Obra de arte como armadilha, ou: de como Beuys lança sua rede

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Consuelo Salome
Orientador(a): Wanda de Paula Tofani
Banca de defesa: Marcos Cesar de Senna Hill, Elsje Maria Lagrou
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/JSSS-97CEW6
Resumo: Através de Alfred Gell, antropólogo inglês, e de sua teoria de abdução de agência baseada no caráter indicial dos signos, da semiótica peirceana , procuro mostrar como Joseph Beuys explora o poder de agência de substâncias, animais e espaços, no empenho em capturar o ser humano para sua causa: construir a escultura social. Para tanto, tornou-se necessária a pesquisa de sua teoria da plasticidade em que o artista, a partir da doutrina de Rudolf Steiner, assimila o homem à planta, e a sociedade à floresta. Como entidades que funcionam de maneira fraterna, distribuindo suas substâncias em benefício dos outros entes, e constituindo um organismo equilibrado e harmônico, as plantas se tornam o paradigma ideal para a sociedade do futuro que o Artista quer construir. Procuro mostrar também como o Artista catalisa o efeito de sua obra se fazendo presente, tanto física participando pessoalmente de suas mostras; concedendo entrevistas; ministrando aulas; protagonizando atuações cênicas , quanto mentalmente distribuindo cartazes e múltiplos junto ao espectador. E ainda, dialogando com a Arte Contemporânea, através de Marcel Duchamp e Andy Warhol. Refiro, ainda, com base em Mircea Eliade e Mario Perniola, ao caráter de sacralidade de que se revestem suas ações, as quais se prestam a cosmisar espaços, animais e substâncias, na busca de redespertar o homem para uma ligação primordial com o cosmos de que ele se distanciou ao longo do tempo. Encerro mostrando que, assimilada a um Xamã, a um novo Cristo e a um Hermes da modernidade, a figura de Beuys se impõe como uma necessidade no mundo contemporâneo pleno de iniquidades e votado a valores materialistas.
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