Adoecer e adolescer com hiv/aids: experiências de trajetórias terapêuticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Cardim, Mariana Gomes
Orientador(a): Moreira, Martha Cristina Nunes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Fernandes Figueira
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6657
Resumo: Trata-se de uma pesquisa exploratória de abordagem qualitativa que teve como objetivo compreender a experiência de adoecimento e cuidado vivenciada por adolescentes com HIV/Aids por transmissão vertical e sua família. A coleta de dados foi realizada entre fevereiro e julho de 2012, no ambulatório de Doenças Infecciosas Pediátricas e se deu através da técnica de entrevista de História de Vida com dezesseis adolescentes e seus respectivos responsáveis. Os relatos apontaram para a emergência de três categorias: Adolescer com HIV/Aids: experiências de uma trajetória terapêutica; A (Re)construção das relações familiares a partir da doença e A (Re)construção da vida pública e privada a partir da doença. Os resultados apontaram para um cotidiano marcado pelos momentos de infância e adolescência acrescido da singularidade da presença do HIV/Aids. Esses momentos não se configuram como demarcações cronológicas e o momento da revelação do diagnóstico aparece como um grande demarcador dessas fases. Nessa etapa da vida, balizada pelo conhecimento da sua doença, são desvelados novos desafios. Assim, muitas vezes, são lançados a serem adolescentes em termos de autonomia plena com o seu tratamento de saúde, a partir de uma rede de expectativas e representações sócio-culturais dos adultos com relação à adolescência. Demonstram haver uma lacuna entre a vivência cotidiana do tratamento e aquilo que é preconizado pela equipe de saúde. Entretanto, entendem a necessidade de tratamento e criam estratégias aderentes. O itinerário terapêutico é marcado pelo gerenciamento do segredo de viver com HIV/Aids na vida pública e privada. Na maioria das vezes, o manejo do segredo tem um caráter de proteção da vivência do estigma. Aparece com destaque a figura da mulher como gerenciadora do tratamento e cuidadora principal. A infecção pelo vírus HIV traz experiências singulares na trajetória de vida desses adolescentes, gerando a necessidade de (re)construções de identidades, de relações fam iliares e de vida pública e privada. É travada uma luta diária para manter-se “normal” e saudável, o que ressignifica o adolescer desses indivíduos. São necessárias intervenções mais dialógicas e menos normativas, especialmente aquelas de cunho educativo, promovendo a autonomia do cuidado de si e o exercício saudável e seguro da sexualidade. Neste sentido, destacamos a necessidade de utilização de estratégias lúdicas que se adaptem à fase de vida desses indivíduos. As histórias desveladas apontam ainda para a necessidade de um modelo de cuidado que abranja toda a família.
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spelling Cardim, Mariana GomesMoreira, Martha Cristina Nunes2013-07-05T17:58:12Z2013-07-05T17:58:12Z2012CARDIM, Mariana Gomes. Adoecer e adolescer com hiv/aids: experiências de trajetórias terapêuticas. 2012. 145 f. Tese (Doutorado em Saúde da Criança e da Mulher)-Instituto Fernandes Figueira, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, Brasilhttps://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/6657Trata-se de uma pesquisa exploratória de abordagem qualitativa que teve como objetivo compreender a experiência de adoecimento e cuidado vivenciada por adolescentes com HIV/Aids por transmissão vertical e sua família. A coleta de dados foi realizada entre fevereiro e julho de 2012, no ambulatório de Doenças Infecciosas Pediátricas e se deu através da técnica de entrevista de História de Vida com dezesseis adolescentes e seus respectivos responsáveis. Os relatos apontaram para a emergência de três categorias: Adolescer com HIV/Aids: experiências de uma trajetória terapêutica; A (Re)construção das relações familiares a partir da doença e A (Re)construção da vida pública e privada a partir da doença. Os resultados apontaram para um cotidiano marcado pelos momentos de infância e adolescência acrescido da singularidade da presença do HIV/Aids. Esses momentos não se configuram como demarcações cronológicas e o momento da revelação do diagnóstico aparece como um grande