Desempenho da Atenção Primária à Saúde no controle da hanseníase em Minas Gerais

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Daniele dos Santos Lages
• Orientador(a): Francisco Carlos Félix Lana
• Banca de defesa: Francisco Carlos Félix Lana, Angélica da Conceição Oliveira Coelho, Ana Paula Mendes Carvalho
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
• Departamento: ENF - DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL E SAÚDE PÚBLICA
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Hanseníase; Vigilância epidemiológica; Mycobacterium leprae; Atenção Primária a Saúde; Sistema Único de Saúde
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/48544; https://orcid.org/0000-0001-9375-2401

A hanseníase é um problema de saúde pública no Brasil devido à sua magnitude e transcendência. Com isso, as Ações de Controle da Hanseníase (ACH) descentralizadas foram estabelecidas. Assim, entender a tendência e a relação dos indicadores epidemiológicos e operacionais da hanseníase com o nível de descentralização das ACH para a Atenção Primária à Saúde (APS) permite saber se houve impacto no desempenho desse nível de atenção, e em sua cobertura para o controle da hanseníase em Minas Gerais (MG). Objetivou-se analisar o desempenho da APS no controle da Hanseníase em MG. Trata-se de um estudo epidemiológico observacional e analítico do tipo ecológico, de séries temporais, no estado de MG e em suas macro e microrregiões de saúde. A população de estudo foi composta pelos casos novos de hanseníase notificados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), residentes em MG, de 2001 a 2020. Os dados foram disponibilizados pela Coordenação Estadual de Hanseníase. O desfecho do estudo foi a descentralização das ACH. As variáveis explicativas foram aquelas que trataram sobre o desempenho da atenção básica e da situação epidemiológica. Para as análises de tendência, foi realizada a regressão linear de Prais-Winsten, pelo método de Antunes e Cardoso. Os softwares utilizados no estudo foram Stata (versão 14.0), IBM SPSS Statistics 19, Microsoft Excel (Virtual Basic for Applications). O estudo integra o projeto intitulado “Análise Epidemiológica da Hanseníase no estado de Minas Gerais”, desenvolvido pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Hanseníase (NEPHANS) da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos (COEP) da UFMG, sob o parecer nº: 490.456, CEP UFMG - CAAE 248993137.0000.5149. O estudo revela que, em Minas Gerais, no período estudado, foram notificados 37041 casos novos de hanseníase em MG, com uma média de 1852 diagnósticos anuais em todo território estadual, estabelecendo uma média endemicidade da doença. No estado há não somente a expansão da Cobertura da Atenção Básica e Estratégia Saúde da Família, como também um movimento de descentralização das ACH para APS e que grande parte dos indicadores epidemiológicos e operacionais se desenvolveram de modo favorável à medida em que a descentralização das ACH ocorreu, ou seja, houve impacto da descentralização das ACH na situação epidemiológica em todo o âmbito estadual, entretanto, ao analisar todo o estado e também suas macro e microrregiões de saúde de modo isolado, notam-se sinais sugestivos da presença de endemia oculta em diversas regiões do estado, fator que contribui para a perpetuação da cadeia de transmissão da hanseníase. Por isso, os diferentes resultados encontrados nas micro e macrorregiões de saúde demandam a realização de mais estudos, visando não somente a compreensão das ações de vigilância e controle da hanseníase como também dos fatores socioeconômicos que caracterizam aquela população.