A percepção das fricativas coronais não vozeadas por crianças e adultos falantes nativos do português brasileiros: em busca de evidências para uma mudança evolutiva nos esquemas perceptuais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Fabiana Andrade Penido
Orientador(a): Rui Rothe-neves
Banca de defesa: Pablo Arantes, Larissa Cristina Berti
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/LETR-8ZDP59
Resumo: Verificar se as crianças atribuem os mesmos pesos às pistas altura da frequência do ruído fricativo e transição do segundo formante vocálico, ou transição do F2, que os adultos para a classificação do par mínimo /aaR/-/asaR/ e do contraste /u/-/su/. Metodologia: A amostra deste estudo foi composta por crianças de quatro anos de idade, crianças de sete anos e adultos. Em cada grupo de idade foram testados dez sujeitos. As crianças e os adultos foram recrutados em duas instituições de ensino de Belo Horizonte/MG. Para obter os dados do estudo, foram produzidos dois contínuos para /aaR/-/asaR/ e dois contínuos para /u/-/su/. As pistas acústicas manipuladas foram: altura da frequência do ruído fricativo e transição do F2. A pista que variou de forma idêntica nos dois contínuos foi altura da frequência do ruído fricativo, na qual foi modificada de uma frequência apropriada para [] (3360Hz) para uma frequência apropriada para [s] (6240Hz) em nove passos uniformes de 320Hz. A segunda pista foi transição do F2, que segue o ruído fricativo. As duas formas foram: contínuo com transição apropriada para acompanhar [] e contínuo com transição apropriada para acompanhar [s]. Foi realizada uma tarefa de classificação, em que os participantes ouviram os estímulos por meio de um fone de ouvido e tiveram que decidir qual categoria era mais coerente com o que foi apresentado dentre as possibilidades existentes (/aaR/-/asaR/ e /u/-/su/). Resultados: Os dados coletados foram analisados estatisticamente por meio do modelo de análise probito. Os resultados revelaram que para o par mínimo /aaR/-/asaR/, apesar de as crianças de quatro anos ponderarem de forma altamente significativa a pista altura da frequência do ruído fricativo, este grupo foi o que atribui maior peso à pista transição do F2 quando comparado com os demais grupos de idade. Já os adultos atribuíram maior peso à pista altura da frequência do ruído fricativo que as crianças de quatro anos e as de sete anos. Para o contraste /u/-/su/, o grupo de adultos foi a única faixa etária que apresentou apenas uma tendência à utilização da pista transição do F2 para a classificação deste contraste. Todos os grupos de idade testados ponderaram de forma altamente significativa a pista altura da frequência do ruído fricativo. Conclusões: Os resultados mostraram que as crianças de quatro anos atribuíram maior peso à pista transição do F2 que as crianças de sete anos e os adultos para a classificação do par mínimo /aaR/-/asaR/. No entanto, esta faixa etária ponderou mais fortemente a pista altura da frequência do ruído fricativo quando comparada à pista transição do F2. Para o contraste /u/-/su/, a única faixa etária que apresentou apenas uma tendência à utilização da pista transição do F2 foi o grupo de adultos. Assim, os resultados de classificação deste estudo foram sugestivos de que a pista altura da frequência do ruído fricativo é mais informativa que transição do F2 para a decisão do ponto de articulação dos sons fricativos no português brasileiro.