demarcador dessas fases. Nessa etapa da vida, balizada pelo conhecimento da sua doença, são desvelados novos desafios. Assim, muitas vezes, são lançados a serem adolescentes em termos de autonomia plena com o seu tratamento de saúde, a partir de uma rede de expectativas e representações sócio-culturais dos adultos com relação à adolescência. Demonstram haver uma lacuna entre a vivência cotidiana do tratamento e aquilo que é preconizado pela equipe de saúde. Entretanto, entendem a necessidade de tratamento e criam estratégias aderentes. O itinerário terapêutico é marcado pelo gerenciamento do segredo de viver com HIV/Aids na vida pública e privada. Na maioria das vezes, o manejo do segredo tem um caráter de proteção da vivência do estigma. Aparece com destaque a figura da mulher como gerenciadora do tratamento e cuidadora principal. A infecção pelo vírus HIV traz experiências singulares na trajetória de vida desses adolescentes, gerando a necessidade de (re)construções de identidades, de relações fam iliares e de vida pública e privada. É travada uma luta diária para manter-se “normal” e saudável, o que ressignifica o adolescer desses indivíduos. São necessárias intervenções mais dialógicas e menos normativas, especialmente aquelas de cunho educativo, promovendo a autonomia do cuidado de si e o exercício saudável e seguro da sexualidade. Neste sentido, destacamos a necessidade de utilização de estratégias lúdicas que se adaptem à fase de vida desses indivíduos. As histórias desveladas apontam ainda para a necessidade de um modelo de cuidado que abranja toda a família.It treats of a exploratory qualitative research that aimed to understand the experience of illness and care experienced by adolescents with HIV / AIDS through vertical transmission and your family. Data collection was realized between February and July 2012 in the clinic of Pediatric Infectious Diseases. It used the life story method, through of recorded interviews with sixteen teenagers and their guardians. The reports pointed to the emergence of three units of meaning: Adolescent with HIV / AIDS: Experiences of a therapeutic course; The (Re) construction of family relationships in existence with chronic illness and; The (Re) construction of public and private life in existence with chronic illness. The results pointed to a routine marked by moments of childhood and adolescence plus the uniqueness of the presence of HIV / AIDS. These moments are not chronological time demarcations and the moment of disclosure of HIV infection appears as a large path of these phases. At this stage of life, guided by the knowledge of their disease, new challenges are revealed. So often, teenagers are to be released in terms of full autonomy with their health care from of expectations and socio -cultural representations of adults regarding adolescence. Demonstrate that there is a gap between the daily experience of treatment and what is recommended by the health care team. However, understand the need for treatment and strategize adherents. The route is marked by the therapeutic management of the secret of living with HIV / AIDS in public and private life. In most cases, the management has a secret character protection of the experience of stigma. Features prominently figure of woman as Managing company of treatment and main caregiver. The HIV infection brings unique experiences in life trajectory of these adolescents, creating the need for (re) constructions of identity, family relations and public and private life. It waged a daily struggle to keep "normal" and healthy, which reframes the adolescent these individuals. Interventions are needed more dialogic and less regulations, especially those with an educational, promoting the autonomy of self-care and exercise healthy and safe sexuality. In this regard, we emphasize the need to use playful strategies that adapt to the stage of life of these individuals. The stories uncovered also point to the need for a model of care that covers the entire family.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Fernandes Figueira. Departamento de Ensino. