Os mamíferos pleistocênicos de Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus, Pernambuco: aspectos tafonômicos, taxonômicos e paleoambientais
Ano de defesa: | 2007 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
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País: |
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/6492 |
Resumo: | O objetivo deste trabalho é o estudo tafonômico, taxonômico e geocronológico de mamíferos pleistocênicos em depósito de tanque, para subsidiar interpretações paleoecológicas e paleoambientais. A área de estudo situa-se na Localidade Incó, Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus, Pernambuco. A pesquisa envolveu levantamento bibliográfico, cartográfico, trabalhos de campo e laboratoriais. O material coletado foi incorporado à Coleção Científica de Macrofósseis da UFPE, constando de 235 exemplares de dentes, osteodermos, ossos cranianos e pós-cranianos de mamíferos pleistocênicos. O depósito de tanque teve quatro fases de preenchimento sedimentar por fluxos de detritos, estando os fósseis, principalmente, na segunda camada, um conglomerado com ossos e dentes desarticulados, inteiros e fragmentados, de disposição caótica, densamente empacotados na rocha (bone bed) com cimento calcífero (calcrete). A associação fossilífera é monotípica-poliespecífica. Houve preservação da biomineralização original da hidroxioapatita, permineralização e substituições por calcita, cloroapatita e wagnerita. Foram identificadas três ordens de mamíferos pleistocênicos -Xenarthra, Notoungulata e Proboscidea, e seis táxons - Eremotherium laurillardi, Glyptodon clavipes, Panochthus greslebini, Toxodon platensis, Stegomastodon waringi e Holmesina paulacoutoi, sendo essa última espécie, inédita para o Estado de Pernambuco. A fauna pleistocênica é representada por mamíferos predominantemente herbívoros, classificados pelos hábitos alimentares como podadores, herbívoros-onívoros e megaherbívoros. Foram obtidas idades de ressonância paramagnética eletrônica (EPR) de 63.000 ± 8.000 anos e 60.000 ± 9.000 anos para os dentes de Stegomastodon waringi da segunda camada, sugerindo que esses animais habitaram essa região durante um interestadial, fase mais quente do Pleistoceno Superior. A datação obtida por 14C do cimento calcífero da mesma camada foi de 19.400 anos AP., confirmando que a cimentação foi posterior ao soterramento dos fósseis e durante o último máximo glacial. Os dados isotópicos e geocronológicos integrados à associação faunística auxiliaram na interpretação e reconstrução do paleoambiente, sugerindo para o Pleistoceno Superior da região, quando habitavam megamamíferos de hábitos alimentares distintos, um possível ambiente de savana aberta com árvores e arbustos esparsos, predomínio de plantas C3 seguido de plantas CAM sugerindo alteração climática no paleoambiente da região de Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus. |
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Os mamíferos pleistocênicos de Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus, Pernambuco: aspectos tafonômicos, taxonômicos e paleoambientaisMamíferos pleistocênicosFazenda NovaBrejo da Madre de DeusTafonomiaTaxonomiageocronologiaO objetivo deste trabalho é o estudo tafonômico, taxonômico e geocronológico de mamíferos pleistocênicos em depósito de tanque, para subsidiar interpretações paleoecológicas e paleoambientais. A área de estudo situa-se na Localidade Incó, Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus, Pernambuco. A pesquisa envolveu levantamento bibliográfico, cartográfico, trabalhos de campo e laboratoriais. O material coletado foi incorporado à Coleção Científica de Macrofósseis da UFPE, constando de 235 exemplares de dentes, osteodermos, ossos cranianos e pós-cranianos de mamíferos pleistocênicos. O depósito de tanque teve quatro fases de preenchimento sedimentar por fluxos de detritos, estando os fósseis, principalmente, na segunda camada, um conglomerado com ossos e dentes desarticulados, inteiros e fragmentados, de disposição caótica, densamente empacotados na rocha (bone bed) com cimento calcífero (calcrete). A associação fossilífera é monotípica-poliespecífica. Houve preservação da biomineralização original da hidroxioapatita, permineralização e substituições por calcita, cloroapatita e wagnerita. Foram identificadas três ordens de mamíferos pleistocênicos -Xenarthra, Notoungulata e Proboscidea, e seis táxons - Eremotherium laurillardi, Glyptodon clavipes, Panochthus greslebini, Toxodon platensis, Stegomastodon waringi e Holmesina paulacoutoi, sendo essa última espécie, inédita para o Estado de Pernambuco. A fauna pleistocênica é representada por mamíferos predominantemente