Desafios decoloniais à prática da agrigricultura orgânica no município de Dourados/MS face à hegemonia no uso de agroquímicos

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Paz, Regiane Elvira Riquena Barbosa da
• Orientador(a): Guimarães, Verônica Maria Bezerra
• Banca de defesa: Monte, Déborah Silva do , Comar, Mario Vito
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
• Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Fronteiras e Direitos Humanos
• Departamento: Faculdade de Direito e Relações Internacionais
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Neoliberalismo; Políticas públicas; Agroecologia; Sustentabilidade
• Palavras-chave em Inglês: Neoliberalism; Public politic; Agroecology; Sustainability
• Área do conhecimento CNPq: CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS
• Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4497

Com o advento da Revolução Verde, um novo modelo mundial de agricultura foi instalado, tendo como elemento chave o uso de agrotóxicos. Assim, com esta dissertação se propôs discutir os desafios decoloniais à prática da agricultura orgânica no município de Dourados/MS face à hegemonia no uso de agroquímicos, debruçando-se na identificação dos desafios que permeiam a agricultura orgânica frente a hegemonia do uso de agrotóxicos, sob a hipótese de que, essa hegemonia, está diretamente ligada a herança colonial do País. Dessa forma, os agricultores orgânicos do município seguem lutando pelo acesso a terra, pela descontaminação do solo, da água, dos alimentos e pelo direito em exercer uma atividade econômica conforme suas escolhas. A partir do contexto histórico do município, erroneamente categorizado como vazio demográfico no passado, hoje, possui na agricultura de larga escala sua principal atividade econômica. Para que tal análise pudesse ser realizada, utilizou-se como metodologia, a estratégia qualitativa do estudo de caso, caracterizado como história de vida, com entrevistas semiestruturadas que ocorreram de forma presencial e remota devido a pandemia do coronavírus. As informações recolhidas foram oferecidas pelos próprios sujeitos da pesquisa: pequenos agricultores orgânicos do município. O recorte temporal foram dos anos de 2019 e 2020, anos em que verificamos um desmonte das políticas públicas voltadas para a agricultura familiar, agroecológica e orgânica, seguidas pela maior onda de liberações de agrotóxicos na história do País. A partir de uma perspectiva multidisciplinar, utilizou-se como guia referenciais teóricos como Rachel Carson, Ana Maria Primavesi, Francis Chaboussi, entre outros, destacando que o uso de agrotóxicos não é essencial para a produção agrícola e que é possível ofertar grandes quantidades de alimentos por meio de outras formas de produção com baixo impacto na esfera ambiental. Constatou-se que a agricultura de larga escala vem afetando os pequenos agricultores que optaram por outro modo de produção agrícola, principalmente, pela deriva de agrotóxicos dispersos através do vento para além da área de aplicação, mesmo quando a pulverização ocorre numa baixa altitude. A pandemia do coronavírus nos escancarou uma realidade sobre as incertezas relacionadas ao futuro, o modo de produção insustentável da agricultura extensiva, com uso de agrotóxicos, pode ser vista como uma futura tragédia anunciada e que talvez não tenhamos tempo para reverter o quadro de instabilidade já instaurado.