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher. Rio de Janeiro, RJ, BrasilporInstituto Fernandes FigueiraAdolescenteSíndrome da Imunodeficiência AdquiridaHIVExperiência da DoençaAdolescentAidsHIVExperience of the DiseaseSíndrome de Imunodeficiência AdquiridaAdolescenteAdoecer e adolescer com hiv/aids: experiências de trajetórias terapêuticasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2012-12Departamento de EnsinoFundação Oswaldo Cruz. Instituto Fernandes FigueiraRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulherinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-81914https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6657/1/license.txt7d48279ffeed55da8dfe2f8e81f3b81fMD51ORIGINALMariana Gomes Cardim.pdfMariana Gomes Cardim.pdfapplication/pdf1511850https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6657/2/Mariana%20Gomes%20Cardim.pdfe82132edefffad232ed8919b2c7cb2a3MD52TEXTMariana Gomes Cardim.pdf.txtMariana Gomes Cardim.pdf.txtExtracted texttext/plain232840https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6657/5/Mariana%20Gomes%20Cardim.pdf.txt65f1c592640332cde5221b41ac97a6ceMD55THUMBNAILMariana Gomes Cardim.pdf.jpgMariana Gomes Cardim.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1040https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/6657/4/Mariana%20Gomes%20Cardim.pdf.jpg9cc64e70c73b4cee6a988a30778becbaMD54icict/66572019-06-24 16:30:55.752oai:www.arca.fiocruz.br:icict/6657TElDRU7Dh0EgREUgRElTVFJJQlVJw4fDg08gTsODTy1FWENMVVNJVkEKCkFvIGNvbmNvcmRhciBlIGFjZWl0YXIgZXN0YSBsaWNlbsOnYSB2b2PDqiAoYXV0b3Igb3UgZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzKToKCmEpIERlY2xhcmEgcXVlIGNvbmhlY2UgYSBwb2zDrXRpY2EgZGUgY29weXJpZ2h0IGRhIGVkaXRvcmEgZG8gc2V1IGRvY3VtZW50by4KCmIpIERlY2xhcmEgcXVlIGNvbmhlY2UgZSBhY2VpdGEgYXMgRGlyZXRyaXplcyBwYXJhIG8gUmVwb3NpdMOzcmlvIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGEgRnVuZGHDp8OjbyBPc3dhbGRvIENydXogKEZJT0NSVVopLgoKYykgQ29uY2VkZSDDoCBGSU9DUlVaIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSBhcnF1aXZhciwgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyIChjb21vIGRlZmluaWRvIGEgc2VndWlyKSwgY29tdW5pY2FyCiAKZS9vdSBkaXN0cmlidWlyIG5vIFJlcG9zaXTDs3JpbyBkYSBGSU9DUlVaLCBvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vL2Fic3RyYWN0KSBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgb3UgCgpwb3IgcXVhbHF1ZXIgb3V0cm8gbWVpby4KCmQpIERlY2xhcmEgcXVlIGF1dG9yaXphIGEgRklPQ1JVWiBhIGFycXVpdmFyIG1haXMgZGUgdW1hIGPDs3BpYSBkZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gZSBjb252ZXJ0w6otbG8sIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gc2V1IGNvbnRlw7pkbywgCgpwYXJhIHF1YWxxdWVyIGZvcm1hdG8gZGUgYXJxdWl2bywgbWVpbyBvdSBzdXBvcnRlLCBwYXJhIGVmZWl0b3MgZGUgc2VndXJhbsOnYSwgcHJlc2VydmHDp8OjbyAoYmFja3VwKSBlIGFjZXNzby4KCmUpIERlY2xhcmEgcXVlIG8gZG9jdW1lbnRvIHN1Ym1ldGlkbyDDqSBvIHNldSB0cmFiYWxobyBvcmlnaW5hbCwgZSBxdWUgZGV0w6ltIG8gZGlyZWl0byBkZSBjb25jZWRlciBhIHRlcmNlaXJvcyBvcyBkaXJlaXRvcyAKCmNvbnRpZG9zIG5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBEZWNsYXJhIHRhbWLDqW0gcXVlIGEgZW50cmVnYSBkbyBkb2N1bWVudG8gbsOjbyBpbmZyaW5nZSBvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBwZXNzb2Egb3UgZW50aWRhZGUuCgpmKSBEZWNsYXJhIHF1ZSwgbm8gY2FzbyBkbyBkb2N1bWVudG8gc3VibWV0aWRvIGNvbnRlciBtYXRlcmlhbCBkbyBxdWFsIG7Do28gZGV0w6ltIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yLCBvYnRldmUgYSBhdXRvcml6YcOnw6NvIAoKaXJyZXN0cml0YSBkbyByZXNwZWN0aXZvIGRldGVudG9yIGRlc3NlcyBkaXJlaXRvcywgcGFyYSBjZWRlciBhIEZJT0NSVVogb3MgZGlyZWl0b3MgcmVxdWVyaWRvcyBwb3IgZXN0YSBMaWNlbsOnYSBlIGF1dG9yaXphciBhIAoKdXRpbGl6w6EtbG9zIGxlZ2FsbWVudGUuIERlY2xhcmEgdGFtYsOpbSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBjdWpvcyBkaXJlaXRvcyBzw6NvIGRlIHRlcmNlaXJvcyBlc3TDoSBjbGFyYW1lbnRlIGlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIAoKbm8gdGV4dG8gb3UgY29udGXDumRvIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZS4KCmcpIFNFIE8gRE9DVU1FTlRPIEVOVFJFR1VFIMOJIEJBU0VBRE8gRU0gVFJBQkFMSE8gRklOQU5DSUFETyBPVSBBUE9JQURPIFBPUiBPVVRSQSBJTlNUSVRVScOHw4NPIFFVRSBOw4NPIEEgRklPQ1JVWiwgREVDTEFSQSBRVUUgQ1VNUFJJVSAKClFVQUlTUVVFUiBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUEVMTyBSRVNQRUNUSVZPIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4gQSBGSU9DUlVaIGlkZW50aWZpY2Fyw6EgY2xhcmFtZW50ZSBvKHMpIG5vbWUocykgZG8ocykgYXV0b3IoZXMpIGRvcyAKCmRpcmVpdG9zIGRvIGRvY3VtZW50byBlbnRyZWd1ZSBlIG7Do28gZmFyw6EgcXVhbHF1ZXIgYWx0ZXJhw6fDo28sIHBhcmEgYWzDqW0gZG8gcHJldmlzdG8gbmEgYWzDrW5lYSBjKS4KRepositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352019-06-24T19:30:55Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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