Da escola prisão à escola parque: o movimento escola nova e a modernização da arquitetura escolar no Brasil (anos 1930)
Ano de defesa: | 2019 |
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Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49437 |
Resumo: | A década de 1930 foi marcada pelos anseios de implementação da modernização do Brasil. Nesse contexto, no âmbito da pedagogia, o movimento Escola Nova buscava modernizar a educação, e suas ideias resultaram em reformas do ensino público em vários estados do país. Para implantar a pedagogia de ensino almejada foram projetados novos modelos de edifícios escolares, sob a recomendação de serem construídos segundo os princípios da arquitetura moderna, em um momento em que essa arquitetura ainda não estava consolidada no Brasil. Nossos estudos de caso são os edifícios escolares que resultaram das reformas educacionais para aplicação das ideias da Escola Nova no Rio de Janeiro (1934-1937), em São Paulo (1936-1939) e na Paraíba (1936-1939). Assim, pretendemos verificar se estes edifícios escolares apresentam indícios de atendimento às expectativas sociais acerca da modernização da arquitetura escolar para implantação da Escola Nova. Para isso, confrontamos o conteúdo arquitetônico dos discursos sobre essas escolas, encontrados em documentos oficiais e periódicos da época (1930-1945), com a análise dos edifícios escolares selecionados, realizada em dois âmbitos da arquitetura: a configuração espacial, pela análise sintática do espaço, e a fisionomia, através da comparação de fotografias da época dos edifícios escolares com o que foi recomendado. Os resultados indicam que os projetos atendem em vários aspectos os discursos em defesa de uma nova arquitetura para abranger os métodos da Escola Nova. A análise da configuração espacial mostra que houve um atenuamento do padrão conservador do edifício escolar tradicional, ao apresentar o exterior integrado e acessível; espaços de fácil acesso à comunidade (como o ginásio-auditório); ao facilitar a interação e diminuir a hierarquia entre professores e alunos. A fisionomia das escolas, atrelada aos discursos de racionalidade e economia, não faz referência a estilos do passado: apresenta formas geometrizadas, elementos padronizados como as janelas basculante em ferro e vidro, e marquises em concreto armado. Mas as escolas nem sempre atingiram a simplicidade preconizada pelo discurso, sugerindo que apresentar uma imagem moderna também era um recurso importante dos novos projetos escolares, que deveriam se diferenciar dos edifícios anteriores. |
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Oliveira, Marina Goldfarb dehttp://lattes.cnpq.br/8155335673144245http://lattes.cnpq.br/2279771493519042Trajano Filho, Francisco SalesDantas, George Alexandre Ferreirahttps://orcid.org/0000-0002-8352-7590http://lattes.cnpq.br/9782385817332156Amorim, Luiz Manuel do EiradoCunha, Márcio CotrimTrigueiro, Edja Bezerra Faria2022-09-27T19:24:48Z2022-09-27T19:24:48Z2019-11-22OLIVEIRA, Marina Goldfarb de. Da escola prisão à escola parque: o movimento escola nova e a modernização da arquitetura escolar no Brasil (anos 1930). 2019. 232f. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) - Centro de Tecnologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019.https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/49437A década de 1930 foi marcada pelos anseios de implementação da modernização do Brasil. Nesse contexto, no âmbito da pedagogia, o movimento Escola Nova buscava modernizar a educação, e suas ideias resultaram em reformas do ensino público em vários estados do país. Para implantar a pedagogia de ensino almejada foram projetados novos modelos de edifícios escolares, sob a recomendação de serem construídos segundo os princípios da arquitetura moderna, em um momento em que essa arquitetura ainda não estava consolidada no Brasil. Nossos estudos de caso são os edifícios escolares que resultaram das reformas educacionais para aplicação das ideias da Escola Nova no Rio de Janeiro (1934-1937), em São Paulo (1936-1939) e na Paraíba (1936-1939). Assim, pretendemos verificar se estes edifícios escolares apresentam indícios de atendimento às expectativas sociais acerca da modernização da arquitetura escolar para implantação da Escola Nova. Para isso, confrontamos o conteúdo arquitetônico dos discursos sobre essas escolas, encontrados em documentos oficiais e periódicos da época (1930-1945), com a análise dos edifícios escolares selecionados, realizada em dois âmbitos da arquitetura: a configuração espacial, pela análise sintática do espaço, e a fisionomia, através da comparação de fotografias da época dos edifícios escolares com o que foi recomendado. Os resultados indicam que os projetos atendem em vários aspectos os discursos em defesa de uma nova arquitetura para abranger os métodos da Escola Nova. A análise da configuração espacial mostra que houve um atenuamento do padrão conservador do edifício escolar tradicional, ao apresentar o exterior integrado e acessível; espaços de fácil acesso à comunidade (como o ginásio-auditório); ao facilitar a interação e diminuir a hierarquia entre professores e alunos. A fisionomia das escolas, atrelada aos discursos de racionalidade e economia, não faz referência a estilos do passado: apresenta formas geometrizadas, elementos padronizados como as janelas basculante em ferro e vidro, e marquises em concreto armado. Mas as escolas nem sempre atingiram a simplicidade preconizada pelo discurso, sugerindo que apresentar uma imagem moderna também era um recurso importante dos