A nandrolona inibe adaptações cardíacas benéficas induzidas pelo treinamento físico resistido: uma abordagem proteômica
Ano de defesa: | 2018 |
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Resumo: | Apesar do consenso que existe sobre os malefícios decorrentes do uso de esteroides anabólicos andogênicos (EAA), tem se tornado cada vez mais comum a associação destas substâncias com protocolos de treinamento físico extenuantes, com o intuito de acelerar as adaptações relacionadas ao desempenho e aparência física, principalmente entre jovens frequentadores de academias e atletas recreacionais. No entanto, muitos estudos têm demonstrado que esta associação pode ser potencialmente prejudicial ao sistema cardiovascular, fato este confirmado pelos inúmeros casos de morte súbita entre jovens atletas que faziam uso de esteroides. Apesar disso, pouco ainda se sabe sobre as vias de sinalização ativadas pelo anabolizante e os mecanismos responsáveis por desencadear os efeitos deletérios decorrentes do uso de doses supra fisiológicas destas substâncias. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto da nandrolona, associada ou não ao treinamento físico resistido, sobre o perfil proteico cardíaco de ratos. Ratos Wistar machos (n=6-10/grupo) foram divididos aleatoriamente em 4 grupos: nãotreinado + veículo (NTV), não-treinado + nandrolona (NTN), treinado + veículo (TV) e treinado + nandrolona (TN). Os animais dos grupos treinados foram submetidos a um protocolo de treinamento físico resistido em meio líquido, com sobrecarga de peso durante 6 semanas, associado ou não ao tratamento com doses suprafisiológicas de nandrolona. Após este período, todos os animais foram eutanasiados por decapitação e o ventrículo esquerdo dissecado para análise proteômica. Foram identificadas 1559 proteínas, sendo que 488 foram consideradas para posterior análise após a aplicação dos critérios de exclusão; destas, 4 estavam expressas exclusivamente no grupo NTV e 29 no grupo TV. Na análise quantitativa, comparando o grupo NTV ao NTN, 28 proteínas estavam subexpressas e 12 estavam superexpressas no primeiro em relação ao segundo. Na comparação do grupo TN com o NTN, 25 proteínas estavam subexpressas e 12 superexpressas no grupo submetido ao treinamento e tratado com nandrolona. Comparando o grupo TN com o NTV, 19 proteínas estavam subexpressas e 28 superexpressas. E na comparação do grupo TV com TN, 9 proteínas estavam subexpressas e 46 superexpressas no primeiro. Dentre os principais achados, observamos a expressão das proteínas antioxidantes glutationa s-transferase Mu 2 (GSTM2) e peroxirredoxina 6 nos grupos NTV e TV, bem como a regulação negativa da peroxirredoxina 5 e tiorredoxina redutase dependente de peróxido no grupo TN quando comparadas às demais. Observamos também a ausência de expressão do canal de potássio ATPase e da citrato sintase no grupo NTN, sugerindo mudanças no fluxo de potássio. Desta forma, podemos concluir que a nandrolona predispõe a instalação de disfunção cardíaca já que altera a expressão de importantes proteínas associadas à mecanismos protetores desencadeados pelo treinamento físico. |
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No entanto, muitos estudos têm demonstrado que esta associação pode ser potencialmente prejudicial ao sistema cardiovascular, fato este confirmado pelos inúmeros casos de morte súbita entre jovens atletas que faziam uso de esteroides. Apesar disso, pouco ainda se sabe sobre as vias de sinalização ativadas pelo anabolizante e os mecanismos responsáveis por desencadear os efeitos deletérios decorrentes do uso de doses supra fisiológicas destas substâncias. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto da nandrolona, associada ou não ao treinamento físico resistido, sobre o perfil proteico cardíaco de ratos. Ratos Wistar machos (n=6-10/grupo) foram divididos aleatoriamente em 4 grupos: nãotreinado + veículo (NTV), não-treinado + nandrolona (NTN), treinado + veículo (TV) e treinado + nandrolona (TN). Os animais dos grupos treinados foram submetidos a um protocolo de treinamento físico resistido em meio líquido, com sobrecarga de peso durante 6 semanas, associado ou não ao tratamento com doses suprafisiológicas de nandrolona. Após este período, todos os animais foram eutanasiados por decapitação e o ventrículo esquerdo dissecado para análise proteômica. Foram identificadas 1559 proteínas, sendo que 488 foram consideradas para posterior análise após a aplicação dos critérios de exclusão; destas, 4 estavam expressas exclusivamente no grupo NTV e 29 no grupo TV. Na análise quantitativa, comparando o grupo NTV ao NTN, 28 proteínas estavam subexpressas e 12 estavam superexpressas no primeiro em relação ao segundo. Na comparação do grupo TN com o NTN, 25 proteínas estavam subexpressas e 12 superexpressas no grupo