Associação entre os sintomas depressivos e o perfil inflamatório em indivíduos com sobrepeso e obesidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Zanoni, Gabriela Ambrósio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/193968
Resumo: Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Bioquímica, Florianópolis, 2018.
id UFSC_08ecbd7ea7ed5180de14bf41926bb723
oai_identifier_str oai:repositorio.ufsc.br:123456789/193968
network_acronym_str UFSC
network_name_str Repositório Institucional da UFSC
repository_id_str
spelling Associação entre os sintomas depressivos e o perfil inflamatório em indivíduos com sobrepeso e obesidadeBioquímicaDepressão mentalInflamaçãoObesidadeSobrepesoDissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Bioquímica, Florianópolis, 2018.No presente trabalho avaliamos a relação entre inflamação periférica, sintomas depressivos e sobrepeso/obesidade por meio de uma amostra de 36 indivíduos atendidos em um consultório de nutrição da cidade de Garopaba, SC e também pela a elaboração de uma revisão de literatura. A revisão incluí dados clínicos de 16 estudos transversais e 6 estudos longitudinais. Entre os estudos transversais, 7 estudos (total de 9.421 indivíduos), apontaram o índice de massa corporal (IMC) como o principal fator associado à inflamação. No entanto, em 4 estudos (total de 16.837 indivíduos), os níveis de proteína-C-reativa (PCR) permaneceram associados aos sintomas de depressão após a correção pelo IMC. Além disso, outros 5 estudos (total de 5.569 indivíduos), não encontraram associação entre depressão e inflamação periférica. Nos estudos longitudinais, as alterações no IMC foram associadas a uma redução nos sintomas depressivos após cirurgia bariátrica ou dieta. Em 4 estudos longitudinais, níveis elevados de PCR foram associados aos sintomas depressivos mesmo após ajuste pelo IMC e perda de peso. Com relação ao nosso trabalho, a amostra foi composta por 36 indivíduos, 14 eutróficos (38,8%) e 22 com sobrepeso/obesidade (IMC?25, 61,2%). Quando comparados aos eutróficos, os indivíduos com sobrepeso/obesidade apresentaram menores níveis de cortisol matinal (19,65±6,44 vs 14,73±5,92 p=0,025), maiores níveis de PCR (1,25±1,85 vs 3,50±5,26 p=0,022), insulina (4,99±2,41 vs 8,55±3,31 p=0,001) e maiores índices HOMA IR (0,63±0,29 vs 1,09±0,41 p=0,001) e HOMA B (39,07±34,49 vs 112,56±33,67 p=0,005). O IMC foi diretamente correlacionado com os níveis de PCR (r=0,322, p=0,05) e inverssamente correlacionado com os níveis de cortisol (r=-0,335, p=0,046). Contudo, não encontramos diferenças entre os escores do Inventário Beck de Depressão (BDI) entre indivíduos eutróficos e com sobrepeso/obesidade (9,21±6,47 vs 10,09±5,17 p=0,650) e não observamos correlação entre IMC e os escores de depressão (r=0,206, p=0,227). Apesar dos baixos escores na ecala BDI (média da população de 9,65±5,63, sendo escores maiores de 13 indicativos de depressão), observamos uma correlação positiva entre os sintomas depressivos e níveis de PCR (r=0,370, p=0,026). Além disso, quando analisamos a razão cortisol/PCR, uma correlação inversa foi observada com os escores do BDI (r=-0,035, p=0,026), e com o IMC (r=-0,063, p=0,006), mesmo depois do ajuste pelas variáveis confundidoras. Não observamos diferenças nos indivíduos eutróficos e com sobrepeso/obesidade nos escores de ansiedade avaliados pela escala IDATE estado (42,43±4,65 vs 45,64±5,61 p=0,084) e IDATE traço (43,29±3,97 vs 47,91±10,09 p=0,113) ou uma correlação entre os escores de ansiedade e os níveis de cortisol, PCR e razão cortisol/PCR. Assim, podemos concluir que existe uma associação entre inflamação periférica, IMC e sintomas depressivos. Na literatura existe uma grande heterogeneidade entre os estudos clínicos, o que evidencia a necessidade de padronização das escalas para avaliação comportamental, utilização de medidas como a composição corporal e avaliação de um perfil inflamatório mais completo. No presente estudo, apesar do IMC não ter sido correlacionado com os sintomas de depressão, tanto o IMC quanto os escores do BDI foram associados com níveis maiores de PCR e com uma redução da razão cortisol/PCR, sugerindo que a razão cortisol/PCR pode ser uma abordagem alternativa para avaliar a desregulação endócrina e imune em indivíduos com depressão e obesidade ou sobrepeso.Abstract : The present study evaluated the relationship between peripheral inflammation, symptoms of depression and overweight/obesity in sample of 36 individuals which attended a nutrition clinic in the city of Garopaba, SC and in a review of the literature. Clinical data from 16 cross-sectional studies and 6 longitudinal studies were included. Among the cross-sectional studies, 7 (total of 9,421 individuals) reported body mass index (BMI) as the main factor associated with inflammation. However, in 4 studies (total of 16,837 individuals), C-reactive protein (CRP) levels remained associated with depressive symptoms after correction for BMI. In addition, 5 other studies (total of 5,569 individuals) found no association between depression and peripheral inflammation. In longitudinal studies, changes in BMI were associated with a reduction in depressive symptoms after bariatric surgery or diet. In 4 longitudinal studies, elevated