Detecção de podocitúria em pacientes transplantados renais por PCR em tempo real: associação com características clínicas e histopatológicas

• Ano de defesa: 2018
• Autor(a) principal: Andrade, João Marcelo Medeiros de [UNIFESP]
• Orientador(a): Casarini, Dulce Elena [UNIFESP]
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
• Palavras-chave em Português: Reação em cadeia da polimerase em tempo real; Podócitos; Transplante de rim; Urina; Biópsia
• Palavras-chave em Inglês: Real-time polymerase chain reaction; Podocytes; Kidney transplantation; Urine; Biopsy
• Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6442907; https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/52548

A podocitúria tem sido apontada como fator prognóstico nas glomerulopatias, estando associada a tipos histológicos que se caracterizam como de alta probabilidade de progressão para doença renal em estágio final. O valor dessa associação no transplante renal é desconhecido. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre a podocitúria e os achados clínicos e histopatológicos de biópsias de pacientes transplantados renais. É um estudo do tipo corte transversal, exploratório e translacional realizado na unidade de transplante renal e no Laboratório de Pesquisa Translacional A. C. Hart, do Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira (IMIP), no período de junho de 2015 a maio de 2017. Foram constituídos os seguintes grupos de estudo considerando os critérios de inclusão e exclusão: pacientes transplantados renais (PTR, n=152), com idade entre 18 e 70 anos, que realizaram biópsias protocolares aos 3 meses (PTR3m, n=98) e aos 24 meses (PTR24m, n=54); voluntários saudáveis, não transplantados renais, sem comorbidades, considerados como grupo controle negativo (PCN, n=15), e pacientes grávidas portadoras de pré-eclâmpsia segundo os critérios do International Institute for the Study of Hypertension in Pregnancy (ISSHP), sendo esse grupo criado para validação da técnica de reação em cadeia da polimerase (qPCR) e denominado grupo controle positivo (PCP, n=30). A podocitúria foi determinada através da análise da expressão de RNA mensageiro (RNAm) no sedimento urinário de 5 genes ligados ao podócito: NPHS1 (nefrina), NPHS2 (podocina), ACTN4 (alfa-actinina 4), PODXL (podocalixina) e SYNPO2 (sinaptopodina). Os resultados demonstraram que houve amplificação no sedimento urinário dos genes ACTN4, SYNPO2, PODXL, NPHS1 e NPHS2 em 151 (99,34%), 151 (99,34%), 93 (61,18%), 81 (53,2%), 76 (50,0%) pacientes transplantados renais, respectivamente. A expressão dos cinco genes foi aumentada no grupo PTR em relação ao grupo PCN, sendo: NPHS1 8,96x (p<0,0001), NPHS2 9,36x (p<0,0001), ACTN4 8,79x (p<0,0001), PODXL 8,61x (p<0,0001), SYNPO2 9,12x (p<0,0001). Foi observada correlação dos níveis de expressão do gene NPHS2 com os níveis de R Alb/cr (p=0,003; r=0,38). Não foi observada associação entre o aumento da podocitúria em pacientes transplantados renais e os achados de biópsias protocolares aos 3 meses e aos 24 meses, níveis de R Alb/cr e função renal. Este estudo mostrou que existe uma perda de podócitos acentuada na urina de pacientes transplantados renais e que os níveis de expressão do gene NPHS2 correlacionou-se com os níveis de R Alb/cr. Foi possível realizar a análise da expressão de genes de podócitos na urina pela técnica do qPCR, porém os genes avaliados neste estudo não foram considerados biomarcadores preditivos de doença glomerular em atividade em pacientes transplantados renais.