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A pista que variou de forma idêntica nos dois contínuos foi altura da frequência do ruído fricativo, na qual foi modificada de uma frequência apropriada para [] (3360Hz) para uma frequência apropriada para [s] (6240Hz) em nove passos uniformes de 320Hz. A segunda pista foi transição do F2, que segue o ruído fricativo. As duas formas foram: contínuo com transição apropriada para acompanhar [] e contínuo com transição apropriada para acompanhar [s]. Foi realizada uma tarefa de classificação, em que os participantes ouviram os estímulos por meio de um fone de ouvido e tiveram que decidir qual categoria era mais coerente com o que foi apresentado dentre as possibilidades existentes (/aaR/-/asaR/ e /u/-/su/). Resultados: Os dados coletados foram analisados estatisticamente por meio do modelo de análise probito. Os resultados revelaram que para o par mínimo /aaR/-/asaR/, apesar de as crianças de quatro anos ponderarem de forma altamente significativa a pista altura da frequência do ruído fricativo, este grupo foi o que atribui maior peso à pista transição do F2 quando comparado com os demais grupos de idade. Já os adultos atribuíram maior peso à pista altura da frequência do ruído fricativo que as crianças de quatro anos e as de sete anos. Para o contraste /u/-/su/, o grupo de adultos foi a única faixa etária que apresentou apenas uma tendência à utilização da pista transição do F2 para a classificação deste contraste. Todos os grupos de idade testados ponderaram de forma altamente significativa a pista altura da frequência do ruído fricativo. Conclusões: Os resultados mostraram que as crianças de quatro anos atribuíram maior peso à pista transição do F2 que as crianças de sete anos e os adultos para a classificação do par mínimo /aaR/-/asaR/. No entanto, esta faixa etária ponderou mais fortemente a pista altura da frequência do ruído fricativo quando comparada à pista transição do F2. Para o contraste /u/-/su/, a única faixa etária que apresentou apenas uma tendência à utilização da pista transição do F2 foi o grupo de adultos. Assim, os resultados de classificação deste estudo foram sugestivos de que a pista altura da frequência do ruído fricativo é mais informativa que transição do F2 para a decisão do ponto de articulação dos sons fricativos no português brasileiro.Objective: to verify if children and adults attribute the same weight to the cues of frequency height of the fricative noise and transition of the second vowel formant or F2 transition to classify the minimal pair /aaR/-/asaR/ and the /u/-/su/ contrast. Methodology: the sampling for this study was constituted of children of ages four and seven years old, as well as adults. Ten subjects were tested in each of the three age groups. Both children and adults were recruited from two education centers in Belo Horizonte, MG. In order to gather the data for this study, two continuums were produced for /aaR/-/asaR/ and /u/- /su/, each. The acoustic cues manipulated were frequency height of the fricative noise and F2 transition. The cue that varied in an identical fashion in the two continuums was the frequency height of the fricative noise, which was modified from an appropriated frequency of [] (3360Hz) to an appropriated frequency of [s] (6240Hz) in nine uniform steps of 320Hz. The second cue was the F2 transition, which follows the fricative sound. The two forms were: a continuum with appropriated transition to follow [] and a continuum with appropriated transition to follow [s]. The participants performed a classification task in which they heard the stimuli on headphones and decided which category was the most coherent to what had been presented among the existing possibilities (/aaR/-/asaR/ and /u/-/su/). Results: the data gathered was statistically analyzed by the probit model. The results revealed that for the minimal pair /aaR/-/asaR/, in spite of the four-year-old children being able to very significantly weighting the cue of frequency height of the fricative noise, they attributed the largest weight to the cue of F2 transition when compared with the other age groups. The adult subjects attributed larger weight to the of frequency height of the fricative noise than the children of four and seven years old. As for the /u/-/su/ contrast, the adult was the only age group that presented only one tendency to use the cue of F2 transition to classify this contrast. All the age groups tested very significantly weighting the cue of frequency height of the fricative noise. Conclusions: the results showed that children of four attributed larger weight to the cue of F2 transition than those of seven years old or the adults to classify the minimal pair /aaR/-/asaR/. However, the first age group weighting more strongly the cue of frequency height of the fricative noise when compared to the cue of F2 transition. Regarding the /u/-/su/ contrast, the only age group which presented only one tendency to use the cue of F2 transition was the adult group. Hence, the classification results in this study suggested that the cue of frequency height of the fricative noise is more informative to the choice of articulation point in Brazilian Portuguese fricative sounds than the cue of F2 transition.Universidade Federal de Minas GeraisUFMGFonética acústicaLingua portuguesa FonologiaAquisição de linguagemPercepção da falaPercepção da fala nas criançasAudiçãoLíngua portuguesa FonéticaDesenvolvimentoPercepção da falaPonderaçãoCriançaA percepção das fricativas coronais não vozeadas por crianças e adultos falantes nativos do português brasileiros: em busca de evidências para uma mudança evolutiva nos esquemas perceptuaisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINAL1476m.pdfapplication/pdf1808948https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-8ZDP59/1/1476m.pdf0fcbb553100acec189fa5d9869850272MD51TEXT1476m.pdf.txt1476m.pdf.txtExtracted texttext/plain198740https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/LETR-8ZDP59/2/1476m.pdf.txtfd94a5ca8f8950bd5df802fb956a675fMD521843/LETR-8ZDP592019-11-14 09:37:48.826oai:repositorio.ufmg.br:1843/LETR-8ZDP59Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T12:37:48Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false
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