Desigualdades e desempenho escolar no processo de escolarização da juventude: uma análise contextual sobre a expansão do ensino médio na região metropolitana de BH

• Ano de defesa: 2012
• Autor(a) principal: Simone Grace de Paula
• Orientador(a): Juarez Tarcisio Dayrell
• Banca de defesa: Andre Braz Golgher, Samira Zaidan, Lucia Helena Alvarez Leite, Marilia Pontes Sposito, Suzana Lanna Burnier Coelho
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Palavras-chave em Português: Desempenho escolar; Juventude; Desigualdade; Ensino médio
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-92YMAU

Esta pesquisa teve como objetivo central investigar as possíveis influências das desigualdades sobre o desempenho escolar de jovens em processo de escolarização no contexto de expansão do Ensino Médio na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Para entender as relações entre desigualdades e desempenho escolar, adotou dois eixos norteadores: o primeiro voltou-se para a caracterização dos jovens estudantes e moradores da RMBH, no intuito de identificar o peso de possíveis desigualdades (socioeconômicas, raciais, gênero, trabalho e escolarização) na condição juvenil. O segundo investigou o desempenho a partir de três variáveis: relação com o saber escolar, avaliação da aprendizagem (institucional e resultado escolar) e acesso e permanência no processo de escolarização (fluxo escolar). Assim, a partir da identificação de desigualdades, entrecruzou esses dados com as informações coletadas sobre o desempenho escolar. Utilizou métodos quantitativos e qualitativos para coleta, descrição e análise dos dados coletados. Os procedimentos quantitativos possibilitaram a elaboração do perfil dos jovens e a caracterização do processo de expansão do Ensino Médio na RMBH. Já os de caráter qualitativo, realizados em uma escola pública estadual de Ensino Médio, buscaram investigar dimensões relacionadas às formas de trabalho escolar (aulas, resultado do processo avaliativo e fluxo escolar) que auxiliassem na compreensão de alguns fatores que poderiam interferir no desempenho dos jovens estudantes. A pesquisa foi orientada pela Sociologia da Educação, Sociologia da Juventude e Demografia. Como resultado, a investigação possibilitou constatar que as desigualdades sociais (sexo, raciais, renda) são persistentes e perpassam a condição juvenil, bem como o acesso ao sistema educacional e à participação na população economicamente ativa. E mais, que os sintomas dessas desigualdades incidem de forma direta sobre o desempenho escolar, influenciando, sobretudo, a trajetória dos jovens estudantes considerados não herdeiros. Constatou também a existência de novas desigualdades relacionadas ao aprender, gerando, com isso, uma desistência relacional com a aprendizagem. Esse fenômeno manifesta de forma implícita a seletividade escolar, e ocasiona situações de fracasso que incidem, principalmente, sobre os jovens estudantes considerados novo público estudantil do Ensino Médio.