herbívoros, classificados pelos hábitos alimentares como podadores, herbívoros-onívoros e megaherbívoros. Foram obtidas idades de ressonância paramagnética eletrônica (EPR) de 63.000 ± 8.000 anos e 60.000 ± 9.000 anos para os dentes de Stegomastodon waringi da segunda camada, sugerindo que esses animais habitaram essa região durante um interestadial, fase mais quente do Pleistoceno Superior. A datação obtida por 14C do cimento calcífero da mesma camada foi de 19.400 anos AP., confirmando que a cimentação foi posterior ao soterramento dos fósseis e durante o último máximo glacial. Os dados isotópicos e geocronológicos integrados à associação faunística auxiliaram na interpretação e reconstrução do paleoambiente, sugerindo para o Pleistoceno Superior da região, quando habitavam megamamíferos de hábitos alimentares distintos, um possível ambiente de savana aberta com árvores e arbustos esparsos, predomínio de plantas C3 seguido de plantas CAM sugerindo alteração climática no paleoambiente da região de Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus.Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoUniversidade Federal de PernambucoMagnólia Franca Barreto, Alcina da Silva Alves, Rosembergh2014-06-12T18:05:25Z2014-06-12T18:05:25Z2007info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfda Silva Alves, Rosembergh; Magnólia Franca Barreto, Alcina. Os mamíferos pleistocênicos de Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus, Pernambuco: aspectos tafonômicos, taxonômicos e paleoambientais. 2007. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Geociências, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/6492ark:/64986/00130000116r4porAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UFPEinstname:Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)instacron:UFPE2019-10-25T17:40:40Zoai:repositorio.ufpe.br:123456789/6492Repositório InstitucionalPUBhttps://repositorio.ufpe.br/oai/requestattena@ufpe.bropendoar:22212019-10-25T17:40:40Repositório Institucional da UFPE - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)false |
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O objetivo deste trabalho é o estudo tafonômico, taxonômico e geocronológico de mamíferos pleistocênicos em depósito de tanque, para subsidiar interpretações paleoecológicas e paleoambientais. A área de estudo situa-se na Localidade Incó, Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus, Pernambuco. A pesquisa envolveu levantamento bibliográfico, cartográfico, trabalhos de campo e laboratoriais. O material coletado foi incorporado à Coleção Científica de Macrofósseis da UFPE, constando de 235 exemplares de dentes, osteodermos, ossos cranianos e pós-cranianos de mamíferos pleistocênicos. O depósito de tanque teve quatro fases de preenchimento sedimentar por fluxos de detritos, estando os fósseis, principalmente, na segunda camada, um conglomerado com ossos e dentes desarticulados, inteiros e fragmentados, de disposição caótica, densamente empacotados na rocha (bone bed) com cimento calcífero (calcrete). A associação fossilífera é monotípica-poliespecífica. Houve preservação da biomineralização original da hidroxioapatita, permineralização e substituições por calcita, cloroapatita e wagnerita. Foram identificadas três ordens de mamíferos pleistocênicos -Xenarthra, Notoungulata e Proboscidea, e seis táxons - Eremotherium laurillardi, Glyptodon clavipes, Panochthus greslebini, Toxodon platensis, Stegomastodon waringi e Holmesina paulacoutoi, sendo essa última espécie, inédita para o Estado de Pernambuco. A fauna pleistocênica é representada por mamíferos predominantemente herbívoros, classificados pelos hábitos alimentares como podadores, herbívoros-onívoros e megaherbívoros. Foram obtidas idades de ressonância paramagnética eletrônica (EPR) de 63.000 ± 8.000 anos e 60.000 ± 9.000 anos para os dentes de Stegomastodon waringi da segunda camada, sugerindo que esses animais habitaram essa região durante um interestadial, fase mais quente do Pleistoceno Superior. A datação obtida por 14C do cimento calcífero da mesma camada foi de 19.400 anos AP., confirmando que a cimentação foi posterior ao soterramento dos fósseis e durante o último máximo glacial. Os dados isotópicos e geocronológicos integrados à associação faunística auxiliaram na interpretação e reconstrução do paleoambiente, sugerindo para o Pleistoceno Superior da região, quando habitavam megamamíferos de hábitos alimentares distintos, um possível ambiente de savana aberta com árvores e arbustos esparsos, predomínio de plantas C3 seguido de plantas CAM sugerindo alteração climática no paleoambiente da região de Fazenda Nova, Brejo da Madre de Deus. |
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