submetido ao treinamento e tratado com nandrolona. Comparando o grupo TN com o NTV, 19 proteínas estavam subexpressas e 28 superexpressas. E na comparação do grupo TV com TN, 9 proteínas estavam subexpressas e 46 superexpressas no primeiro. Dentre os principais achados, observamos a expressão das proteínas antioxidantes glutationa s-transferase Mu 2 (GSTM2) e peroxirredoxina 6 nos grupos NTV e TV, bem como a regulação negativa da peroxirredoxina 5 e tiorredoxina redutase dependente de peróxido no grupo TN quando comparadas às demais. Observamos também a ausência de expressão do canal de potássio ATPase e da citrato sintase no grupo NTN, sugerindo mudanças no fluxo de potássio. Desta forma, podemos concluir que a nandrolona predispõe a instalação de disfunção cardíaca já que altera a expressão de importantes proteínas associadas à mecanismos protetores desencadeados pelo treinamento físico.Despite the consensus about the harm caused by the use of androgenic anabolic steroids, it has become increasingly common the association between these substances with strenuous training protocols, in order to accelerate the transformations related to performance and mainly to physical appearance, especially among young in gyms and recreational athletes. However, many studies have shown that this association may be potentially harmful to heart health, a fact confirmed by the countless cases of sudden death among young athletes who used steroids. Despite this, little is known about the signaling pathways activated by the AAS and the mechanisms responsible for triggering the deleterious effects arising from the use of supra-physiological doses. Thus, the objective of this study is to evaluate the impact of the use of nandrolone, associated or not to resistance training, on the cardiac protein profile of rats. Male Wistar rats were randomly divided into 4 groups: non trained + vehicle (SV), non trained + nandrolone (SN), trained + vehicle (TV) and trained + nandrolone (TN). The animals in the T group were submmited a resistance training protocol with pressure overload for 6 weeks, associated or not with supraphysiological doses of nandrolone. Then, all animals were euthanized by decapitation and the left ventricle dissected and removed for proteomic analysis. We identified 1559 proteins, of which 488 were considered; 4 were expressed exclusively in the NTV group and 29 in the TV group. In the quantitative analysis, comparing the NTV group to the NTN, 28 proteins were underexpressed and 12 were overexpressed. In the comparison of TN group with NTN, 25 proteins were underexpressed and 12 overexpressed. In the TN versus NTV group, 19 proteins were underexpressed and 28 overexpressed. And in the comparison of the TV group with TN, 9 proteins were underexpressed and 46 overexpressed. We observed the expression of the antioxidant proteins Glutathione S-transferase Mu 2 (GSTM2) and Peroxiredoxin 6 in NTV and TV groups, as well as downregulation of Peroxiredoxin 5 and Thioredoxin dependent peroxide reductase in the TN group when compared to the others. We also observed that Potassium transporting ATPase and Citrate synthase were not expressed on NTN group, suggesting changes in potassium flow. Thus, we can conclude that nandrolone predisposes to the installation of cardiac dysfunction since it alters the expression of important proteins associated with protective mechanisms triggered by physical training.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)Dados abertos - Sucupira - Teses e dissertações (2018)110 f.porUniversidade Federal de São Paulo (UNIFESP)ProteômicaNandrolonaExercícioCardiomegaliaModelos animaisProteomicsNandroloneExerciseCardiomegalyAnimal modelsA nandrolona inibe adaptações cardíacas benéficas induzidas pelo treinamento físico resistido: uma abordagem proteômicaNandrolone disrupts beneficial adaptations induced by resistance training: a proteomic approachinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisDoutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da UNIFESPinstname:Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)instacron:UNIFESPSão Paulo, Escola Paulista de MedicinaMedicina TranslacionalCiências da SaúdeBioquímica e Fisiologia do Sistema Renina-Angiotensina e Calicreína-Cininas nas Doenças Renais e CardiovascularesORIGINALPatrícia Dantas - A.pdfPatrícia Dantas - A.pdfapplication/pdf2868161${dspace.ui.url}/bitstream/11600/52542/2/Patr%c3%adcia%20Dantas%20-%20A.pdfb02bec459c48999ca8bac1d1229747c0MD52open access11600/525422023-06-29 11:02:14.946open accessoai:repositorio.unifesp.br:11600/52542Repositório InstitucionalPUBhttp://www.repositorio.unifesp.br/oai/requestopendoar:34652023-06-29T14:02:14Repositório Institucional da UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)false |
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