo o homem. Em infecções experimentais com Leptospira spp. em hamsters podem ser observadas hemorragias petequiais e/ou equimoses pulmonares, hemorragias intestinais, renais e icterícia. Diversos estudos já demonstraram diferenças na infecção por leptospiras ao variar a via de inoculação, a dose do inóculo e a estirpe inoculada, porém nenhum avaliou em um mesmo estudo de forma comparativa, as particularidades da infecção por estirpes de diferentes sorogrupos. Deste modo, o presente trabalho visou avaliar as lesões histopatológicas, a presença e a distribuição tecidual em hamsters experimentalmente infectados por estirpes de leptospiras dos sorogrupos Icterohaemorrhagiae e Sejroe. Amostras de tecido renal, hepático, pulmonar, uterino, vesical e esplênico de 14 hamsters (sendo um o controle negativo) infectados com estirpes do sorogrupo Icterohaemorrhagiae (oito) e Sejroe (cinco) foram analisadas. A avaliação histopatológica foi realizada por meio da coloração de Hematoxilina-eosina, a verificação da presença e distribuição das leptospiras foi realizada por meio de PCR e imuno-histoquímica respectivamente. No presente estudo foi verificado que animais infectados com estirpes do sorogrupo Icterohaemorrhagiae apresentaram mais congestão de sinusóides no fígado, assim como animais infectados com estirpes do sorogrupo Sejroe apresentaram mais degeneração de hepatócitos, o que nos sugere uma diferença nos mecanismos de virulência dessas estirpes. Em relação a PCR foi verificada uma associação significativa para a ocorrência de estirpes do sorogrupo Sejroe em úteros. Por meio da imuno-histoquímica foi possível observar leptospiras nos rins de dois animais e em nenhum útero, porém, a presença de leptospiras nos úteros mostra-se importante, visto que sua detecção pela PCR foi muito expressiva e principalmente associada ao sorogrupo Sejroe. Esses resultados indicam que, em contraste com o sorogrupo Icterohaemorrhagiae, estirpes do sorogrupo Sejroe estão associadas à infecção uterina em hamsters infectados experimentalmente, o que pode contribuir para o entendimento da fisiopatologia da infecção uterina em vacas e os problemas reprodutivos subsequentes que são observados na leptospirose bovina.