Impacto do acompanhamento farmacoterapêutico à pessoa com tuberculose na atenção primária à saúde na capital de Minas Gerais.

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Célio Rezende Lara Júnior
• Orientador(a): Mariana Martins Gonzaga do Nascimento
• Banca de defesa: Adriano Max Moreira Reis, André de Oliveira Baldoni
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de Minas Gerais
• Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Medicamentos e Assistencia Farmaceutica
• Departamento: FAR - DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA SOCIAL
• País: Brasil
• Palavras-chave em Português: Tuberculose; Atenção Primária à Saúde; Serviços farmacêuticos
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/1843/38771

A tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa responsável por 1,5 milhões de mortes no mundo em 2019. Em 2018, o Brasil apresentou uma taxa de abandono do tratamento para TB duas vezes maior que o máximo preconizado pela Organização Mundial de Saúde. Devido à magnitude desse problema de saúde pública, ações relacionadas às práticas clínicas e organizações de serviços para o controle da tuberculose são incentivadas pela agenda nacional de prioridades de pesquisa em saúde. Nesse contexto, a atuação do farmacêutico pode melhorar o desfecho dos casos de tuberculose e impactar positivamente no controle da doença no país, sendo a atenção primária à saúde (APS) o principal nível de atenção para o diagnóstico e manejo da doença. Tendo isso em vista, na cidade de Belo Horizonte, desde 2018, foi implementado o serviço de acompanhamento farmacoterapêutico à pessoa com TB nas unidades básicas de saúde (UBS). Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a implementação e a efetividade do serviço de acompanhamento farmacoterapêutico à pessoa com TB na cidade de Belo Horizonte. Trata-se de estudo longitudinal, do tipo ensaio híbrido de efetividade/implementação do tipo 1, referente ao período de janeiro de 2018 a fevereiro de 2020. Todos os dados foram obtidos através do software de gestão da assistência farmacêutica do município (GERAF). Os indicadores do serviço foram alvo de estatística descritiva e a efetividade do serviço foi avaliada por meio de comparação da incidência de cura no grupo de pacientes inseridos e não inseridos no serviço por meio de análise de regressão de Poisson. O serviço foi realizado em 148 UBS por 82 farmacêuticos. Do total de 1.076 tratamentos, 355 não envolveram o acompanhamento farmacoterapêutico. Em 721 tratamentos acompanhados pelo farmacêutico, houve 1.709 atendimentos e cura foi mais frequente para tratamentos acompanhados no serviço de acompanhamento farmacoterapêutico (90,4%), em relação aos tratamentos não acompanhados (73,5%). O risco relativo ajustado de cura no grupo de pacientes inseridos no acompanhamento farmacoterapêutico em relação ao grupo não inserido foi de 2,71 (2,04-3,61; p <0,001). Conclui-se que o acompanhamento farmacoterapêutico à pessoa com TB aumentou significativamente a incidência de cura e deve ser incentivada, pois, é uma alternativa viável e de fácil implementação na APS.