novos projetos escolares, que deveriam se diferenciar dos edifícios anteriores.The 1930s ware distinguished by the yearnings for implementing Brazil's modernization. In this context, within the scope of pedagogy, the Escola Nova movement sought to modernize education, and its ideas resulted in reforms of public education in various states of the country. To implement the aimed teaching pedagogy, new models of school buildings were designed, under the recommendation of being built according to the principles of modern architecture, at a time when this architecture was not yet consolidated in Brazil. Our case studies are the school buildings that resulted from educational reforms to apply the ideas of the Escola Nova in Rio de Janeiro (1934-1937), São Paulo (1936-1939) and Paraíba (1936-1939). Thus, we intend to verify if these school buildings present signs of meeting social expectations about the modernization of school architecture for the implementation of Escola Nova. To do so, we confront the architectural content of the discourses about these schools, found in official documents and newspapers of the time (1930-1945), with the analysis of the selected school buildings, carried out in two architectural areas: the spatial configuration, by the syntactic analysis of the space, and physiognomy, by comparing photographs of the time of the school buildings with what was recommended. The results indicate that the projects meet in several aspects the discourses in defence of a new architecture to encompass the methods of Escola Nova. The analysis of the spatial configuration shows that there was an attenuation of the conservative pattern of the traditional school building by presenting an integrated and accessible exterior; easily accessible spaces to the community (such as the auditorium gym); by facilitating interaction and diminishing the hierarchy between teachers and students. The physiognomy of the schools, linked to the discourses of rationality and economics, makes no reference to styles of the past: it presents geometrized shapes, standardized elements such as the iron and glass windows, and reinforced concrete marquees. But schools did not always achieve the simplicity advocated in the discourse, suggesting that presenting a modern image was also an important feature within the Escola Nova design plans.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMOUFRNBrasilCNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ARQUITETURA E URBANISMOEdifício escolarArquitetura modernaMovimento escola novaAnálise sintática do espaçoDa escola prisão à escola parque: o movimento escola nova e a modernização da arquitetura escolar no Brasil (anos 1930)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALMovimentoescolanova_Oliveira_2019.pdfapplication/pdf22081690https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/49437/1/Movimentoescolanova_Oliveira_2019.pdf10c0e2bc27eda70bb89cc494aaf3b317MD51123456789/494372022-09-27 16:25:31.821oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/49437Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2022-09-27T19:25:31Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false |
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A década de 1930 foi marcada pelos anseios de implementação da modernização do Brasil. Nesse contexto, no âmbito da pedagogia, o movimento Escola Nova buscava modernizar a educação, e suas ideias resultaram em reformas do ensino público em vários estados do país. Para implantar a pedagogia de ensino almejada foram projetados novos modelos de edifícios escolares, sob a recomendação de serem construídos segundo os princípios da arquitetura moderna, em um momento em que essa arquitetura ainda não estava consolidada no Brasil. Nossos estudos de caso são os edifícios escolares que resultaram das reformas educacionais para aplicação das ideias da Escola Nova no Rio de Janeiro (1934-1937), em São Paulo (1936-1939) e na Paraíba (1936-1939). Assim, pretendemos verificar se estes edifícios escolares apresentam indícios de atendimento às expectativas sociais acerca da modernização da arquitetura escolar para implantação da Escola Nova. Para isso, confrontamos o conteúdo arquitetônico dos discursos sobre essas escolas, encontrados em documentos oficiais e periódicos da época (1930-1945), com a análise dos edifícios escolares selecionados, realizada em dois âmbitos da arquitetura: a configuração espacial, pela análise sintática do espaço, e a fisionomia, através da comparação de fotografias da época dos edifícios escolares com o que foi recomendado. Os resultados indicam que os projetos atendem em vários aspectos os discursos em defesa de uma nova arquitetura para abranger os métodos da Escola Nova. A análise da configuração espacial mostra que houve um atenuamento do padrão conservador do edifício escolar tradicional, ao apresentar o exterior integrado e acessível; espaços de fácil acesso à comunidade (como o ginásio-auditório); ao facilitar a interação e diminuir a hierarquia entre professores e alunos. A fisionomia das escolas, atrelada aos discursos de racionalidade e economia, não faz referência a estilos do passado: apresenta formas geometrizadas, elementos padronizados como as janelas basculante em ferro e vidro, e marquises em concreto armado. Mas as escolas nem sempre atingiram a simplicidade preconizada pelo discurso, sugerindo que apresentar uma imagem moderna também era um recurso importante dos novos projetos escolares, que deveriam se diferenciar dos edifícios anteriores. |
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