A política científica brasileira de internacionalização e seus impactos para a Pós-Graduação em Psicologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Costa, Joyce Pereira da
Orientador(a): Yamamoto, Oswaldo Hajime
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/32454
Resumo: Nos últimos anos, acompanhando as políticas científicas nacionais, a internacionalização tem recebido grande atenção da ciência psicológica no Brasil, sobretudo na pós-graduação – principal espaço da atividade científica brasileira. Tal processo conta com direcionamentos diversos, com questões que afetam os rumos do desenvolvimento científico da área e a sua função social sob a ordem capitalista. Diante disso, objetivamos discutir o processo de internacionalização delineado pela pós-graduação brasileira em Psicologia. Analisamos o conteúdo de 36 documentos da política científica nacional, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e da Associação Nacional de Pesquisa e Pósgraduação em Psicologia. Identificamos que a internacionalização promovida pela política científica brasileira, ao buscar ampliar a competitividade internacional do país possui caráter predominantemente mercadológico; focaliza prioritariamente as Ciências Naturais e articulações com países do hemisfério Norte. Nestas condições, grande parte das Ciências Humanas e Sociais encontram menos espaço para conduzir seu processo de internacionalização – especialmente aquelas que se posicionam criticamente em relação à ordem vigente e para as quais a internacionalização inclui outros caminhos pouco considerados pelas políticas, como o estabelecimento de relações com países do hemisfério Sul. Esse cenário reverbera na Psicologia, cujos níveis de internacionalização são maiores para PPGs em subáreas mais próximas às Ciências Naturais e em detrimento das Ciências Humanas e Sociais, bem como reflete-se nas diferentes tendências colocadas para a internacionalização da área. Concluímos que, para que a Psicologia possa contribuir com respostas atinentes às necessidades que afetam a população brasileira, deve promover uma internacionalização contrária às tendências mercadológicas que orientam esse processo. Deve, portanto, reivindicar uma mudança do papel da ciência, em prol do desenvolvimento pleno da humanidade, possível apenas a partir da transformação estrutural da sociedade, luta que não pode se limitar aos muros acadêmicos.
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Tal processo conta com direcionamentos diversos, com questões que afetam os rumos do desenvolvimento científico da área e a sua função social sob a ordem capitalista. Diante disso, objetivamos discutir o processo de internacionalização delineado pela pós-graduação brasileira em Psicologia. Analisamos o conteúdo de 36 documentos da política científica nacional, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior e da Associação Nacional de Pesquisa e Pósgraduação em Psicologia. Identificamos que a internacionalização promovida pela política científica brasileira, ao buscar ampliar a competitividade internacional do país possui caráter predominantemente mercadológico; focaliza prioritariamente as Ciências Naturais e articulações com países do hemisfério Norte. Nestas condições, grande parte das Ciências Humanas e Sociais encontram menos espaço para conduzir seu processo de internacionalização – especialmente aquelas que se posicionam criticamente em relação à ordem vigente e para as quais a internacionalização inclui outros caminhos pouco considerados pelas políticas, como o estabelecimento de relações com países do hemisfério Sul. Esse cenário reverbera na Psicologia, cujos níveis de internacionalização são maiores para PPGs em subáreas mais próximas às Ciências Naturais e em detrimento das Ciências Humanas e Sociais, bem como reflete-se nas diferentes tendências colocadas para a internacionalização da área. Concluímos que, para que a Psicologia possa contribuir com respostas atinentes às necessidades que afetam a população brasileira, deve promover uma internacionalização contrária às tendências mercadológicas que orientam esse processo. Deve, portanto, reivindicar uma mudança do papel da ciência, em prol do desenvolvimento pleno da humanidade, possível apenas a partir da transformação estrutural da sociedade, luta que não pode se limitar aos muros acadêmicos.In recent years, accompanying national scientific policies, internationalization has received significant attention in the field of Psychology in Brazil, especially in graduate studies, the primary area of scientific activity in the country. This process involves different directions, with issues that affect the course of scientific development and its social function in the capitalist order. As such, we aimed to discuss the internationalization process outlined by Brazilian graduate studies in psychology. We analyzed the content of 36 documents published by the national scientific policy and the National Association for Research and Graduate Studies in Psychology. We found that internationalization promoted by Brazilian scientific policy, which seeks to increase the country’s international competitiveness, is predominantly market based; it focuses primarily on the Natural Sciences and cooperation with Northern hemisphere countries. In these conditions, a large part of human and social sciences have less space to conduct their internationalization process – especially those critically placed in relation to the current order and for which internationalization includes other paths rarely considered by policies, such as establishing relations with Southern hemisphere countries. This scenario reverberates in Psychology, whose levels of internationalization are greater for graduate programs in subareas closer to the Natural Sciences and lower for programs in and Social Sciences, and is reflected in the different internationalization trends in the area. We concluded that in order for Psychology to contribute with relevant answers to the needs that affect the Brazilian population, it should promote internationalization in contrast to the market trends that guide this process. It should, therefore, demand a change in the role of science, in favor of the full development of humanity, possible only through the structural transformation of society, a struggle that cannot be limited to the walls of academia.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPESUniversidade Federal do Rio Grande do NortePROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIAUFRNBrasilPsicologiaProgramas de Pós-GraduaçãoColaboração internacionalInternacionalização da ciênciaResponsabilidade social da ciênciaA política científica brasileira de internacionalização e seus impactos para a Pós-Graduação em Psicologiainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisinfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UFRNinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)instacron:UFRNORIGINALPoliticacientificabrasileira_Costa_2020.pdfapplication/pdf1504311https://repositorio.ufrn.br/bitstream/123456789/32454/1/Politicacientificabrasileira_Costa_2020.pdfe997e6d2214f3212aab745ffd0da6ca8MD51123456789/324542021-05-11 15:39:58.104oai:https://repositorio.ufrn.br:123456789/32454Repositório de PublicaçõesPUBhttp://repositorio.ufrn.br/oai/opendoar:2021-05-11T18:39:58Repositório Institucional da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)false
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