Psicanálise e hospital: há ato analítico? : estudo sobre a especificidade da intervenção psicanalítica na pediatria e seus efeitos no tratamento da criança hospitalizada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Arleta Maria Serra Carvalho
Orientador(a): Angela Maria Resende Vorcaro
Banca de defesa: Andrea Maris Campos Guerra, Mônica Assunção Costa Lima
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/VCSA-8J9ECG
Resumo: A presente dissertação é resultado de uma pesquisa de mestrado que interroga se o ato psicanalítico é possível em um hospital geral. Baseado na prática do psicanalista na Pediatria do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais, partimos de uma reflexão sobre esse fazer, particularmente tratando dos efeitos da criança hospitalizada sobre a própria criança, sua família e a equipe. A morte na criança desencadeia um real devastador por confrontar o ideal narcísico dos pais, bem como convocar nos familiares e equipe osentimento de impotência. Em um hospital, o psicanalista procura reduzir a impotência ao que ela tem de impossibilidade. Questionamos a demanda médica, separando-a da demanda do sujeito e, mais ainda, procuramos apontar a hiância existente entre a demanda e o desejo. Aética psicanalítica envolve um compromisso com o desejo do sujeito, dando tratamento à angústia que o paralisa, embotando os discursos, sustentando-o no simbólico. Recorremos ao livro O Seminário, livro 15: O Ato Psicanalítico, de Jacques Lacan, para verificar o que Lacan formalizou sobre o processo de uma análise padrão e o que ele chamou de ato psicanalítico. A questão que viria a ser configurada seria se a psicanálise, transportada para outras práticas, como as institucionais, particularmente no contexto hospitalar, se sustentaria. Não utilizamos o esquema do ato psicanalítico com a intenção de fazê-lo caber na prática hospitalar-pediátrica, mas para identificar pontos de convergência e divergência entre os mesmos, até porque a psicanálise, na contemporaneidade, precisa avançar para além dos parâmetros estabelecidos. Utilizamos, assim, alguns casos clínicos atendidos nesse contexto para que pudéssemos pôr à prova a questão que se configurou desde o início desta dissertação: há ato analítico em um hospital? A partir dessa exposição, concluímos que a psicanálise nãosomente é possível em um hospital, como é fundamental, por sustentar que há um sujeito desejante para além do corpo que sofre e que esse sujeito tem algo a nos dizer, que é essencial para a conduta de toda uma equipe.
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Questionamos a demanda médica, separando-a da demanda do sujeito e, mais ainda, procuramos apontar a hiância existente entre a demanda e o desejo. Aética psicanalítica envolve um compromisso com o desejo do sujeito, dando tratamento à angústia que o paralisa, embotando os discursos, sustentando-o no simbólico. Recorremos ao livro O Seminário, livro 15: O Ato Psicanalítico, de Jacques Lacan, para verificar o que Lacan formalizou sobre o processo de uma análise padrão e o que ele chamou de ato psicanalítico. A questão que viria a ser configurada seria se a psicanálise, transportada para outras práticas, como as institucionais, particularmente no contexto hospitalar, se sustentaria. Não utilizamos o esquema do ato psicanalítico com a intenção de fazê-lo caber na prática hospitalar-pediátrica, mas para identificar pontos de convergência e divergência entre os mesmos, até porque a psicanálise, na contemporaneidade, precisa avançar para além dos parâmetros estabelecidos. Utilizamos, assim, alguns casos clínicos atendidos nesse contexto para que pudéssemos pôr à prova a questão que se configurou desde o início desta dissertação: há ato analítico em um hospital? A partir dessa exposição, concluímos que a psicanálise nãosomente é possível em um hospital, como é fundamental, por sustentar que há um sujeito desejante para além do corpo que sofre e que esse sujeito tem algo a nos dizer, que é essencial para a conduta de toda uma equipe.The present dissertation is the result of a Masters research that interrogates if thepsychoanalytical act is possible in a General Hospital. Based on the practice of the psychoanalyst in the Pediatrics ward of the Federal University of Minas Gerais Hospital das Clínicas, we start from a reflection on this practice, taking particularly into account the effects of the hospitalized child on the child itself, on his family and on the staff. Death in the child unravels a devastating real in so far as it confronts the parents narcissistic ideal, as well as it convokes in the family and in the staff a feeling of impotence. In a hospital, the psychoanalyst seeks to reduce the impotence to its degree of impossibility. We question the medical demand, separating it from the subjects demand and, further more, we aim to point out the gap between demand and desire. The psychoanalytical ethics involves a commitment with the subjects desire, giving treatment to the anxiety that paralyses him, blurring speeches, sustaining him in the symbolic. We recur to Lacans work The Seminar, book 15: The Psychoanalytical Act to verify what has Lacan formalized on the process of a standard analysis and on what he called psychoanalytical act. The question that would come to be outlined would be if Psychoanalysis, transported to other practices as the institutional ones, articularly in the hospital context, would sustain itself. We do not utilize the psychoanalytical act scheme with the intention of making it fit the pediatric-hospital practice, but to identify convergence and divergence points between the same, even because Psychoanalysis, in the contemporaneity, needs to advance beyond the established parameters. We utilize, thus, some clinical cases attended in this context so that we could put to the test the question that presented itself since the beginning of this dissertation: is there an analytical act in an hospital? From this exposure, we conclude that Psychoanalysis is not only possible in an hospital, but fundamental, in so far as it sustains that there is a desiring subject beyond the suffering body and that this subject has something to tell us, attitude that is essential to the conduct of an entire staff.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGPsicanáliseDesejoAngústiaPsicologiaPsicanáliseAto psicanalíticoSujeitoDesejoDemandaAngústiaPsicanálise e hospital: há ato analítico? : estudo sobre a especificidade da intervenção psicanalítica na pediatria e seus efeitos no tratamento da criança hospitalizadainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALarleta_pdf.pdfapplication/pdf1657876https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/VCSA-8J9ECG/1/arleta_pdf.pdf53816b1c07c93ee1bd9c76cd6be39979MD51TEXTarleta_pdf.pdf.txtarleta_pdf.pdf.txtExtracted texttext/plain224729https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/VCSA-8J9ECG/2/arleta_pdf.pdf.txt6d057277be0f6705bca7a16c28e3676fMD521843/VCSA-8J9ECG2019-11-14 14:50:24.888oai:repositorio.ufmg.br:1843/VCSA-8J9ECGRepositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T17:50:24Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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