Paciente crônico – ser ou não ser, eis a questão: uma etnografia com jovens com sorologia positiva para o VIH

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Gonçalves, Rafael Agostini Valença Barreto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
HIV
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/8682
Resumo: Ao longo das quase quatro décadas que convivemos com o Vírus da Imunodeficiência Adquirida sua administração clínica sofreu mudanças consideráveis. O prolongamento temporal impõe aos sujeitos VIH+ (re)posicionamentos no agenciamento da vida e da enfermidade a partir da perspectiva de uma doença de longa duração. Necessidade de adequação dos hábitos e comportamentos, frequente interação com serviços e profissionais da saúde e uso contínuo de medicamentos – além da convivência com os impactos sociais, subjetivos e mesmo físicos da enfermidade – são algumas das questões. O objetivo desta pesquisa foi compreender e os sentidos e significados atribuídos à convivência com a doença e suas consequentes implicações. Foram realizadas seis entrevistas abertas em profundidade com jovens VIH+ de camadas populares, de ambos os sexos, de transmissão materno-infantil entre 18 e 22 anos. A partir de uma questão disparadora, espraiamos para dimensões da vida dos jovens referentes à revelação do diagnóstico, relações afetivas e representações do vírus, do tratamento e da doença. O material produzido foi analisado a partir de uma perspectiva socioantropológica que se ancorou na análise temática. Os resultados indicam que os antirretrovirais têm centralidade nos discursos e são vistos como responsáveis pela manutenção da saúde. A normalidade como eixo estruturante do diagnóstico contrastou com o fato de que a maioria dos entrevistados preferia manter segredo sobre sua sorologia. O ativismo aparece como forma de encontrar lugar para a sorologia no curso da vida e como estratégia acionada para lidar com o cotidiano após o diagnóstico. No campo da sexualidade, a possibilidade de compartilhar a gestão de cuidados com os parceiros, o medo de ser rejeitado e a enorme preocupação com a possibilidade de infectar alguém formam um caudaloso misto de experiências. Enfim, os dados apontam que as fronteiras entre os sentidos e experiências do “agudo” e “crônico” não são um Aqueronte a ser transposto, mas dois lados que se tocam
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O objetivo desta pesquisa foi compreender e os sentidos e significados atribuídos à convivência com a doença e suas consequentes implicações. Foram realizadas seis entrevistas abertas em profundidade com jovens VIH+ de camadas populares, de ambos os sexos, de transmissão materno-infantil entre 18 e 22 anos. A partir de uma questão disparadora, espraiamos para dimensões da vida dos jovens referentes à revelação do diagnóstico, relações afetivas e representações do vírus, do tratamento e da doença. O material produzido foi analisado a partir de uma perspectiva socioantropológica que se ancorou na análise temática. Os resultados indicam que os antirretrovirais têm centralidade nos discursos e são vistos como responsáveis pela manutenção da saúde. A normalidade como eixo estruturante do diagnóstico contrastou com o fato de que a maioria dos entrevistados preferia manter segredo sobre sua sorologia. O ativismo aparece como forma de encontrar lugar para a sorologia no curso da vida e como estratégia acionada para lidar com o cotidiano após o diagnóstico. No campo da sexualidade, a possibilidade de compartilhar a gestão de cuidados com os parceiros, o medo de ser rejeitado e a enorme preocupação com a possibilidade de infectar alguém formam um caudaloso misto de experiências. Enfim, os dados apontam que as fronteiras entre os sentidos e experiências do “agudo” e “crônico” não são um Aqueronte a ser transposto, mas dois lados que se tocamOver the nearly four decades that lived with the Human Immunodeficiency Virus their clinical management has undergone considerable changes. The temporal extension requires the subject HIV + (re) positioning the assemblage of life and illness from the perspective of a long-term illness. Adequacy need of habits and behaviors, frequent interaction with services and health professionals and continued use of drugs - in addition to familiarity with the social, subjective and even physical infirmity - are some of the issues. The aim of this study was to understand and the meanings attributed to living with the disease and its consequent implications. They were held six open interviews in depth with young mother to child transmission from 18 to 22 years. From a starter question, espraiamos to dimensions of life of young people regarding the disclosure, emotional relationships and representations of the virus, treatment and disease. The material produced was analyzed from a socio-anthropological perspective that is anchored in the thematic analysis. The results indicate that antiretroviral drugs are central in the discourse and are seen as responsible for the maintenance of health. Normality as structure diagnosis contrasted with the fact that most respondents preferred to keep secret about their HIV status. Activism appears as a way to find a place for serology in the course of life and as a strategy driven to deal with everyday life after diagnosis. In the field of sexuality, the possibility of sharing the care management with partners, fear of being rejected and the enormous concern about the possibility of infecting someone form a mixed mighty experiences. Finally, the data show that the boundaries between the senses and experiences of the "acute" and "chronic" are not a Acheron to be overcome, but two sides meet121f.UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSENiteróiFranco, Túlio BatistaFranco, Túlio BatistaCádernas, Cláudia Mercedes MoraWong-Un, Júlio AlbertoSilva Júnior, Aluísio Gomes daGutiérrez, Mónica Lourdes FranchMaksud, Ivia Maria Jardimhttp://lattes.cnpq.br/6189247965962204http://lattes.cnpq.br/4910962111735003http://lattes.cnpq.br/5338114042740741http://lattes.cnpq.br/4910962111735003http://lattes.cnpq.br/5858641884897634http://lattes.cnpq.br/8396570029365423http://lattes.cnpq.br/9187474194134055http://lattes.cnpq.br/3848871240061464Gonçalves, Rafael Agostini Valença Barreto2019-02-21T12:52:21Z2019-02-21T12:52:21Z2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/vnd.openxmlformats-officedocument.wordprocessingml.documentGONÇALVES, Rafael Agostini Valença Barreto. Paciente crônico – ser ou não ser, eis a questão: uma etnografia com jovens com sorologia positiva para o VIH. 2016. 121 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2016.https://app.uff.br/riuff/handle/1/8682Aluno de MestradoCC-BY-SAinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF)instname:Universidade Federal Fluminense (UFF)instacron:UFF2020-07-27T16:08:50Zoai:app.uff.br:1/8682Repositório InstitucionalPUBhttps://app.uff.br/oai/requestriuff@id.uff.bropendoar:21202020-07-27T16:08:50Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense (RIUFF) - Universidade Federal Fluminense (UFF)false
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