Democracia, Estado e espaço: elementos para uma crítica materialista do planejamento urbano
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Minas Gerais
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://hdl.handle.net/1843/IGCC-9SYNB9 |
Resumo: | O presente trabalho procura refletir sobre a necessidade da construção de uma crítica materialista do planejamento urbano. Para tanto, fazemos um resgate das mudanças recentes na teoria e na prática do planejamento desde a queda do paradigma modernista na década de 1970 ressaltando as contemporâneas tentativas de construção de um planejamento democrático. De início identificamos a inquietação que anima a pesquisa: apesar de animado pelo espírito da reforma urbana e pautado cada vez mais pela participação popular, o planejamento no Brasil tem reproduzido o mesmo padrão segregador, informal e repressor do espaço urbano de outrora. Os ditos avanços democráticos no planejamento parecem não terem respaldo na produção real do espaço urbano. Procuramos argumentar que essa situação se deve a duas ilusões idealistas: a que toma a democracia moderna como panaceia, sem refletir sobre sua natureza histórica específica; e a que toma a reforma do Estado como uma possibilidade de construção de um verdadeiro representante do interesse público. Nos dois primeiros capítulos procuramos descontruir essas duas visões idealistas através de uma crítica que insiste no fato de que tanto a democracia moderna quanto o Estado são resultados de uma formação social muito específica e de que estão, consequentemente, condicionados pelos limites desta. Tão logo a desconstrução da crença num Estado democrático reformado como meio de emancipação se conclui, outra proposta surge no horizonte: a possibilidade de que o próprio planejamento, para além simplesmente do seu conteúdo e na sua própria forma, serve também ele à reprodução das contradições da produção do espaço capitalista e da dominação de classe. O último capítulo se dedica a explorar essa possibilidade, numa tentativa de transbordamento das discussões anteriores para a crítica do próprio planejamento. Por fim procuramos defender que a construção dessa crítica materialista do planejamento (que completa e aprofunda a crítica ao planejamento) nos ajuda a vislumbrar uma nova linha de pesquisa bem como a possibilidade da renovação do projeto político de emancipação. A grande contribuição desta pesquisa é apontar para a construção de novos caminhos que superariam atuais insuficiências para a crítica do planejamento urbano |
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Geraldo Magela CostaSilke KappWeber SoaresRainer RandolphMarcos Gustavo Pires de Melo2019-08-13T15:12:15Z2019-08-13T15:12:15Z2014-08-07http://hdl.handle.net/1843/IGCC-9SYNB9O presente trabalho procura refletir sobre a necessidade da construção de uma crítica materialista do planejamento urbano. Para tanto, fazemos um resgate das mudanças recentes na teoria e na prática do planejamento desde a queda do paradigma modernista na década de 1970 ressaltando as contemporâneas tentativas de construção de um planejamento democrático. De início identificamos a inquietação que anima a pesquisa: apesar de animado pelo espírito da reforma urbana e pautado cada vez mais pela participação popular, o planejamento no Brasil tem reproduzido o mesmo padrão segregador, informal e repressor do espaço urbano de outrora. Os ditos avanços democráticos no planejamento parecem não terem respaldo na produção real do espaço urbano. Procuramos argumentar que essa situação se deve a duas ilusões idealistas: a que toma a democracia moderna como panaceia, sem refletir sobre sua natureza histórica específica; e a que toma a reforma do Estado como uma possibilidade de construção de um verdadeiro representante do interesse público. Nos dois primeiros capítulos procuramos descontruir essas duas visões idealistas através de uma crítica que insiste no fato de que tanto a democracia moderna quanto o Estado são resultados de uma formação social muito específica e de que estão, consequentemente, condicionados pelos limites desta. Tão logo a desconstrução da crença num Estado democrático reformado como meio de emancipação se conclui, outra proposta surge no horizonte: a possibilidade de que o próprio planejamento, para além simplesmente do seu conteúdo e na sua própria forma, serve também ele à reprodução das contradições da produção do espaço capitalista e da dominação de classe. O último capítulo se dedica a explorar essa possibilidade, numa tentativa de transbordamento das discussões anteriores para a crítica do próprio planejamento. Por fim procuramos defender que a construção dessa crítica materialista do planejamento (que completa e aprofunda a crítica ao planejamento) nos ajuda a vislumbrar uma nova linha de pesquisa bem como a possibilidade da renovação do projeto político de emancipação. A grande contribuição desta pesquisa é apontar para a construção de novos caminhos que superariam atuais insuficiências para a crítica do planejamento urbanoThis research seeks to reflect on the necessity of building a materialist critique of urban planning. To do so, we make a rescue of recent changes in the theory and practice of planning since the fall of the modernist paradigm in the 1970s highlighting the contemporary attempts to build a democratic planning. At the beginning we identified the main contradiction that animates this research: although built upon the spirit of urban reform and guided increasingly by popular participation, planning in Brazil has reproduced the same segregated, informal and repressive pattern of urban space. Democratic advances in planning seem to have no endorsement in the actual production of space. We purpose that this situation is due to two idealistic illusions: one that takes modern democracy as a panacea, without reflecting on its nature; and other that takes the reform of the State as a possibility of representing a real public interest. In the first two chapters we deconstruct these two idealistic visions through a critical view that seeks to show how much modern democracy and the state are the result of a specific social formation and are, as such, constrained by its limits. As soon as this deconstruction of the faith in a reformed democratic state as a mean of emancipation is finished, another proposal appears on the horizon: the possibility that planning itself (by its form and not only by its contents) serves the reproduction of the contradictory process of the capitalist production of urban space and class domination. The last chapter is dedicated to explore this possibility in an attempt to overflow the previous discussions also for the critique of planning. Finally, we seek to defend the construction of this materialist critique of planning helps us to envision a new line of research and the possibility of renewal of the political project of emancipation. The major contribution of this research is point out the possibility of new perspectives for the critique of urban planningUniversidade Federal de Minas GeraisUFMGGeografiaForma-políticaCrítica materialistaDemocraciPlanejamento urbanoEstadoDemocracia, Estado e espaço: elementos para uma crítica materialista do planejamento urbanoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFMGinstname:Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)instacron:UFMGORIGINALdisserta__o_marcos_gustavo_pires_de_melo.pdfapplication/pdf1440539https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-9SYNB9/1/disserta__o_marcos_gustavo_pires_de_melo.pdf127aa0b0b78a9f8aec22d3cfbecc61f2MD51TEXTdisserta__o_marcos_gustavo_pires_de_melo.pdf.txtdisserta__o_marcos_gustavo_pires_de_melo.pdf.txtExtracted texttext/plain694380https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/IGCC-9SYNB9/2/disserta__o_marcos_gustavo_pires_de_melo.pdf.txt97d5b3cc49b3acfb7d6c7bb4e1a28710MD521843/IGCC-9SYNB92019-11-14 12:16:28.865oai:repositorio.ufmg.br:1843/IGCC-9SYNB9Repositório de PublicaçõesPUBhttps://repositorio.ufmg.br/oaiopendoar:2019-11-14T15:16:28Repositório Institucional da UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)false |
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