CRP levels were associated with depressive symptoms even after adjustment for BMI and weight loss. Our epidemiologic data consisted in a sample of 36 individuals, 14 eutrophic (38.8%) and 22 overweight/obese (BMI =25, 61.2%). When compared to eutrophic individuals, overweight/obese individuals had lower levels of morning cortisol (19.65 ± 6.44 vs 14.73 ± 5.92 p = 0.025), higher levels of CRP (1.25 ± 1.85 vs 3.50 ± 5.26 p = 0.022), insulin (4.99 ± 2.41 vs 8.55 ± 3.31 p = 0.001) and higher HOMA IR (0.63 ± 0.29 vs 1,09 ± 0.41 p = 0.001) and HOMA B index (39.07 ± 34.49 vs. 112.56 ± 33.67 p = 0.005). BMI was directly correlated with CRP levels (r = 0.322, p = 0.05) and inversely correlated with cortisol levels (r = -0.335, p = 0.046). However, no differences were found in Beck Depression Inventory (BDI) scores between eutrophic and overweight/obese subjects (9.21 ± 6.47 vs 10.09 ± 5.17 p = 0.650) and no correlation was observed between BMI and BDI scores (r = 0.206, p = 0.227). Despite the low BDI scores in our population (mean 9.65 ± 5.63, with scores higher than 13 being indicative of depression), we observed a positive correlation with between BDI scores and CRP levels (r = 0.370, p = 0.026). In addition, the cortisol/CRP ratio was inverselly correlated with BDI scores (r = -0.035, p = 0.026), and with BMI (r = -0.063, p = 0.006), even after adjustment by confounding variables. No differences were found in the eutrophic and overweight/obese individuals in the anxiety scores in the IDATE state (42.43 ± 4.65 vs 45.64 ± 5.61 p = 0.084) and IDATE trait intruments (43.29 ± 3, 97 vs 47.91 ± 10.09 p = 0.113). Additionally, no correlation was found between anxiety scores and cortisol levels, CRP levels or cortisol/CRP ratio. Thus, despite the high heterogeneity among clinical tudies, we can conclude that there is an association between peripheral inflammation, BMI and depressive symptoms. In the present study, although BMI was not correlated with the symptoms of depression, both BMI and BDI scores were associated with higher CRP levels and a reduction in the cortisol/CRP ratio. These results suggest that the cortisol/CRP ratio might be an alternative approach to evaluate endocrine and immune dysregulation in individuals with depression and obesity or overweight.Kaster, Manuella PintoUniversidade Federal de Santa CatarinaZanoni, Gabriela Ambrósio2019-03-23T04:01:54Z2019-03-23T04:01:54Z2018info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis98 p.| il.application/pdf355691https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/193968porreponame:Repositório Institucional da UFSCinstname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)instacron:UFSCinfo:eu-repo/semantics/openAccess2019-03-23T04:01:55Zoai:repositorio.ufsc.br:123456789/193968Repositório InstitucionalPUBhttp://150.162.242.35/oai/requestopendoar:23732019-03-23T04:01:55Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)false
dc.title.none.fl_str_mv Associação entre os sintomas depressivos e o perfil inflamatório em indivíduos com sobrepeso e obesidade
title Associação entre os sintomas depressivos e o perfil inflamatório em indivíduos com sobrepeso e obesidade
spellingShingle Associação entre os sintomas depressivos e o perfil inflamatório em indivíduos com sobrepeso e obesidade
Zanoni, Gabriela Ambrósio
Bioquímica
Depressão mental
Inflamação
Obesidade
Sobrepeso
title_short Associação entre os sintomas depressivos e o perfil inflamatório em indivíduos com sobrepeso e obesidade
title_full Associação entre os sintomas depressivos e o perfil inflamatório em indivíduos com sobrepeso e obesidade
title_fullStr Associação entre os sintomas depressivos e o perfil inflamatório em indivíduos com sobrepeso e obesidade
title_full_unstemmed Associação entre os sintomas depressivos e o perfil inflamatório em indivíduos com sobrepeso e obesidade
title_sort Associação entre os sintomas depressivos e o perfil inflamatório em indivíduos com sobrepeso e obesidade
author Zanoni, Gabriela Ambrósio
author_facet Zanoni, Gabriela Ambrósio
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Kaster, Manuella Pinto
Universidade Federal de Santa Catarina
dc.contributor.author.fl_str_mv Zanoni, Gabriela Ambrósio
dc.subject.por.fl_str_mv Bioquímica
Depressão mental
Inflamação
Obesidade
Sobrepeso
topic Bioquímica
Depressão mental
Inflamação
Obesidade
Sobrepeso
description Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Bioquímica, Florianópolis, 2018.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018
2019-03-23T04:01:54Z
2019-03-23T04:01:54Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv 355691
https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/193968
identifier_str_mv 355691
url https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/193968
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv 98 p.| il.
application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UFSC
instname:Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron:UFSC
instname_str Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
instacron_str UFSC
institution UFSC
reponame_str Repositório Institucional da UFSC
collection Repositório Institucional da UFSC
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1785187744762298368